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ESG: Magazine Luiza (MGLU3) e Itaú (ITUB4) estão entre preferidas do Santander

ESG é caminho sem volta mas social é desafio, diz Bradesco

O Santander Equity Research da América Latina divulgou uma pesquisa sobre o ESG no Brasil e criou um portfólio recomendado.

O Santander Equity Research da América Latina divulgou, nesta semana, uma pesquisa sobre o ESG no Brasil e criou um portfólio recomendado de 14 empresas que seguem essas premissas. Dentre as escolhidas estão Magazine Luiza (MGLU3), Itaú (ITUB4), Localiza (RENT3), entre outras de diferentes setores da economia.

Segundo os analistas Maria Paulo Cantusio e Daniel Gewehr em relatório divulgado, enquanto os ativos de investimento ESG representam cerca de 30% dos recursos sob gestão de forma global, no Brasil essa participação é de apenas 0,12%. Entretanto, eles pontuam que o País está bem posicionado para que essa modalidade de avaliação de investimentos cresça nos próximos anos.

De acordo com um levantamento da Anbima e da consultoria KPMG, 70% dos investidores locais possuem ou estão desenvolvendo uma política de investimento sustentável — ao passo que dentre as 100 maiores empresas do Brasil, 85 já têm políticas ESG baseadas em estruturas globais (normalmente o Global Reporting Initiative, ou GRI).

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A estrutura de análise utilizada para o ESG no Brasil contempla uma pesquisa qualitativa entre as empresas que têm pontuação suficiente em seus indicadores. De forma a ponderar as peculiaridades de cada setor e o engajamento de tais empresas nos aspectos sustentáveis, a carteira recomendada ficou da seguinte forma:

Destaques por empresas

No que se refere à Magazine Luiza, por exemplo, os analistas dizem que a empresa cumpre bem seu papel no ESG por fazer parte do Novo Mercado, além de ter 41% das ações em free float, enquanto a família fundadora (que controla os 58% restantes), ainda desempenha funções executivas na empresa. O Conselho de sete membros é 43% independente, e conta com três mulheres. A remuneração de executiva também segue a mesma linha: engajamento (NPS de clientes, NPS de funcionários, entre outros incentivos).

O Santander também salientou que a companhia possui um inventário de emissão de gases de efeito estufa desde 2018, mas que ainda trabalha para melhorá-lo. A atividade logística e a melhoria nas rotas têm ajudado nesse sentido.

Quanto ao Itaú, o relatório pondera que apesar de fazer parte do Nível 1 de governança da B3, o banco tem práticas de Novo Mercado, com 100% de tag along para todos os acionistas. Também é destaque a gestão de risco ambiental e social, que faz parte do risco de crédito desde 2004 — vale ressaltar que a equipe de gestão de riscos sustentáveis tem poder de veto nas operações.

O Itaú também tem trabalhado na incorporação de riscos climáticos para mitigar sua exposição e de seus clientes na transição para uma economia de baixo carbono.

Outro destaque fica por conta da Localiza, sobretudo no aspecto ambiental. Recentemente, a companhia investiu em aparelhos de ar condicionado mais eficientes e em lâmpadas LED, que trazem uma redução de 26% na intensidade energética (consumo de energia em relação às receitas). Antes da pandemia, a companhia tinha o objetivo de passar a utilizar energia solar em toda a operações no primeiro semestre deste ano, mas o projete teve que ser adiado.

No lado social, a empresa fornece apenas informações de gênero em relação à diversidade, com mulheres representando 44% dos empregados. A empresa, no entanto, tem programas específicos para contratar imigrantes, deficientes, LGBTQI+, negros e jovens de baixa renda.

ESG no Brasil

De acordo com os especialistas, o Brasil tem todas as ferramentas para fazer uma transição suave para uma economia de baixo carbono. No entanto, isso exigirá um relevante esforço dos stakeholders.

Um aspecto importante é que a economia doméstica não depende de exportações de combustíveis fósseis como alguns países da Ásia, África e até mesmo da América Latina (Bolívia e Equador, por exemplo), então deve ser menos impactado por restrições nas emissões de carbono.

Por outro lado, quando se trata de perspectivas sociais e de governança, há muito o que evoluir. A Fitch Ratings analisa os fatores ESG em seus relatórios soberanos e considera fatores sociais e de governança como um risco relevante para a classificação do Brasil.

“No entanto, os mercados de capitais no Brasil são bastante desenvolvidos e regulamentados, com umbom nível de divulgação das empresas. É verdade que ainda há muito o que fazer em termos de engajamento de empresas e investidores,além da divulgação e padronização das informações ESG; mas acreditamos que o Brasil está no caminho certo” dizem os analistas.

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