Grana na conta

Dívida líquida da Vale aumentou 24,67% no primeiro trimestre

A dívida líquida da Vale (VALE3) no primeiro trimestre de 2019 alcançou US$ 12,031 bilhões. Um resultado que mostra uma queda de 19,26% na comparação anual.

Entretanto, em comparação com o trimestre imediatamente anterior, a dívida líquida da Vale avançou 24,67%. Para a mineradora, o aumento de US$ 2,381 bilhões na comparação com o último trimestre de 2018 foi o resultado sobretudo do bloqueio de fundos para um valor de US$ 3,490 bilhões. Recursos que foram separados da posição de caixa disponível.

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Além disso, houve um aumento da dívida bruta da empresa, que chegou a US$ 17,051 bilhões no primeiro trimestre. Um aumento de US$ 1,585 bilhão em relação ao resultado registrado no dia 31 de dezembro de 2018. Segundo a Vale, esse resultado foi provocado “principalmente pela adição de US$ 1,842 bilhão de novas linhas de crédito captadas para cumprir com a obrigação de manter fundos bloqueados relacionados à ruptura da barragem de Brumadinho”.

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Resultado financeiro negativo

No primeiro trimestre de 2019 a Vale registrou uma perda financeira de US$ 706 milhões. Um resultado superior a perda de US$ 624 milhões registrada no primeiro trimestre de 2018 e de US$ 15 milhões do período imediatamente anterior.

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A mineradora encerrou o primeiro trimestre com um prejuízo de R$ 6,4 bilhões. O desempenho negativo é o reflexo da tragédia de Brumadinho, que ocorreu no dia 25 de janeiro deste ano.

No balanço do primeiro trimestre, a Vale fechou com um Ebitda (resultado de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ – 2,8 bilhões, o primeiro resultado negativo da história da empresa, com um impacto financeiro de R$ 19 bilhões.

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A empresa informou que reservou R$ 17,315 bilhões em provisões por conta da tragédia, sendo:

  • R$ 9,3 bilhões de provisão para os programas e acordos de compensação e remediação;
  • R$ 7,1 bilhões de provisão para descomissionamento ou descaracterização de barragens de rejeito;
  • R$ 392 milhões de despesas incorridas diretamente relacionadas a Brumadinho;
  • R$ 1,1 bilhão de volumes perdidos;
  • R$ 605 milhões com despesas paradas;
  • R$ 469 milhões com outros itens;

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“Estou comprometido em liderar a Vale no momento mais desafiador de sua história. Trabalharemos incansavelmente para garantir a segurança das pessoas e das operações da empresa. Nós nunca esqueceremos Brumadinho e não pouparemos esforços para aliviar o sofrimento e reparar as perdas das comunidades impactadas. Este enfoque nas pessoas e na segurança impulsionará nossa excelência operacional e fortalecerá nossa licença para operar, garantindo resultados sustentáveis através do fornecimento de portfólio de produtos de alta qualidade”, informou Eduardo Bartolomeo, Diretor-Presidente pelo Conselho de Administração da mineradora.

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Produção da Vale

Na última quarta-feira (8) Vale divulgou seu primeiro balanço operacional de 2019. A produção total de finos e minérios teve uma queda de 28%, correspondente a 72,9 milhões de toneladas. A comparação é feita de mesmo período do ano anterior.

Ademais, a produção de pelotas teve um recuo de 23%, alcançando apenas 12,2 milhões de toneladas. No entanto, o valor é superior em 5% das expectativas projetadas à Vale.

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As vendas de minério de ferro também registraram queda de 31,2%, ao todo, 55,41 milhões de toneladas. Já as vendas de pelotas tiveram um declínio de 23%, totalizando 12,31 milhões de toneladas.

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A Vale associa a queda operacional  “em função dos impactos decorrentes da ruptura da barragem de Brumadinho e da sazonalidade climática mais forte do que o usual.”

Carlo Cauti

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