CPTS11 vale a pena? Veja expectativas e desafios para um dos maiores FIIs do mercado

Confira quais são as principais perspectivas sobre o momento atual do fundo imobiliário CPTS11, um dos maiores FIIs do Brasil.

O fundo imobiliário CPTS11, gerido pela Capitânia, tem sido alvo de debates no mercado, principalmente em função de sua estratégia de alocação, conflitos de interesse, nível de alavancagem e o potencial de valorização da carteira. Em live no YouTube, o professor Marcos Baroni, especialista em FIIs da Suno Research, trouxe análises que ajudam a compreender melhor o momento atual do fundo.

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Ao ser questionado sobre um possível conflito de interesses em alguns dos FIIs da carteira do CPTS11, Baroni diz que, “o maior risco do CPTS11 hoje não é esse possível conflito de interesses, acho que esse conflito é um risco de imagem. Inclusive, eles trazem uma tabela que traz também todos os fundos ‘conflitados’ e o retorno de cada um, mostrando que o conflito teria gerado resultado de alguma forma”.

Nesse sentido, a gestora divulgou em seu relatório uma tabela comparando os resultados de investimentos do FII CPTS11 em fundos também administrados pela Capitânia.

Até o momento, a performance tem superado algumas referências. A TIR média ficou em 18,5%, acima do IFIX (15,3%), CDI (12,9%) e IMA-B (10,3%). 

Apesar desse resultado, Baroni alerta que “o grande ‘problema’ do CPTS11 hoje é a alavancagem. Ele [o FII CPTS11] têm 21,3% de alavancagem, e um custo de CDI + 0,80%”, destaca o professor. Segundo ele, os dois últimos resultados foram “puxados para baixo”, diante do fundo estar pagando quase R$ 8 milhões mensais em despesas financeiras, o que gera maiores desafios para compensar esse custo.

“Esse para mim é o grande desafio. É uma ‘roda gigante’ ali de giro de carteira para conseguir sustentar esses rendimentos”, completa Baroni.

Apesar disso, de acordo com o relatório mais recente, o fundo projeta para os próximos meses dividendos na faixa de R$ 0,085 por cota, o que representa um dividend yield anualizado de 14,95% considerando a cotação de mercado de R$ 7,28.

Em cenários alternativos, a projeção de dividendos do CPTS11 varia de R$ 0,075 por cota (13,09% ao ano) até R$ 0,095 por cota (16,83% ao ano).

No pagamento mais recente, em 19 de agosto de 2025, o fundo CPTS11 distribuiu R$ 0,086 por cota, ligeiramente abaixo do valor do mês anterior, que foi de R$ 0,088. Ao longo dos últimos 12 meses, os rendimentos do CPTS11 somaram R$ 0,948 por cota.

Resultados do CPTS11 e estratégia de ganho com FIIs

Em julho, o fundo registrou lucro líquido de R$ 27,719 milhões, praticamente em linha com o mês anterior, de R$ 27,487 milhões.

As receitas alcançaram R$ 38,989 milhões, enquanto as despesas chegaram a R$ 11,27 milhões. O resultado por cota foi de R$ 0,084, com distribuição de R$ 0,086 em agosto.

Um dos pontos que chamou a atenção de Baroni foi o desempenho da carteira de FIIs. Somente em julho, o CPTS11 obteve ganho de capital de R$ 9,012 milhões com fundos imobiliários.

No acumulado de 2025, a estratégia de giro de carteira tem sido um destaque positivo, marcando a transição do fundo de um perfil mais concentrado em CRIs para uma presença mais forte em FIIs.

Atualmente, o fundo imobiliário CPTS11 possui 18 CRIs, que representam 33,2% da carteira, todos indexados ao IPCA, com taxa média de IPCA + 8,72% ao ano.

Já a parcela destinada a fundos imobiliários representa 58,8% dos ativos, com predominância de fundos de tijolo (86,2%) e o restante em fundos de papel (13,8%).

Desconto patrimonial e potencial de valorização

Outro aspecto que chama atenção é o desconto sobre o valor patrimonial. Na cotação de 2 de setembro de 2025, o CPTS11 era negociado a R$ 7,40 por cota, enquanto seu valor patrimonial era de R$ 8,87 por cota, o que representa um P/VP de 0,83 e um desconto patrimonial de aproximadamente 17%.

Considerando os ativos em carteira, a gestão estima um potencial de valorização de até 35,7% sobre a parte de FIIs, ou de 21,2% quando comparado ao patrimônio líquido.

Aviso importante: este conteúdo tem caráter exclusivamente informativo e não constitui recomendação de compra ou venda de cotas do FII CPTS11 ou de qualquer outro ativo financeiro. A decisão de investir deve levar em conta o perfil de risco e os objetivos individuais de cada investidor.

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Redação Suno Notícias

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