Confira os cinco FIIs que mais valorizaram em março

Em meio à pandemia de coronavírus, os Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs), assim como as ações, estão enfrentando uma volatilidade maior do que é considerado “normal”. Assim, a rentabilidade de muitos FIIs acabou caindo, em relação ao mês de fevereiro. O SUNO Notícias separou os cinco fundos que mais valorizaram em março.

Especialistas do mercado financeiro consideram os FIIs como investimentos menos arriscados do que as ações, por exemplo. Isso porque os fundos imobiliários possuem uma remuneração recorrente e costuma pagar proventos mensais.

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Os fundos remuneram os investidores de acordo com os lucros obtidos com as receitas de aluguéis, vendas de imóveis e arrendamentos.

Veja os cinco FIIs com maior rentabilidade do mês de março:

1° Habitat 1 (HBTT11)

Em março, o fundo imobiliário que mais valorizou foi o FII Habitat 1 (HBTT11), que tem seus investimentos destinados aos títulos de dívida imobiliária e valores mobiliários. A rentabilidade deste FII no mês passado foi de 2,13%. O valor patrimonial do HBTT11 é de R$ 1065,83.

O HBTT11 foi constituído ao final de 2016. O Habitat 1 investe a maior parte dos recursos em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI). Além disso, a venda de imóveis também ajuda na valorização do fundo. O fundo é administrado pela Vórtx DTVM Ltda.

2°  Hedge Atrium Shopping Santo André (ATSA11)

O Fundo Imobiliário Hedge Atrium Shopping Santo André (ATSA11), que tem como operação principal a compra e construção de ativos para alugar e gerar renda mensal, registrou uma rentabilidade de 1,65% em março. O principal ativo desse fundo é o Shopping Santo André. O valor patrimonial por cota deste FII é de R$ 111,44.

Administrado pela Hedge Investments Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários, sediada em São Paulo, o ATSA11 foi constituído em dezembro de 2010, de acordo com o site “Funds Explorer”.

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É importante destacar que as aplicações em fundos, assim como em outras fontes de renda variável, não garantem lucratividade ao investidor. Por isso, é importante que o investidor esteja bem informado sobre o fundo em que irá adquirir cotas.

3°  Brazil Realty (BZLI11)

O Brazil Realty (BZLI11) é um fundo imobiliário híbrido, ou seja, papel e tijolo. Isso quer dizer que o fundo lida com dois tipos de negócio, sendo tanto os investimentos diretos em empreendimentos comerciais ou residenciais, quanto como em títulos financeiros atrelados ao setor imobiliário, como CRIs. O fundo rentabilizou 1,27% em março.

O BZLI11 é administrado pela Foco DTVM. Vale destacar que é um fundo destinado apenas para investidores qualificados.

4° BB Votorantim Cidade Jardim Continental Tower (BBVJ11)

O BBVJ11 é um fundo imobiliário que opera investimentos na linha de empreendimentos imobiliários físicos. Por isso, é um FII do tipo tijolo. Seu valor patrimonial é de R$ 57,57. O fundo, administrado pela Votorantim Asset Management, rentabilizou 0,80% em março.

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Denominado BB Votorantim Cidade Jardim Continental Tower, este FII foi criado em dezembro de 2010 e é destinado apenas para investidores qualificados, pessoas físicas ou jurídicas. É importante destacar também que, desde o primeiro pregão de abril, o BBVJ11 já registra rentabilidade 19,96%.

5° NPAR11

O NPAR11, sob custódia da Planner Corretora de Valores, é um fundo de papel, com foco em CRIs. O FII rentabilizou 0,76% em no terceiro mês de 2020.

O Fundo de Investimento Imobiliário Nestpar trabalha com a aquisição de ativos lastreados a imóveis, incorporações ou revenda, com prazo de duração indeterminado. O fundo foi constituído em 2016 e cada cota custa R$ 127.

O que é o FII e como investir?

O Fundo de Investimento Imobiliário consistem em um conjunto de investidores que juntam seus recursos para aplicar em empreendimentos imobiliários, como: shoppings, edifícios comerciais, escolas, galpões logísticos e condomínios residenciais.

O especialista em fundos imobiliários, Marcos Baroni, explicou, em entrevista ao Suno Notícias, o que o investidor novo no mercado precisa para adquirir cotas de um FII. “É um ativo como outro qualquer negociado na bolsa. Você só precisa de uma conta na corretora, fazer seus estudos iniciais sobre qual tipo de fundo está alinhado ao seu perfil e adquirir as cotas. Hoje há muitos sites que mostram os códigos que cada fundo opera na B3”, indica Baroni.

O que esperar do atual cenário do mercado em relação aos FIIs?

Para Baroni, o atual cenário do mercado ainda é de muitas incertezas. “Estamos em um cenário de muitas indefinições, a gente não sabe exatamente o tamanho do problema que iremos enfrentar pela frente. Não sabemos exatamente de onde irão vir as inadimplências, as renegociações. O que é um entendimento coletivo dos gestores é que vamos passar por um período de longas concessões e renegociações”, afirma o professor de Gestão de Projetos e Processos.

Entretanto, Baroni reforça que os fundos não estão com caixas muito apertados. “A questão de fundo falir, ou quebrar, está meio fora de cogitação. Os que tem uma posição de caixa maior, obviamente tendem a passar por essa crise, mas o grande problema é que não sabemos quanto ela vai durar ainda”, ressalta o especialista.

“O setor de shoppings acabou sendo um dos primeiros a ser impactado, mas se você olhar para o horizonte de longo prazo, você entende que depois que a crise passar, eles tendem a ter um desempenho melhor, justamente porque foram os que mais caíram”, conclui Baroni, destacando a queda dos FIIs que operam shopping centers nos últimos meses.

Juliano Passaro

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