Exclusivo: Nuvini deve buscar IPO nos EUA e projeta (mais) aquisições

Nem Locaweb (LWSA3), Magazine Luiza (MGLU3) ou Via (VVAR3). Quem vem aquecendo o mercado de fusões e aquisições neste ano no Brasil é a Nuvini, empresa de Saas (software como serviço, em inglês). Com cinco aquisições anunciadas e outras sete projetadas até o fim deste trimestre, a companhia de tecnologia já projeta realizar um pedido de IPO (oferta pública de ações, em inglês) nos Estados Unidos.

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De acordo com o diretor-presidente (CEO) da empresa, Pierre Schurmann, em entrevista exclusiva ao SUNO Notícias, a Nuvini vê o mercado de capitais americano como mais receptivo à abertura de capital de uma empresa de tecnologia.

“Nós vamos acessar o mercado de capitais, provavelmente em um horizonte de 12 a 18 meses” disse. “Nossa preferência é por listar na Nasdaq“, completou. A busca por investidores internacionais vem se tornando um caminho comum para empresas de tecnologia brasileiras, que conseguem melhores valuations em um mercado mais maduro em relação às inovações.

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“Somos um SAAS e esse é um modelo mais conhecido de investidores fora do Brasil, o que impacta na análise sobre a nossa empresa. Por isso, nossa preferência é por listar na Nasdaq, mas se o mercado brasileiro conseguir entender melhor [a empresa] até lá, podemos optar por aqui, apesar de preferirmos os EUA”, disse o executivo, que comandou durante dez anos a Bossa Nova Investimentos.

Pierre Schurmann, CEO da Nuvini - Foto: Divulgação
Pierre Schurmann, CEO da Nuvini – Foto: Divulgação

Para que a abertura ocorra nos EUA, a Nuvini já iniciou a busca por uma consultoria para realizar o processo de implementação de medidas para a Lei Sarbanes-Oxley, conhecida como SOx.

A SOx é uma lei criada pelo Congresso americano em 2002 para proteger os investidores e stakeholders das empresas contra possíveis fraudes financeiras. A lei faz parte do processo de mitigação de riscos, criado pelo governo americano em 2002. Por isso, empresas listadas no Securities and Exchange Comission (SEC) passaram a ser regidas pelas diretrizes dessa lei.

“Já somos auditados e vamos começar o processo agora em junho. A gente nasceu auditado, sabemos que precisamos de muito capital. Em 2019, o mercado de venture capital não era desse tamanho e por causa disso a gente sempre foi auditado, para conseguirmos captar de forma mais fácil”, afirmou.

O processo de IPO deve ocorrer entre 12 e 18 meses, segundo o CEO da Nuvini. Questionado sobre a preocupação de perder o atual bom momento do mercado de capitais, Schurmann afirma que, se necessário, a companhia pode acelerar o processo caso encontre uma boa oportunidade de aquisição no mercado que necessite de mais capital.

“Preocupação sempre existe. Mas, o nosso business é algo de longo prazo. Olhando o setor de SAAS B2B, ele ainda está engatinhando, assim como a penetração de ERPs (Enterprise resource planning, ou sistema de gestão integrado). Entendemos que estamos trabalhando esse mix, essa sequência de captação e aquisições e pode ser que a gente acelere essa janela e esse caminho”, disse.

“Mas o que nos faria acelerar não seria o mercado, mas sim encontrar boas aquisições, maiores, que nos permitissem crescer e mudar de patamar o negócio, com empresas que nos oferecessem faturar R$ 1 bilhão já no ano que vem”, completou.

 

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Nuvini deve continuar comprando

A empresa, que se inspirou no conglomerado de tecnologia canadense Constellation, busca ser uma holding de empresas de software. Assim, a companhia já anunciou cinco aquisições só neste ano.

Agora, a Nuvini deve anunciar outras três, que já estão fechadas, e mais sete aquisições que estão em reta final de negociação até o final do terceiro trimestre, sempre voltadas a marketing, vendas, finanças e gestão.

“Olhamos mais de 250 empresas. Temos hoje cinco anunciadas e três que deveremos anunciar em breve. Além disso, temos mais sete aquisições já bem engatilhadas até o final do Q3. Só não aceleramos pois há um processo interno de ajuste, buscar sinergia, não apenas jogamos para dentro, então a medida que ficamos redondo, vamos acelerar o passo”, disse.

Segundo o CEO, o perfil das empresas adquiridas são de companhias B2B, com R$ 15 a R$ 50 milhões de faturamento, o que deve permitir que a Nuvini encerre o ano com mais de R$ 450 milhões de faturamento.

“[Essas aquisições] devem nos dar algo em torno de R$ 450 milhões de faturamento. Das nossas empresas, 100% crescem e dão lucro, a gente não compra empresas que queimam caixa. Não queremos concorrer com venture capital, olhamos mais a frente, com líderes de segmentos e estamos dispostos adquirir empresas que estão em um ritmo mais tranquilo”, disse o CEO da Nuvini.

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Vinicius Pereira

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