Frete ficará 5% mais caro com reajuste do diesel pela Petrobras (PETR4), diz associação

Com o recente reajuste da Petrobras (PETR4), que passou a valer já neste sábado (18), o frete deve encarecer cerca de 5%, no mínimo.

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O prognóstico é da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), que representa 15 mil empresas de transportes, que também informou que o preço do frete deve ser reajustado ‘emergencialmente’.

A entidade destacou a importância das empresas transportadoras negociarem a inclusão nos contratos antigos e sugere colocar, nos novos contratos, um gatilho para os aumentos do diesel.

De acordo com a entidade, no acumulado do ano a alta do diesel variou em média 28,93% nas bombas de abastecimento. Nos últimos 12 meses, entre junho de 2021 e julho de 2022, a variação média é de 52,69%.

A associação tem como objetivo subsidiar as empresas do setor de transporte quanto à variação do preço do combustível, especificamente do diesel, e o impacto desse para o custo das companhias.

“Desde que a Petrobras passou a realizar ajustes nos preços dos seus produtos a qualquer momento, inclusive diariamente, vem desafiando muito a rotina e manutenção das empresas transportadoras, quanto ao repasse desse custo para os embarcadores (clientes)”, afirmou a NTC&Logística em nota.

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Na última sexta-feira a Petrobras anunciou reajuste de 14,26% no preço do diesel, após 39 dias congelado, que passou a valer no sábado, 18. Também elevou o preço da gasolina em 5,2%, após quase 100 dias inalterado.

A entidade destacou que, nos últimos doze meses, os insumos do transporte rodoviário de cargas vêm sofrendo grande pressão, com os fornecedores das empresas de transporte ajustando os seus custos de produção e, consequentemente, repassando essas pressões para os transportadores.

Os custos, segundo a associação, subiram mais de 30% para alguns equipamentos nos últimos doze meses.

“É imprescindível para manter a contento a saúde financeira das empresas transportadoras que sejam repassados de forma imediata o acumulado dos aumentos de combustível, até porque este é um custo relevante e que não há formas de reduzi-lo pelo lado do consumo (as que existem já foram adotadas)”, ressaltou a NTC&Logística.

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Entenda o reajuste no diesel da Petrobras

Ainda na sexta (17) a estatal anunciou que o valor da gasolina teria reajuste de 5,2% e  diesel, de 14,2%. Assim, a gasolina passa a custar R$ 4,06 o litro nas refinarias da estatal, e o diesel, R$ 5,61 o litro.

O comunicado da Petrobras afirma que o reajuste é decorrente da defasagem em relação ao preços no mercado internacional, seguindo a alta do petróleo e refletindo maior demanda e o fechamento de refinarias em meio à guerra no leste europeu.

Segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), para alinhar o preço interno com o praticado no Golfo do México, de onde sai a maioria das cargas, o aumento deveria ser de R$ 0,57 para a gasolina e R$ 1,37 para o diesel, diante de defasagens de 13% e 21%,respectivamente.

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No mesmo dia, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) criticou o aumento dos combustíveis anunciado pela Petrobras, mas culpou o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), pela alta de preços, já que ele manteve a política de paridade de importação (PPI) da companhia, implantada pelo governo Michel Temer em 2016.

Bolsonaro, por sua vez, criticou o reajuste, entoando suas últimas críticas à companhia, que tiveram seus lucros rotulados como ‘exagerados’ em falas recentes.

“O Governo Federal como acionista é contra qualquer reajuste nos combustíveis, não só pelo exagerado lucro da Petrobras em plena crise mundial, bem como pelo interesse público previsto na Lei das Estatais”, disse Bolsonaro sobre o reajuste que deve encarecer o frete.

Com Estadão Conteúdo

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Eduardo Vargas

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