Fed mantém taxa de juros zerada, mas prevê aumento até o fim de 2023

O Federal Reserve (Fed) manteve, nesta quarta-feira (16), a taxa de juros referencial dos Estados Unidos no intervalo entre 0% e 0,25%.

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A decisão pela manutenção da taxa de juros foi unânime entre os integrantes do Federal Open Market Committee (Fomc). A reunião, ainda, mostrou que a autoridade monetária central norte-americana prevê um aumento da taxa de juros até o fim de 2023, antes do que o Fed previa anteriormente.

Os investidores aguardavam o encontro dos líderes da política monetária norte-americana. Os últimos meses foram marcados pela intensa recuperação econômica, impulsionada pela vacinação no país.

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Com isso, a inflação também acompanhou o movimento altista e tem superado as expectativas do mercado. O Fed tem a meta de inflação de 2% ao longo dos próximos anos. Para o fim de 2021, porém, a projeção é de 3,4%.

“O progresso na vacinação reduziu a disseminação da Covid-19 nos Estados Unidos”, disse o BC estadunidense em um comunicado após o encontro iniciado na última terça-feira (14). “Em meio a esse progresso e forte apoio político, os indicadores de atividade econômica e de emprego se fortaleceram.”

As projeções atualizadas do Fed demonstram que 13 dos 18 integrantes indicaram que esperam elevar a taxa de juros até o fim de 2023.

Na última reunião, em março, a maior parte dos formuladores das políticas previam manter as taxas de curto prazo estáveis no perído.

Segundo o Fed, o progresso na vacinação reduziu a disseminação do novo coronavírus no país e, em meio a esse progresso e com forte apoio governamental, os indicadores de atividade econômica se fortaleceram.

A autoridade monetária prometeu continuar com a compra de ativos no atual ritmo, de US$ 120 bilhões mensais, até que um “progresso substancial” fosse observado no mercado de trabalho e inflação. As compras mensais do Fed ocorrem desde junho do ano passado.

Fed desconfortável com inflação

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos atingiu 0,6% em maio em comparação a abril. A inflação acumula 5% na base anual, a maior desde 2008, quando o país passava pela crise do subprime.

Os dados divulgados pelo Departamento de Trabalho na última semanas superaram as expectativas compiladas pela Refinitiv. Os economistas esperavam uma alta de 0,4% na comparação com abril e de 4,7% frente maio de 2020.

O mercado, que se mostrava temeroso com o rápido aumento de preços na economia, atenuou o pessimismo desde então.

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Há a percepção de que o avanço da inflação nos últimos meses ocorreu pelo descasamento de oferta e demanda da reabertura da economia, o que deve ser ajustado ao longo do ano.

Mesmo assim, os integrantes do Fed temem que se a inflação ultrapassar mais do que 2% por muito tempo, empresas e consumidores passariam a contar prever o aumento dos preços e antecipar esse movimento, acelerando-o ainda mais.

Com as expectativas de inflação em alta, o BC poderia se ver obrigado a apertar a política monetária mais cedo ou mais agressivamente antes do que o esperado, para ancorar novamente as projeções em torno de 2%.

“A interpretação do mercado, no primeiro momento, é negativa. A visão de que a inflação é transitória passa a ser questionada pelos investidores, que veem um risco de decisões mais drásticas à frente”, diz Aroldo Holanda Filho, assessor e head de renda variável da Aplix Investimentos.

Pouco antes do anúncio do Fed, o mercado já havia trocado em mão. Após iniciar o pregão em estabilidade, o S&P 500 cai 0,95%, para 4.206,09 pontos, por volta das 15h43.

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Jader Lazarini

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