Rebeca Nevares

Mercado conturbado e alta volatilidade: o que fazer?

Diante das incertezas e dos problemas econômicos no Brasil e no mundo, vimos o nosso índice Ibovespa sair de 130 mil pontos em meados de junho e estacionar na casa dos 105 mil em outubro

Os últimos meses foram bastante conturbados para o mercado financeiro. Diante das incertezas e dos problemas econômicos no Brasil e no mundo, vimos o nosso índice Ibovespa sair de 130 mil pontos em meados de junho e estacionar na casa dos 105 mil em outubro. No mundo, a nossa bolsa de valores é uma das mais desvalorizadas atualmente, com um recuo acumulado de mais de 19% em dólares no ano de 2021,

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Os motivos são diversos e envolvem uma série de elementos. O principal driver a ser observado neste momento diz respeito ao teto de gastos e compromisso com a austeridade fiscal. Em meados de 20 de outubro, o anúncio do Auxílio Brasil, novo Bolsa Família, no valor de R$ 400, gerou um incômodo que mais uma vez prejudicou a performance do mercado de ações.

Depois de sair da casa dos 130 mil pontos e estacionar em 115 mil, o índice simplesmente despencou e chegou a tocar os 102 mil – com uma leve correção em seguida. O dólar, por sua vez, saiu de R$ 5,45 e hoje opera entre R$ 5,60 e R$ 5,70.

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Ainda que o valor do programa social não seja muito elevado – estima-se um gasto adicional de R$ 30 bilhões -, a mensagem passada pelo governo é que é o problema. Segundo alguns economistas, esta postura poderá abrir precedentes para que deputados, senadores e futuros presidentes desrespeitem a regra.

Além do mais, a PEC dos Precatórios, no valor de R$ 90 bilhões, também é outro ponto de atenção, uma vez que não há espaço no orçamento para que se possa endereçar a despesa.

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Ao mesmo tempo, o IPCA, que mede a inflação no país, foi revisado novamente para cima e alcançou a 30ª semana seguida de alta – projeção de 9,17% para o ano.

Isto sem falar no cenário externo. Os índices de preços aos consumidores, tanto na Europa quanto nos EUA, também têm sido revisados e indicam que em breve os estímulos monetários serão retirados e as taxas de juros, elevadas. Significa que a tendência é uma menor atratividade de países emergentes para atrair capital estrangeiro.

Para tentar frear o movimento inflacionário, o Banco Central tem elevado a Selic – hoje em 7,75% – a cada nova reunião do Copom. O que nem todos dizem, porém, é que um aumento de 1% aumenta a dívida pública em cerca de R$ 30 bilhões.

Diante deste cenário, existem algumas questões que podem ser observadas pelos investidores na hora de compor a carteira de investimentos.

Com o Ibovespa na casa de 105 mil pontos, hoje existem diversas oportunidades de ações de boas empresas a preços descontados. Por outro lado, com o aumento da Selic, títulos de renda fixa, especialmente atrelados ao IPCA, podem fazer sentido.

Além disso, muito tem sido falado sobre os investimentos internacionais como forma de diversificação e, sem dúvida, isso faz todo sentido. Hoje em dia é possível abrir conta no exterior, mas, por aqui, existem fundos que permitem alocações em classes internacionais diversas, de ações até Bitcoins.

O próximo ano é uma incógnita para investidores. Não há como prever o que acontecerá no Brasil. O clima de eleição já começou e a única coisa que podemos afirmar até lá, sem sombra de dúvida, é que o mercado permanecerá volátil.

Cabe ao investidor fazer boas escolhas! Bons negócios!

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Nota

Os textos e opiniões publicados na área de colunistas são de responsabilidade do autor e não representam, necessariamente, a visão do Suno Notícias ou do Grupo Suno.

Rebeca Nevares
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