Após reajuste do diesel, caminhoneiros criticam governo e avaliam greve

Lideranças dos caminhoneiros criticaram novamente o governo nesta sexta-feira (17) após o anúncio do novo reajuste da gasolina e do diesel pela Petrobras (PETR4). O grupo julga que o Executivo “falhou e foi incompetente” no reajuste dos combustíveis, cobra uma ação do presidente Jair Bolsonaro (PL) e fala sobre a iminência de outra greve de escala nacional.

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A Petrobras aumentou nesta sexta-feira o preço da gasolina em 5,18%.O reajuste do diesel foi de 14,26%. De acordo com a empresa, esses novos valores passam a valer no sábado (18) para a venda para as distribuidoras.

Por pressão do governo, o preço da gasolina passou 99 dias sem reajustes da estatal. O do diesel ficou congelado por 39 dias. A Petrobras afirma que “a companhia tem buscado o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse imediato para os preços internos”.

Contudo, esse incremento foi recebido com preocupação pelos caminhoneiros: o preço tornou-se “indigesto” e a insatisfação pode levar a uma nova greve do setor, se não houver uma solução.

Em nota, um dos principais protagonistas da greve dos caminhoneiros de 2018, Wallace Landim, afirmou que a “grande falha e incompetência” do governo Bolsonaro foi não ter reestruturado a estatal e suas operações no início do mandato.

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Para ele, “o governo se acomodou e, por ironia do destino, o ministro apelidado de posto Ipiranga [Paulo Guedes, da Economia], que deveria resolver esse problema, é o grande culpado deste caos. Hoje chegamos a esse ponto crítico, e ainda temos sérios riscos de falta de diesel. Bolsonaro precisa entender que ficar dando ‘chilique’ não vai resolver o problema”, escreveu Landim.

Mais cedo, antes do anúncio do aumento dos preços, o presidente disse que a Petrobras poderia “mergulhar o Brasil num caos”, citando a alta de preços e desabastecimento ocorridos durante a greve dos caminhoneiros de 2018.

A Petrobras, no entanto, continua justificando a necessidade do movimento de aumento dos preços dos combustíveis. De acordo com a companhia, a alteração atual é necessária porque “o mercado global de energia está atualmente em situação desafiadora”.

Em 2016, a petrolífera adotou a política de Preço de Paridade Internacional (PPI),pela qual a empresa passou a realizar reajustes graduais de preços dos combustíveis levando em conta as variações da cotação do petróleo no mercado internacional, assim como a flutuação do dólar. A medida traria maior competitividade à empresa e melhores resultados.

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Porém, um cenário complexo tanto no Brasil quanto no exterior pressiona a companhia. A Petrobras enfrenta hoje uma crise mundial de logística, problemas decorrentes da guerra entre Rússia e Ucrânia, a crise das commodities e a apreciação do dólar ante o real.

Uma apuração do jornal Metrópoles indicou que o preço do diesel vendido pela Petrobras às refinarias já subiu 168% desde agosto de 2019.

“A verdade é que, de uma forma ou de outra, mantendo-se essa política cruel de preços da Petrobras, o país vai parar novamente. Se não for por greve, será pelo fato de se pagar para trabalhar. A paralisação, no entanto, é o mais provável,” comentou em nota Wallace Landim, sobre a greve dos caminhoneiros.

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Jorge C. Carrasco

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