Grana na conta

EXCLUSIVO: “Ambev (ABEV3) nunca vendeu tanta Corona no Brasil”, diz diretor, que revela estratégia por trás das cervejas

A Corona, cerveja mexicana da Ambev (ABEV3), viu suas vendas dispararem 70% neste trimestre, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Segundo dados da cervejaria, em seis dias de Carnaval em 2024, a quantidade de Corona vendida foi equivalente a dois meses de 2023.

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Avaliada como a marca de cerveja mais valiosa do mundo pelo Brand Finance, a Corona, que compõe o catálogo de cervejas de linha premium da Ambev (ABEV3), registrou um aumento de 40% em seu valor.

Pode parecer muito, mas, em tempos de política monetário pressionada, o aumento é apenas um detalhe dentro de um plano bem estruturado para o mercado de cervejas premium e super premium Ambev, representado por marcas como Becks, Corona, Original, Spaten e as linhas artesanais Craft.

“A gente vem percebendo que a quantidade de consumidores brasileiros que ficam ‘navegando’ entre o consumo de cervejas premium e não premium vem crescendo ao redor do país. São consumidores “mix””, conta Felipe Cerchiari, Global Brands Director da Ambev, com exclusividade, ao Suno Notícias.

Cerchiari explica que para acessar o topo da categoria de cerveja (os rótulos premium) não é preciso um alto investimento.

“A Corona, por exemplo, pode ser acessada com apenas R$ 3 de diferença para uma cerveja que não é premium. Por isso vemos muito espaço para crescimento do premium no Brasil”, afirma diretor de marcas globais da Ambev (ABEV3).

O foco na linha premium não é novidade entre as cervejarias. Para a Ambev, controlada pela AB Inbev, a chave virou há cinco anos atrás.

“Desde 2019, nosso premium cresceu cerca de 8 milhões de hectolitros [volume de produção de cerveja]. Já nossos volumes totais cresceram mais de 11 milhões de hectolitros, o que é maior do que o crescimento da indústria no período”, revela Cerchiari ao Suno Notícias.

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Demanda por rótulos premium aumentou, afirma diretor da Ambev (ABEV3)

Cervejas mais populares como a Brahma e Skol continuam relevantes para a Ambev. Contudo, a mudança de demanda observada nos últimos anos estimulou um investimento da companhia em novas linhas e tecnologias para bebidas de maior valor agregado.

Em 2023, o volume do portfólio premium da Ambev cresceu 25% em comparação ao ano anterior. “Se formos considerar desde 2019, o crescimento total foi de 200%. E temos certeza de que ainda há bastante espaço para crescer,” diz Cerchiari.

Entre os frutos colhidos com o segmento premium, a ABEV3 viu as vendas da Spaten quintuplicarem desde o seu lançamento no Brasil, em 2021.

Enquanto isso, a Corona conquistou o Brasil como segundo maior mercado do mundo, apostando em um marketing voltado para além do sabor, mas em “conexão com a natureza, a vida ao ar livre e os momentos de descompressão.”

“Esses resultados são fruto do nosso trabalho de conexão com o consumidor, de ouvir, de entender e de aproveitar o que os dados nos mostram para inovar cada vez mais”, comenta o diretor da Ambev.

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Camila Paim

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