Fed mantém taxa de juros entre zero e 0,25% ao ano

Em decisão unânime, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) manteve a taxa dos Fed funds na faixa entre 0% e 0,25% ao ano.

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A decisão do Fed, anunciada após a reunião dos integrantes do Fomc nessa quarta-feira (22), já era esperada por analistas consultados pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Além disso a autoridade monetária norte-americana também decidiu manter a taxa de desconto em 0,25% e a taxa de juros sobre excesso de reservas (IOER, na sigla em inglês) em 0,15%.

O Fed manteve o volume de compras de Treasuries, realizados por meio do programa de relaxamento quantitativo (QE), em US$ 80 bilhões por mês. As compras de títulos lastreados em hipotecas (MBS) foram mantidas em US$ 40 bilhões mensais.

A autoridade monetária também se comprometeu a realizar operações de acordo de recompra reversa a uma taxa de oferta de 0,05% e com um limite por contraparte de US$ 160 bilhões por dia.

O Fomc julgou, em sua última reunião de decisão monetária, que uma “moderação no ritmo de compra de ativos pode se justificar em breve”, caso o progresso na economia continue como esperado.

“Essas compras de ativos ajudam a promover o funcionamento regular do mercado e condições financeiras acomodatícias, ajudando assim a manter o fluxo de crédito a famílias e negócios”, afirmam no comunicado.

O Fomc julga que “progresso substancial” já foi feito em direção às metas de inflação e desemprego desde dezembro, quando anunciou que manteria o volume de compra de ativos em US$ 120 bilhões por mês.

Os dirigentes do Fed disseram ainda esperar que uma postura acomodatícia na política monetária seja mantida pelo banco central americano até que as metas de inflação e desemprego sejam atingidas. O Fomc garantiu estar preparado para ajustar suas decisões monetárias de modo apropriado caso surjam riscos que ameacem seus objetivos. “As avaliações do Comitê levarão em conta uma ampla gama de informações, incluindo leituras sobre saúde pública, condições do mercado de trabalho, pressões e expectativas inflacionárias, e desenvolvimentos financeiros e internacionais”, afirmam.

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Na avaliação do Fed, inflação está ‘elevada’

Além disso, em seu comunicado da decisão de política monetária desta quarta-feira, o Fed afirmou que a inflação está “elevada” nos Estados Unidos, porém considerou que isso reflete “em grande medida fatores transitórios.” A autoridade monetária também destacou que que as expectativas de inflação para o mais longo prazo continuam ancoradas na meta de 2%.

O BC americano reafirmou seu objetivo de buscar máximo emprego e inflação na meta de 2% no mais longo prazo. O conselho do Fed busca manter a inflação “moderadamente acima” de 2% por “algum tempo”, de modo que ela atinja a meta de 2% com o tempo e que as expectativas sigam bem ancoradas. “O Comitê espera manter uma postura acomodatícia da política monetária até que esses resultados sejam atingidos”, diz o texto do comunicado.

O Fed elevou sua projeção para a inflação medida pelo índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) em 2021 de 3,4% para 4,2%, conforme documento divulgado nesta quarta-feira, 22. O banco central americano também elevou a projeção de inflação para 2022, que passou de 2,1% para 2,2%.

Para 2023, a projeção foi mantida em 2,2% e, em 2024, o Fed projeta inflação de 2,1%. No longo prazo, a projeção é de 2,0%.

Quanto ao núcleo de inflação, o Fed elevou a projeção de 3,0% para 3,7% em 2021, de 2,1% para 2,3% em 2022, de 2,1% para 2,2% em 2023. Para 2024, a projeção é de 2,1%.

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Os dirigentes do Fed dizem ainda que, em sua política, levarão em conta uma série de informações, incluindo o quadro na saúde pública, as condições no mercado de trabalho, as pressões inflacionárias e as expectativas para esta, bem como o quadro financeiro e internacional.

Além disso, na avaliação do Fomc, ritmo da economia americana continua a depender do curso do da pandemia de coronavírus. “Progressos na vacinação provavelmente irão continuar a reduzir os efeitos da crise da saúde pública sobre a economia, mas os riscos às perspectivas econômicas ainda permanecem”, afirmaram os dirigentes.

Segundo eles, os indicadores de atividade econômica continuaram a se fortalecer dado o progresso na vacinação e forte apoio de políticas. “Os setores mais afetados pela pandemia melhoraram nos meses mais recentes, mas o aumento no número de casos de covid-19 retardou sua recuperação”, afirmou o Fed.

Os dirigentes do Federal Reserve (Fed) reduziram sua projeção para o PIB dos Estados Unidos em 2021, de 7,0% na mediana das projeções divulgadas em junho para 5,9% neste mês. Por sua vez, a expectativa para o crescimento do país em 2022 foi elevada, passando de 3,3% para 3,8%.

Os dirigentes também elevaram sua expectativa para a alta do PIB em 2023, de 2,4% para 2,5%. Em 2024, a expectativa é de avanço de 2,0%, nível que ficou em 1,8% para o longo prazo.

Com informações do Estadão Conteúdo.

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Laura Moutinho

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