Cielo (CIEL3), IRB Brasil (IRBR3): veja as 5 maiores altas e baixas do Ibovespa em 2022

O Ibovespa, principal índice de ações brasileiras da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou o ano de 2022 em alta de 4,69%, aos 109.734 pontos. O desempenho do índice no mês de dezembro foi de -2,45%.

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A cotação do Ibovespa registrou sua máxima do ano aos 121.628,22 pontos, no dia 5 de abril, enquanto a mínima foi alcançada em 15 de julho, aos 95.266,94 pontos.

O ano teve como um dos principais destaques a forte elevação na taxa básica de juros brasileira, a Selic, além de grande volatilidade com a corrida eleitoral.

Além disso, também foi um ano marcado pela tentativa dos bancos centrais das maiores economias do mundo de conter o avanço da inflação, com elevação das taxas de juros e aperto monetário.

As economias mundiais ainda sofriam com os impactos trazidos pela pandemia, enquanto se iniciava a guerra da Ucrânia, dificultando a busca de recuperação das consequências no pós-Covid.

O ano de 2022 foi bastante desafiador para a Bolsa de Valores brasileira (B3) como um todo, principalmente para empresas com maior dificuldade operacional, de mercado e gestão, conforme aponta Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil.

Nesse cenário, ações de empresas como IRB Brasil (IRBR3), Americanas (AMER3), BRF (BRFS3), CVC (CVCB3), Qualicorp (QUAL3) e Magazine Luiza (MGLU3) acumularam fortes quedas ao longo de 2022.

Por outro lado, ações como Cielo (CIEL3), PetroRio (PRIO3), BB Seguridade (BBSE3), Hypera (HYPE3) e Assaí (ASAI3) registraram fortes altas no acumulado do ano.

Veja quais foram as 5 maiores altas e baixas do Ibovespa em 2022, conforme levantamento realizado pela Suno.

Maiores altas de 2022

  • Cielo (CIEL3): 139,27%
  • PetroRio (PRIO3): 83,39%
  • Hypera (HYPE3): +64,66%
  • BB Seguridade (BBSE3): +63,64%
  • Assaí (ASAI3): +53,07%

Cielo

As ações da Cielo mais que dobraram ao longo de 2022, liderando com folga o ranking de maiores altas do Ibovespa no período, depois de se recuperar de fortes baixas nos últimos anos.

A empresa apresentou resultados trimestrais mais otimistas em 2022, em meio a um maior controle de gastos, além de conseguir ter uma maior participação no mercado concorrido de maquininhas.

PetroRio

As ações da PetroRio também registraram fortes altas em 2022, em meio a estratégia de aquisições da empresa, como aconteceu no fechamento de contrato para combinação de negócios com a Dommo (DMMO3).

Além disso, um dos fatores que colaborou para a alta das ações foi a rotação dos ativos da Petrobras para os ativos da PetroRio. A empresa continua na procura pela aquisição de outros ativos, o que aumentou o otimismo do mercado em relação à companhia.

Hypera

As ações da Hypera também apresentaram um bom desempenho no ano, em meio ao registro de fortes resultados trimestrais no período.

Além disso, algumas instituições financeiras, como o Itaú BBA, apontam a resiliência do setor farmacêutico, que apresenta crescimento relevante, de modo que a Hypera sai como uma das beneficiadas no segmento.

BB Seguridade

A forte alta das ações da BB Seguridade ocorreu em meio ao registro de resultados mais positivos da companhia, conforme destacado pela própria empresa.

O Bradesco BBI revisou as recomendações no setor financeiro não-bancário. A instituição aumentou o preço-alvo das ações da BB Seguridade de R$ 31 para R$ 35 em novembro, embora a recomendação ainda seja neutra.

Assaí

No final do ano passado, o Assaí adquiriu lojas da bandeira Extra, do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3).

Além disso, o grupo francês Casino, acionista controlador majoritário, vendeu 140,8 milhões de ações do Assaí, que corresponde a 10,4% do capital social da companhia, com o objetivo de diminuição da dívida.

Apesar do cenário macroeconômico desfavorável, as ações do Assaí subiram forte no Ibovespa em 2022, após aderir a uma postura mais defensiva.

Idean Alves diz que o Assaí cresceu muito em 2022, assim como o Grupo Mateus, e outros do modelo atacarejo, que passa pelo movimento de expansão e consolidação, onde a meta não seria apenas “loja de rua”, mas também se transformar em um grande centro logístico para o consumidor final, e mercados intermediários.

“Assaí vem a ser a única empresa listada na bolsa de valores com sua operação totalmente dedicada ao segmento de Atacarejo, que tem um benefício no curto-médio prazo em relação ao cenário macro mais desafiador de 2022, e que deve continuar difícil em 2023”, completa.

Maiores quedas de 2022

  • IRB Brasil (IRBR3): -78,01%
  • Americanas (AMER3): -68,89%
  • CVC (CVCB3): -65,11%
  • Qualicorp (QUAL3): -63,70%
  • Méliuz (CASH3): -61,31%

IRB Brasil

O IRB Brasil passou por um escândalo de gestão, em que teria inflado os números da companhia para elevar os bônus dos gestores.

“Quanto mais a cotação se valorizasse, chegava ao ponto de espalhar a informação de que Warren Buffett era acionista com uma posição relevante, fato esse que foi desmentido pelo próprio Oráculo de Omaha”, diz Idean Alves.

Em meio a esse cenário, a empresa passou por um grupamento de ações de 30 para 1, e se aproxima de um aumento de capital, que deve diluir ainda mais a posição dos acionistas. Assim, as ações do IRB Brasil caminham para mínimas recordes.

Americanas

As ações da Americanas ainda são bastante impactadas com o cenário macroeconômico, em meio a elevação das taxas de juros para conter a inflação, que se encontrava em patamares elevados, o que acabou prejudicando as empresas de varejo.

Além disso, os resultados do terceiro trimestre de 2022 (3T22) também se mostraram pouco animadores para o mercado, afetando o desempenho dos papéis.

Apesar disso, o mercado financeiro tem expectativas positivas com relação à nomeação de seu novo CEO para 2023, Sergio Rial, antigo presidente do Santander.

CVC

Apesar do cenário mais positivo que se construía para a empresa na reabertura econômica pós-pandemia, as ações da CVC registraram forte queda em 2022.

Em seu balanço do terceiro trimestre de 2022 (3T22), a CVC conseguiu reduzir o prejuízo registrado anteriormente. Mesmo assim, apresentou um resultado trimestral negativo de R$ 75 milhões.

O resultado negativo veio em meio a um alto patamar de endividamento, que acabou persistindo com o avanço da Selic, embora a empresa tenha apresentado aumento de receita.

“Houve um aumento do volume de receita, mas com uma piora da margem operacional em razão da elevação dos custos as empresas [do turismo] conseguiram vender, mas só que ‘lucrando’ menos ou tendo prejuízo”, diz Alves.

Qualicorp

As ações da Qualicorp fecharam em forte queda no acumulado de 2022, após registrar números fracos nos últimos trimestres.

Os resultados menos expressivos da Qualicorp ocorreram em meio a uma quantidade maior de cancelamentos de planos de saúde, depois de reajustes de preços para cima.

Além disso, apresentou uma taxa de churn persistentemente alta que, somado ao cenário macroeconômico, são fatores que prejudicam o crescimento da receita da empresa.

Méliuz

O movimento de alta de juros também afetou o desempenho das ações do Méliuz, em um cenário negativo para as empresas de varejo do ponto de vista macroeconômico.

Em seu balanço do terceiro trimestre de 2022, o Méliuz registrou um prejuízo líquido consolidado de R$ 18 milhões.

Para 2023, o cenário ainda é bastante incerto para o mercado brasileiro. No radar dos investidores estão as preocupações com o risco fiscal pós-eleições e o início do novo governo do presidente eleito Lula, sobretudo depois da aprovação da PEC da Transição.

Além disso, os investidores de ações aguardam o cenário que vai se construir na nova gestão da economia brasileira, com a nomeação de Fernando Haddad para o Ministério da Economia, enquanto repercutem o contexto de juros elevados e aperto monetário no exterior, somado à continuidade dos conflitos entre Rússia e Ucrânia.

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João Vitor Jacintho

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