Dólar abre semana em baixa de olho em petróleo e juro de Treasuries

O dólar iniciou esta segunda-feira (16) em baixa, recuperando-se ligeiramente após uma breve alta na sexta-feira passada. A leve elevação dos preços do petróleo mais cedo contribuiu para essa recuperação, assim como o aumento nos rendimentos dos Treasuries, que persiste apesar do declínio do índice Empire State de atividade industrial de Nova York, divulgado pelo Federal Reserve (Fed, o BC americano), caindo de 1,9 em setembro para -4,6 em outubro, um resultado pior do que o esperado pelos analistas (-3,0).

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A desvalorização do dólar em relação ao real reflete também a tendência do índice DXY e da moeda americana em relação a várias moedas de países emergentes ligados a commodities, como o peso chileno, o peso mexicano, o rublo russo e o rand sul-africano. Esse movimento segue uma realização de lucros após os ganhos da sexta-feira. Além disso, a cautela global persiste devido aos receios de uma escalada no conflito entre Israel e o grupo Hamas na região.

Na China, o Banco Popular da China (PBoC) manteve sua taxa de juros de médio prazo inalterada em 2,5%, indicando que suas principais taxas de referência permanecerão inalteradas nos próximos dias.

Israel ameaçou intervir na Faixa de Gaza, e o Irã alertou que, se isso acontecer, a guerra pode se espalhar para outras partes do Oriente Médio se a milícia libanesa Hezbollah entrar no conflito, o que poderia provocar “um terremoto enorme” em Israel.

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Agenda do Brasil e internacional e cotação do dólar

O Boletim Focus, divulgado mais cedo, indicou estabilidade nas projeções para o IPCA de 2024, foco do Banco Central, permanecendo em 3,88%. As previsões para a taxa Selic de 2023 a 2026 e para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 e 2024 também permaneceram inalteradas. A projeção para a taxa de câmbio permanece em R$ 5,00 para este ano e aumentou de R$ 5,02 para R$ 5,05 para 2024.

O Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) subiu 0,33% na segunda quadrissemana de outubro, uma ligeira desaceleração em relação à alta de 0,34% na primeira leitura do mês. Com esse resultado, o indicador acumula um aumento de 3,79% nos últimos 12 meses, comparado a 3,81% na primeira quadrissemana.

Na agenda desta semana, estão previstos vários indicadores econômicos, incluindo o PIB da China, dados de produção e vendas no varejo da economia chinesa e dos EUA, além do Livro Bege. No Brasil, o Congresso votará entre amanhã e quarta-feira o projeto de lei sobre a tributação de fundos de alta renda (exclusivos e offshore). Nos próximos dias, também serão divulgados os números de volume de serviços e vendas no varejo de agosto.

A taxação dos fundos é parte do pacote do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para aumentar a arrecadação e atingir a meta de zerar o déficit das contas públicas no próximo ano. Embora haja consenso sobre o tema, o relatório final passará por ajustes técnicos, que não deverão alterar a essência do projeto.

Às 9h44 desta segunda-feira, o dólar à vista apresentava uma queda de 0,38%, sendo cotado a R$ 5,0690, após alcançar a máxima de R$ 5,07 (-0,36%) e a mínima intradia de R$ 5,0520 (-0,72%) mais cedo. O contrato futuro de dólar para novembro registrava uma perda de 0,33%, cotado a R$ 5,08.

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Camila Paim

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