Rodrigo Amato

Principais mudanças no mercado de renda fixa para 2023

Este mercado não é estático. É inovador e sempre surgem produtos diferentes, para a ampla gama de necessidades dos investidores e das empresas

Há vários tipos de investimentos em renda fixa, mas este mercado não é estático. É inovador e sempre surgem produtos diferentes, para a ampla gama de necessidades dos investidores e das empresas. Vamos abordar hoje o que se espera para o próximo ano neste segmento e no sistema financeiro.

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Já são conhecidas no mercado de capitais as siglas CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio). Essas alternativas de investimentos são muito usadas por pessoas físicas, por conta da isenção de imposto sobre seus rendimentos. Estes são títulos hoje já mais maduros e populares.

Em 2022, o mercado conheceu o irmão mais novo da família, o Certificado de Recebíveis (CR). A principal semelhança entre eles é serem títulos lastreados por recebíveis, sendo que no caso dos CR podem ser de qualquer tipo, como da área educacional e das fintechs, entre tantos. Mas este não tem a isenção de IR para o investidor pessoa física como os CRIs e os CRAs.

Além da flexibilização do uso dos recursos, os certificados de recebíveis facilitam o acesso ao mercado de capitais para empresas de menor porte. Historicamente, as emissões tradicionais ficavam limitadas àquelas com montantes acima das centenas de milhões de reais e para setores específicos, sendo que fica aberto o caminho para novos tipos de recebíveis com emissões que começam perto do R$ 1 milhão, como temos visto no mercado e em pipeline hoje.

Um produto de investimento que deve ganhar tração é a Cédula do Produtor Rural (CPR), mas com maior apelo ao investidor institucional e qualificado (Fundos de Investimento). Ao longo de 2022, o governo federal tem tomado diversas medidas para democratizar o acesso a financiamento por meio do mercado de capitais, e a composição de carteiras de Fiagro com este tipo de título parece ser uma alternativa muito interessante em termos de retornos e segurança.

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A CPR, instituída em 1994, passou por uma revisão muito relevante neste ano. A CPR 3.0, como vem sendo chamada, amplia o conceito de produtor rural, oferece novas formas de financiamento para o agronegócio, traz mais segurança e pluralidade nos métodos de captação já existentes.

A nova normativa passa a permitir captação de recursos para projetos de conservação e preservação ambiental (CPR Verde) e para financiar outros elos da cadeia produtiva, como fornecimento de insumos, fornecimento de equipamentos, industrialização de produtos resultantes da atividade rural, entre outros.

Por fim, lembremos que a CPR conta com isenção IOF de crédito, apresentando custos de captação inferiores a outras linhas tradicionais de crédito para os produtores rurais, além de contar com a isenção de imposto de renda para pessoas físicas que venham a investir neste tipo de título.

Por fim, mas não menos importante, temos a nota comercial. Um título novo, que completa seu primeiro ano de vida em 2022 e já demonstrou ser de boa aceitação por diversos públicos e desenvolveu-se rapidamente. Pela facilidade de emissão (menor burocracia e menos intermediários) e seus menores custos, ela tem se mostrado um excelente instrumento de esteira no mercado de capitais para empresas que desejam iniciar seu processo de equilíbrio entre fontes de financiamento que não o setor bancário. Ainda assim, dentre os principais tomadores das notas comerciais, ainda vemos os próprios bancos, que devem, em breve, ter iniciativas para o fomento do mercado secundário deste tipo de título e, então, sua popularização entre investidores deve se consolidar a partir de 2023.

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Nota

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