Coronavírus trará crise aos emergentes por até 5 anos, diz Banco Mundial

Os países de economia de baixa renda e os países emergentes deverão ser impactadas pelos efeitos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) pelos próximos 5 anos, apontou um estudo do Banco Mundial (BM) divulgado na última terça-feira (2).

Devido às medidas de isolamento social, causando a paralisação econômica de diversas nações, o coronavírus já instaurou uma grave recessão no planeta, aponta a instituição. Em seu estudo, o Banco Mundial analisa quais mercados emergentes se recuperariam de forma mais rápida após o arrefecimento da crise nos sistemas de saúde.

“A gravidade excepcional da pandemia e do colapso econômico” não apenas eleva o risco de “uma perda permanente dos níveis de produção como de uma desaceleração permanente do crescimento potencial da produção”, disse a organização internacional.

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O BM avalia que “a pandemia poderá alterar as próprias estruturas sobre as quais o crescimento das recentes décadas foi construído, uma vez que pode causar danos prolongados às cadeias de suprimentos globais, ao comércio e aos fluxos financeiros globais e à cooperação global”.

O BM, criado nas convenções de Bretton Woods, em 1944, nos Estados Unidos, é uma instituição sem fins lucrativos composta por 189 países, e contribui com o desenvolvimento econômico de países que procuram um financiamento para o desenvolvimento focado, sobretudo, n0 longo prazo.

Desde março, a maior parte dos empréstimos concedidos pela instituição se concentrou em oferecer um total de US$ 160 bilhões (cerca de R$ 832,13 bilhões) em auxílio devido à incidência da pandemia em todo o mundo.

No entanto, mesmo com o esforço das organizações internacionais para sustentar os países, pesquisadores do BM advertem que a pandemia poderá deixar cicatrizes duradouras.

“A moral da história é que a maioria dos mercados emergentes e das economias em desenvolvimento começou a crise em posição de fraqueza, com muitas vulnerabilidades”, disse a vice-presidente do Banco Mundial, Ceyla Pazarbasioglu. “Este é o maior choque desde a Segunda Guerra Mundial”.

Segundo a organização, em comparação a crise do subprime, de 2008, os países emergentes foram surpreendidos pelo coronavírus em um momento de maior vulnerabilidade econômica, com maiores dívidas, além do envelhecimento da população e menor demanda por commodities. Não obstante, tensões geopolíticas vinham esfriando o comércio global, o que já impactava a cadeia global de valor.

Para os emergentes, segundo o BM, se uma recessão levar a uma crise financeira, o crescimento econômico será 8% menor em cinco anos. Para países exportadores de produtos de energia, as consequências podem ser mais graves — uma recessão e a queda da cotação do petróleo poderão deixar o potencial da economia 11% menor em meia década.

Não são todos os países que possuem potencial para atraírem grandes empréstimos com o objetivo de financiar programas de estímulos econômicos, como Estados Unidos, Japão e União Europeia (UE).

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Entretanto, embora as principais economias tenham praticado políticas monetária e fiscal mais ostensivas, não se sabe qual será o patamar de sucesso na tentativa de sustento das economias nos período pós-Covid.

“Qual é a segunda fase desta crise, quanto estímulo é necessário e será que há uma estratégia para lidar com empresas que não conseguirão superar a crise? Nos países de mercados emergentes esse é um problema ainda maior”, disse Pazarbasioglu.

O BM disse que espera “cicatrizes duradouras” para países emergentes e em desenvolvimento devido à crise causada pelo coronavírus.

Jader Lazarini

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