Haddad diz que corte de juros do Copom sinaliza ‘direção certa’

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou a decisão do Comitê de Política Monetária, o Copom, de reduzir a taxa de juros Selic em 0,50 ponto porcentual, para 13,25% ao ano.

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“O corte de 0,50 pp na taxa básica de juros sinaliza que estamos na direção certa. Um avanço no sentido do crescimento econômico sustentável para todos”, afirmou o ministro em publicação no Twitter antes de descer à portaria do ministério para conversar com a imprensa sobre o anúncio do BC.

O Banco Central anunciou o primeiro corte da taxa Selic desde agosto de 2020. A decisão não foi unânime.

Selic estava estacionada em 13,75% havia um ano. Era unânime no mercado financeiro a aposta em corte dos juros nesta reunião do Copom, com dúvidas sobre o ritmo de queda. Economistas avaliavam que existiam razões para justificar tanto uma baixa de 0,25 ponto porcentual quanto de 0,50 ponto.

O comunicado do comitê do BC diz que o “Copom avalia que a melhora do quadro inflacionário com queda das expectativas de inflação para prazos mais longos permitiram flexibilização do ciclo.”

O texto acrescenta ao falar sobre o corte da Selic: “”Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário.”

O Copom pondera, dizendo que “a conjuntura atual é de processo desinflacionário que tende a ser mais lento”.

Diz ainda que “expectativas com reancoragem parcial demandam serenidade e moderação da política monetária”.

E complementa: “A magnitude do ciclo dependerá das expectativas de inflação, em especial as de maior prazo. Horizonte relevante inclui 2024 e, em menor grau, 2025.”

O ciclo de cortes da taxa de juros vai depender, ainda, “da dinâmica da inflação e dependerá em especial de componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade”.

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Decisão sobre o corte da Selic dividiu o Copom

Os dois, Galípolo e Aquino, votaram a favor do corte. Mas o próprio presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também foi favorável à redução. Otávio Ribeiro Damaso, diretor de Regulação, e Carolina de Assis Barros, diretora de administração do BC foram outros dois integrantes do comitê do BC que votaram pela Selic mais baixa. Quatro integrantes foram contra a redução.

O corte ocorre exatamente 12 meses depois de o BC elevar a taxa Selic pela última vez para combater uma inflação até então bastante persistente. Desde então, os juros básicos estavam parados em 13,75% ao ano. De lá para cá, a inflação acumulada em 12 meses cedeu de 10,07% para 3,16% – abaixo do centro da meta deste ano (3,25%).

O início do ciclo de afrouxamento monetário ainda acontece três anos após o último corte de juros no Brasil. Também em agosto de 2020, a autoridade monetária definiu a queda para Selic a 2,0%, mínima histórica, no contexto da pandemia de covid-19.

Conforme pesquisa do Projeções Broadcast, 62 de 88 instituições financeiras consultadas (70%) acreditavam que a primeira redução da Selic seria de 0,25 ponto, para 13,50%. Já 26 casas projetam recuo de 0,50 ponto, para 13,25% ao ano.

Na curva de juros, a precificação aponta para chance majoritária de recuo para 13,25% esta semana. A última queda dos juros também ocorreu em agosto, em 2020, quando a taxa caiu para 2,0%, a mínima histórica, no contexto da pandemia de covid-19.

Com Estadão Conteúdo

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Eduardo Vargas

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