Rodrigo Amato

Tokenização, uma aliada de milhões

Só no ano passado, o mercado de tokenização atingiu valor de mercado de US$ 2,3 bilhões – até 2026, a expectativa é de que cresça 148%, atingindo US$ 5,6 bilhões em valor

O mundo está caminhando para uma economia tokenizada, na qual ativos digitais assumem a representação da negociação dos ativos considerados tradicionais no mercado financeiro. E os números comprovam: só no ano passado, o mercado de tokenização atingiu valor de mercado de US$ 2,3 bilhões – até 2026, a expectativa é de que cresça 148%, atingindo US$ 5,6 bilhões em valor, segundo dados da MarketsandMarkets Research, plataforma de inteligência competitiva e pesquisa de mercado.

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Tokenização é o processo de transformar um ativo físico ou um direito em uma representação digital chamada de “token”, que pode ser armazenado e transferido em uma rede blockchain. A título de ilustração, vamos fazer um paralelo com o jogo Banco Imobiliário, para aguçar a memória e a nostalgia de muitos por aqui: pense nos tokens como as cédulas de dinheiro do jogo. Assim como elas representam um valor monetário dentro do jogo, os tokens simbolizam um valor, um ativo ou um valor mobiliário específico no mundo digital, com relação direta com o mercado financeiro que conhecemos hoje, o escritural.

A tokenização permite que ativos tangíveis ou intangíveis sejam representados digitalmente, facilitando sua negociação e transferência. É possível tokenizar imóveis, obras de arte, ações de empresas, commodities e até mesmo direitos de propriedade intelectual. Cada token é único e possui informações codificadas que definem suas características e propriedades. Uma das principais vantagens da tokenização é a possibilidade de fracionar ativos. Por exemplo, um imóvel pode ser dividido em várias partes menores, e cada parte pode ser representada por um token. Isso permite que investidores comprem frações de um imóvel, tornando o investimento mais acessível e líquido.

No mercado de capitais brasileiro, o processo de tokenização chegou oficialmente em junho do ano passado, por meio do sandbox da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), uma espécie de laboratório de inovação, no qual novos modelos de atuação são desenvolvidos, testados, implementados e acompanhados pela autarquia.

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Na Laqus, nossa experiência com a tecnologia aconteceu com a tokenização de uma nota comercial. A operação envolveu a fintech Stockash, que trabalha com o adiantamento de “stock options” de executivos e empreendedores, e a Amfi, fintech que atua com tokenização e pools de liquidez de ativos digitais.

A tokenização de ativos financeiros traz uma série de vantagens para o mercado financeiro e de capitais, incluindo maior acessibilidade, liquidez, eficiência operacional, transparência, segurança e a criação de novas oportunidades de investimento. Essas características podem transformar a forma como os ativos são negociados, democratizando o acesso aos investimentos e promovendo a inovação na indústria financeira, pavimentando assim a criação do novo mercado de capitais.

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Nota

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Rodrigo Amato
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