Selic: UBS BB projeta taxa de juros a 8,5%, abaixo da expectativa do mercado

O UBS BB revisou sua projeção para a taxa terminal da Selic para 8,5% em dezembro, percentual abaixo do consenso de mercado, que precifica a taxa básica de juros em 9,5%. A mudança na projeção da UBS ocorre após a divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em março e do Relatório de Inflação do primeiro trimestre pelo Banco Central do Brasil (BC).

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Os documentos indicaram a decisão do Copom de não fornecer orientação para duas reuniões futuras, uma mudança que até então não fazia parte da estratégia de comunicação do órgão, segundo o banco de investimentos. Além disso, o relatório de inflação estabeleceu uma nova meta de 3% para a inflação em 2025, diferente da previsão anterior de 3,2%.

A UBS BB diz ainda que após a reunião a revisão da taxa Selic foi calculada com base na perspectiva econômica, a partir de um contexto de um mercado de trabalho “mais apertado” e uma desaceleração da inflação de alimentos e bens. O banco acredita que o comitê reconheceu a necessidade de maior flexibilidade na condução da política monetária, o que influenciou a mudança na orientação futura, optando por não sinalizar nenhuma informação sobre a reunião de junho.

À medida que a próxima reunião do Copom, em maio, se aproxima, os analistas do UBS afirmam que a expectativa é de que o Banco Central corte 50 pontos-base na decisão. No entanto, no mercado financeiro, há uma expectativa de dois possíveis resultados após essa redução da Selic:

  • o BC pode parar de indicar o que fará futuramente com os juros;
  • e existe uma chance de 50% de que o BC pare de cortar os juros em agosto.

“Embora concordemos que existem riscos para que o primeiro ponto se materialize, seria difícil para o BC validar o segundo se a desaceleração da inflação continuar e o real permanecer estável. Portanto, se as taxas de curto prazo forem pressionadas pela remoção da orientação futura do BC da política no comunicado de maio, acreditamos que esse movimento provavelmente será transitório e procuraremos uma possível reversão”, pontuam os estrategistas, que acreditam em mais dois novos cortes da Selic de 0,5 pp, em junho e julho, (ante o consenso de 0.25 nesses dois meses), além de três de 0,25 pp,, até uma taxa terminal de 8,5%.

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Selic: comitê faz 6º corte seguido na taxa básica de juros

No dia 20 de março, o Copom optou por diminuir a Selic em 0,5 ponto percentual. Com isso, a taxa básica de juros passou de 11,25% ao ano para 10,75% ao ano. A decisão foi unânime.

Esse foi o sexto corte consecutivo na taxa básica de juros, que começou a baixar em agosto de 2023. No início do ciclo de reduções, a Selic estava em 13,75% ao ano. Desde então, o comitê tem diminuído a Selic na mesma proporção: 0,5 ponto percentual em cada reunião.

Especialistas em economia acreditam que a previsão é de que a taxa de juros siga em queda ao longo deste ano e termine 2024 em 9% ao ano.

O Copom é composto pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e por oito diretores da instituição. A Selic é o principal mecanismo de política monetária utilizado pelo BC para regular a inflação. A taxa impacta todos os juros do país, incluindo os de empréstimos, financiamentos e investimentos financeiros.

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Murilo Melo

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