Governo quer criar voucher para caminhoneiros para ‘segurar’ alta do diesel

Em discussão sobre soluções para conter a alta dos combustíveis, o governo planeja a criação de um voucher para caminhoneiros como forma de ‘atenuar’ o reajuste no diesel.

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A informação é de uma fonte do jornal Valor Econômico, que acompanhou uma reunião com a presença do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Além do voucher para caminhoneiros, os políticos discutiram medidas para conter a alta do preço da gasolina.

Outra decisão da reunião foi a de fazer novas alterações no vale-gás, considerando que quem recebe o benefício ganha R$ 53 por bimestre, menos da metade do preço do botijão de 13 kg.

Segundo a normativa atual, o valor é calculado levando-se em conta a média de preços dos últimos seis meses.

Contudo, nem as modificações no vale-gás nem o valor do voucher para caminhoneiros ficou decidida, tal como a origem dos recursos que serão utilizados para balizar essas medidas.

Uma proposta, contudo, teria sido de um voucher de R$ 400 para os caminhoneiros, segundo uma fonte do Ministério da Economia.

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Esse valor foi anunciado ainda em outubro do ano passado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), mas não foi considerado suficiente, dado que o preço do diesel subiu drasticamente nos últimos reajustes da Petrobras (PETR4).

A ampliação do Vale-Gás também já havia sido discutida oficialmente, e inclusive analisada este ano pelo Senado Federal.

Os parlamentares aprovaram o Projeto de Lei 1.472, pelo qual o benefício deve atender no mínimo 11 milhões de famílias em 2022 – o dobro do que a medida atende nos dias de hoje.

Essa ampliação deveria custar cerca de R$ 1,9 bilhão a mais para os cofres públicos.

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Líder da categoria reforça ameaça de greve dos caminhoneiros

A possibilidade de greve dos caminhoneiros, que já era alta depois do aumento dos preços dos combustíveis, segundo as lideranças da categoria, ganhou mais força depois das afirmações feitas pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, juntamente com o presidente da Câmara, Arthur Lira.

Bolsonaro propôs uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras. Lira reclamou da renúncia do presidente da estatal, José Mauro Coelho.

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“O que importa é que o País vai parar naturalmente, por não ter mais condições de rodar”, diz o presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como “Chorão Caminhoneiro”.

Um dos principais líderes dos caminhoneiros, Landim afirma que o governo federal tem adotado medidas sem eficácia, apenas norteado por interesses eleitorais, e que Bolsonaro descumpriu compromissos que teria assumido com os profissionais de transporte, como a alteração da política de preços usada pela Petrobras, que se baseia em oscilações internacionais para definir sua tabela no País.

Ao lado de uma bomba de combustível, Landim exibiu nesta segunda-feira o preço praticado por um posto de São Paulo, onde o diesel é vendido por R$ 8,70 o litro.

“Estou aqui em São Paulo, 300 litros de diesel, R$ 2.610, a R$ 8,70 o litro do diesel. Categoria, vamos acordar. Precisamos, sim, nos unir, em todos os Estados”, disse Landim, mencionando a necessidade de uma paralisação dos caminhoneiros.

“Vamos acordar, nos unificar e ir para cima da Petrobras. Quando eu falo em ir para cima da Petrobras, é ir para cima do governo federal, também. Quem nomeia o presidente da estatal é o senhor Jair Messias Bolsonaro, que fez um compromisso para nós de mudar esse preço de paridade de importação em 2018. Por isso nós acreditamos no senhor e queremos iniciar uma greve [dos caminhoneiros]”, afirmou.

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Eduardo Vargas

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