Lucas Amaral

A bolsa brasileira está barata?

Cenário de alta inflação, forte aumento de juros, conflitos internacionais e incertezas fiscais: todos esses fatores acabaram impactando o desempenho das ações e puxaram o IBOV para próximo de 100 mil pontos

Esse é o questionamento que os investidores mais têm feito nos últimos meses desde a alta em junho de 2021, quando o IBOV chegou a bater 131 mil pontos. Desde então nos deparamos com um cenário de alta inflação, forte aumento de juros, conflitos internacionais e incertezas fiscais. Todos esses fatores acabaram impactando o desempenho das ações e puxaram o IBOV para próximo de 100 mil pontos na data de hoje.

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O mercado precifica grande parte das notícias, sejam elas otimistas ou pessimistas, e são a partir desses momentos que surgem oportunidades no mercado. Como podemos ver abaixo, nos momentos de estresse do mercado, tivemos as melhores oportunidades para compra de ativo, principalmente quando o múltiplo P/L estava em baixa. No início dos anos 2000, tivemos a famosa bolha .com, o que acabou puxando gerando um cenário pessimista e derrubou o preço das ações. A mesma coisa aconteceu em 2008 com a crise do sub-prime, gerando o indicador P/L para uma de suas mínimas. Saindo um pouco das crises internacionais, entre o período de 14-16 tivemos um cenário de risco fiscal que impactou negativamente o preço dos ativos.

Como bem pontuado por Warren Buffett, “o mercado de ações é um maníaco-depressivo”, fazendo alusão à irracionalidade do mercado em momentos de notícias positivas e negativas. Para o atual momento de notícias pessimistas e incertezas, o mercado negocia com o indicador P/L próximo de sua mínima histórica.

O motivo para esses momentos serem considerados os melhores para compra é justamente o aumento da margem de segurança, regra que Benjamin Graham, professor do próprio Buffett que tanto citava em sua obra Investidor Inteligente. Graham pontuava que ao controlar os próprios ânimos e impulsos, o investidor estará bem posicionado para operar com margens de segurança que lhe garantam um desempenho satisfatório de sua carteira diversificada no longo prazo.

Conforme comentamos no início do texto, há motivos para o mercado negociar nesse patamar de nível de preços. Todos os fatores e variáveis macroeconômicas acabam impactando no valor das empresas. Em um momento em que tivemos a alta de juros, ficou muito mais atrativo ter um retorno garantido na renda fixa do que correr risco em ações.

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Porém, os fatores citados acima não são estáticos, mas sim dinâmicos, e fazem parte dos ciclos econômicos de todo país, que acompanham bem de perto o ciclo de mercado. Abaixo temos um gráfico demonstrando os ciclos de mercado e econômico.

Diante disso, os juros altos e outras variáveis que têm gerado impacto na bolsa não devem perdurar para sempre e em algum momento devemos ter um novo ciclo positivo para o mercado e economia.

Importante ressaltar que o mercado que hoje parece barato pode ficar ainda mais barato, principalmente em se tratando de Brasil. Porém, para quem tem paciência e perfil de risco, a compra de bolsa parece ser muito bem fundamentada para o devido momento, diante de tamanho desconto dos ativos domésticos/margem de segurança e histórico de remunerar bem o investidor que aceita correr mais riscos.

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Esta matéria foi escrita pelo time da Suno Consultoria. Para conhecer melhor este serviço da Suno, clique aqui

Nota

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