Fundos imobiliários: veja as 5 maiores altas e baixas do IFIX em 2022

O IFIX, principal índice de fundos imobiliários da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou o ano de 2022 em alta de 2,22%, o primeiro desempenho positivo após dois anos de quedas consecutivas.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/04/Lead-Magnet-1420x240-2.png

O índice de fundos imobiliários terminou o mês de dezembro estável. Antes disso, o IFIX havia registrado 4 meses com um desempenho mensal negativo, outros 6 meses no positivo e o mês de outubro praticamente estável.

A cotação do IFIX registrou a máxima do ano em outubro, aos 3.006,54 pontos, enquanto a mínima foi alcançada aos 2.648,98 pontos, em fevereiro.

Assim como o mercado de ações, o desempenho dos fundos imobiliários de tijolo acabou sendo prejudicado em um cenário de elevação dos juros no Brasil, por meio da Selic.

Além disso, há um contexto macroeconômico desfavorável no exterior, que também registra aumento dos juros e aperto monetário, desfavorecendo ativos de renda variável, como os FIIs.

No Brasil, os ativos de renda variável passaram por grande volatilidade em 2022. Além dos fatores já destacados, o país viveu uma disputada corrida eleitoral para o cargo de presidente da República.

No radar dos investidores, estão os temores com relação ao risco político-fiscal com o novo governo eleito.

A curva de juros se reduziu a partir de três meses de deflação seguidos, entre os meses de julho e setembro.

No entanto, com a intensificação da corrida eleitoral, proximidade das eleições e, posteriormente, com as dúvidas do novo governo eleito, a curva de juros voltou a subir.

Em meio a esse contexto, alguns fundos imobiliários tiveram fortes quedas ao longo do ano, mas também tiveram aqueles que se destacaram de forma positiva, como os FIIs de papel.

Os fundos imobiliários de papel conseguem se destacar em cenário de inflação e juros altos, sobretudo aqueles com maior exposição ao CDI.

Veja quais foram as maiores altas e baixas do IFIX em 2022:

Maiores altas do IFIX em 2022

  • OUJP11: +26,08%
  • RZAK11: +23,69%
  • MALL11: +17,21%
  • TGAR11: +17,10%
  • VGIR11: +16,23%

OUJP11

O OUJP11 foi o principal destaque de alta dos fundos imobiliários em 2022. Por ser um fundo de papel, ele conseguiu “surfar” no aumento dos juros e inflação durante o ano, distribuindo maior rendimento aos seus cotistas.

Em 2022, o fundo distribuiu R$ 15,25 por cota em proventos, quantia 59,44% superior à registrada no ano passado.

RZAK11

Com sua alta exposição ao CDI, a alta da Selic também beneficiou o FII RZAK11. Assim, ele foi um dos maiores pagadores de dividendos entre os fundos imobiliários do IFIX em 2022, com um dividend yield de 18,48%.

No ano de 2022, o RZAK11 pagou R$ 17,88 por cota em dividendos, valor 132,32% maior que de 2021.

MALL11

O ano foi bastante desafiador para os FIIs de tijolo, ou seja, aqueles que investem de forma direta em imóveis.

Apesar disso, uma boa parte deles, como o MALL11, conseguiram ter uma reviravolta. O setor de shoppings, onde o fundo está inserido, conseguiu se recuperar após os impactos negativos trazidos pela pandemia.

Após o fim das restrições colocadas pele pandemia e a consequente reabertura de mercado, os fundos imobiliários de shopping retomaram suas vendas para níveis pré-Covid-19. Assim, o MALL11 obteve uma forte valorização no preço de suas cotas.

Maiores quedas do IFIX em 2022

  • XPPR11: -47,74%
  • RBRP11: -29,26%
  • NSLU11: -25,25%
  • RECT11: -19,07%
  • TORD11: -14,98%

XPPR11

Se por um lado alguns fundos de tijolo, como o MALL11, conseguiram se recuperar em 2022, não é possível dizer o mesmo sobre o XPPR11.

O fundo imobiliário XPPR11 é um FII de tijolo, com foco em lajes corporativas. Mesmo após a reabertura de mercado, o setor desse FII foi um dos mais impactados durante a pandemia.

Ele ainda apresenta patamares elevados de vacância e dívida, que se soma a recuperação lenta do segmento de lajes corporativas.

RBRP11

Do mesmo setor que o XPPR11, o RBRP11 também foi um dos fundos de lajes corporativas que acabou caindo fortemente no ano.

O cenário macroeconômico desfavorável aos fundos de tijolo, somado à questão de dificuldade de recuperação do setor de lajes corporativas também impactou negativamente as cotações do RBRP11, que reduziu o pagamento de dividendos em 3,60% em 2022.

NSLU11

Entre os meses de março e maio, o fundo NSLU11 não anunciou novos pagamentos de dividendos. O FII interrompeu a distribuição de proventos para pagar sua dívida com a locatária Rede D’Or.

Em meio às novas atualizações de diferentes ações judiciais que o fundo está envolvido, sua cotação vem se recuperando desde julho, quando voltou a pagar dividendos aos seus investidores.

No entanto, essa alta obtida no segundo semestre não foi suficiente para tirar o NSLU11 das maiores baixas entre os fundos imobiliários do IFIX em 2022.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/04/1420x240_TEXTO_CTA_A_V10.jpg

João Vitor Jacintho

Compartilhe sua opinião