Dólar fecha em leve alta de 0,10% refletindo humor do mercado

O dólar encerrou as negociações desta quinta-feira (23) perto da estabilidade, com uma leve alta de 0,10%, frente ao real, valendo R$ 5,310 na venda.

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Na avaliação de Zeller Bernardino, especialista de câmbio da Valor Investimentos, o resultado do dólar hoje refletiu o humor dos investidores. “Não foi uma grande surpresa. O aumento da taxa básica de juros foi aquilo que os investidores já esperavam”, explica.

Ontem, em decisão unânime, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) aumentou a taxa básica de juros, a Selic, em 1 ponto percentual, atingindo o patamar de 6,25% a.a. Foi o quinto aumento consecutivo dos juros.

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Movimentação do dólar

O dólar americano abriu a sessão de hoje em queda moderada em sintonia com o enfraquecimento da moeda norte-americana no mercado internacional.

No decorrer da sessão, a moeda seguiu estável, operando em leve alta, de olho nas decisões monetárias do Brasil, Estados Unidos e de outros países.

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Ontem o Banco Central norte-americano manteve a taxa de juros entre 0% e 0,25%, como esperado, e disse que o processo de diminuição nos estímulos econômicos, chamado de tapering, deve começar em novembro deste ano. Este processo vem sendo precificado pelo mercado nas últimas semanas.

Já nesta quinta, o Banco da Inglaterra (BoE) manteve sua taxa básica de juros em 0,10% e o tamanho do seu programa de relaxamento quantitativo (QE) em 895 bilhões de libras, incluindo 875 bilhões de libras em Gilts e 20 bilhões em bônus corporativos, como previsto por analistas.

Notícias que movimentaram o dólar

Além disso, veja algumas notícias que movimentaram o dólar durante a sessão de hoje:

  • Arrecadação federal de agosto bate recorde histórico, com aumento de 7,25%
  • PMI composto dos EUA recua em setembro a 54,5, menor nível em 12 meses
  • Pedidos de auxílio-desemprego nos EUA sobem 16 mil na semana, a 351 mil

Arrecadação federal de agosto registra aumento

Segundo os dados divulgados hoje pela Receita Federal, a União arrecadou por meio de impostos e contribuições federais R$ 146,463 bilhões no mês passado, o que configura recorde histórico para meses de agosto. O aumento foi 7,25% acima da inflação, com valores corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

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Impulsionado pela recuperação da economia e por recolhimentos atípicos de algumas grandes empresas, o valor é o maior da história para meses de agosto desde o início da série histórica da Receita Federal, em 1995, em valores corrigidos pela inflação. Nos oito primeiros meses do ano, a arrecadação de impostos soma R$ 1,199 trilhão, com alta de 23,53% acima da inflação pelo IPCA, também recorde para o período.

A arrecadação superou as previsões das instituições financeiras. No relatório Prisma Fiscal, pesquisa divulgada pelo Ministério da Economia, os analistas de mercado estimavam que o valor arrecadado ficaria em R$ 134,184 bilhões em agosto, pelo critério da mediana (valor central em torno dos quais um dado oscila).

PMI composto dos EUA cai em setembro

O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto dos EUA, que engloba os setores industrial e de serviços, caiu de 55,4 em agosto para 54,5 em setembro, atingindo o menor nível em 12 meses, segundo dados preliminares divulgados nesta quinta, pela IHS Markit.

Apesar da queda, a leitura acima da marca de 50 mostra que a atividade da maior economia do mundo segue se expandindo neste mês, ainda que em ritmo mais contido.

O PMI industrial americano recuou de 61,1 para 60,5 no mesmo período, tocando o menor patamar em cinco meses. O resultado frustrou a expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam alta a 61,7.

O PMI de serviços dos EUA, por sua vez, diminuiu de 55,1 em agosto para 54,4 em setembro, menor nível em 14 meses. Neste caso, a projeção era de declínio a 54,9.

Pedidos de auxílio-desemprego sobem nos EUA

O número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos teve alta de 16 mil na semana encerrada em 18 de setembro, a 351 mil, segundo dados com ajustes sazonais publicados nesta quinta-feira,pelo Departamento do Trabalho norte-americano.

O resultado frustrou a expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam queda a 320 mil solicitações.

O total da semana anterior foi ligeiramente revisado para cima, de 332 mil para 335 mil pedidos.

O número de pedidos continuados, por sua vez, registrou aumento de 131 mil na semana encerrada em 11 de setembro, a 2,845 milhões. Esse indicador é divulgado com uma semana de atraso.

Cotação do dólar nesta quinta (22)

Na última sessão, quarta-feira (22), o dólar encerrou o pregão em alta de 0,34%, negociado a R$ 5,30.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Laura Moutinho

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