Julio Hegedus Netto

Semana curta nos EUA com temporada de balanços pegando fôlego

Semana tem o início da temporada de balanço dos EUA e a atuação dos bancos centrais para conter a inflação

Semana tem início com uma série de balanços, a serem divulgados nos EUA, com especial destaque para o setor financeiro. Em paralelo, no Japão, acontece a reunião do Banco Central, o Bank of Japan, e é possível novidades sobre a retirada de estímulos e o início do ciclo de juros. Na Europa temos a divulgação da ata da reunião e o mesmo deve ser explicitado. É o mundo em processo de transição para um ciclo de menor liquidez e daí, menor crescimento, dado a necessidade de combate à inflação neste pós abertura.

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Nos EUA a semana é mais curta pelo feriado de Martin Luther King nesta segunda-feira (dia 17), com os mercados fechados. Na China, temos, nesta virada de noite, o PIB do quarto trimestre (cresceu 4,0% acima do esperado, não evitando um corte de juros pelo Banco Popular da China).

Já o Fed ingressa no “período de silencio”, diante da proximidade da reunião do FOMC, dias 25 e 26. Na semana passada foram muitas as declarações de diretores sobre a intensidade do ciclo de juros neste ano e o “desfazer de ativos” pelo Fed. Cresce em consenso mais três elevações do Fed Funds neste ano, dado que a taxa se encontra no range de 0 a 0,25%. Diante de uma inflação de 7,0% anualizada e uma economia vacilante, diante da variante Ômicron, é um “sinal” de que a autoridade monetária está atenta.

No Brasil, uma agenda fraca, com o IBC-Br de novembro hoje. A expectativa é de crescimento de 0,7%, depois da queda de 0,4% em outubro. Sai hoje também o IGP-10 de janeiro, com perspectiva de 0,8%.

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O que deve tumultuar por aqui é a ameaça de paralisação aviso dos servidores públicos nesta terça-feira, dia 18. Nos bastidores do Planalto, Bolsonaro se mostra irritado com as críticas de Paulo Guedes ao anúncio do reajuste dos Policiais Federais.

Ingressamos na corrida eleitoral e isso deve aumentar a volatidade dos ativos. A apreciação do real, por estes dias, não deve se sustentar e a tendência é bolsa de valores e real para baixo e juros para cima.

AMBIENTE ECONÔMICOAMBIENTE POLÍTICOOUTROS
•       Economia deve sentir o tranco da instabilidade política, uma constante neste governo. Aviso de paralisação dos servidores acontece nesta terça-feira com muitas categorias mobilizadas.  •       A estratégia de comunicação deste governo é um desastre. E isso se reflete num movimento concreto de esvaziamento. É perceptível o constrangimento de muitos membros.

•       Pelo lado do Centrão, a pressão aumenta ainda mais pelas fatias de poder em disputa.

•       Ômicron deve atingir o pico por estes dias, para começar a ceder. Aqui o mantra é “tomem suas vacinas e já!”

•       Grande maioria das internações acontece entre os que não tomaram a vacina.

Temporada de balanços
Nos balanços do quarto trimestre nos EUA, DESTAQUEMOS o JP Morgan, Citigroup, Wells Fargo, BlackRock na sexta-feira. Ao longo da semana, Goldman Sachs, Charles Schwab, BNY Mellon, Morgan Stanley e Bank of America. Dentre as empresas não financeiras, destaque para a Procter & Gamble na quarta-feira e a Netflix. Na expectativa, a divulgação dos balanços dos big techs, diante da política de aperto monetário, encomendada pelo Fed.

No Japão
Semana de reunião de política monetária e a expectativa sobre quais serão os próximos passos da autoridade monetária, Bank of Japan (BoJ). Embora o CPI esteja abaixo dos 2% da meta, muito se comenta sobre o processo de reabertura da economia e os inevitáveis choques de oferta e demanda em curso. A preparação para a normalização da política monetária já parece estar em curso, com os membros do board do banco debatendo em como revisar as expectativas de inflação para este ano

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Na Zona do Euro
Na quinta-feira sai a ata do BCE, sobre a reunião de dezembro, quando prorrogou as medidas de estímulo. Observemos que a Europa vive um período “delicado” em que o custo de energia se mostra explosivo, pelas tensões na Ucrânia e ameaças de invasão da Rússia.

Participação dos itens no IPCA 2021
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Na China
Num ambiente de PIB crescente em 4,0%, pela base anualizada, maior que o previsto (3,6%), e Ômicron paralisando parte da economia, o Banco Popular da China resolveu reduzir a taxa de juros, pela primeira vez desde o pico da pandemia em meados de 2020 (abril). As taxas de empréstimos foram cortadas em 10 pontos básicos, a 2,85%, e 200 bilhões de yuans (US$ 31,5 bilhões) foram injetados na economia, com especial atenção para o sistema bancário.

Sobre a pandemia
No domingo, no Brasil, as mortes chegaram a 160 e novos casos (49.459). Na sexta-feira foram a 112.286 casos, terceiro maior em um dia desde o início da pandemia, com mortes chegando a 251.

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INDICADORES

Nos EUA
Apostas do mercado apontam um crescimento menor no primeiro trimestre, passando de 4,2% para 3,0%, pela explosiva disseminação da variante Ômicron.

Na China
PIB do quarto trimestre registrou 4,0% na taxa anualizada, quando o esperado era 3,6%. Expectativas são de que a economia possa crescer cerca de 5,5% neste ano, numa média entre 2020 e 2022, de 5,34%. É o novo patamar do tigre chinês, agora em fase de interiorização do País, urbanização das cidades e concessão de direitos trabalhistas às populações.

Produção Industrial cresceu 4,3% em dezembro, contra o mesmo de 2020, superando as estimativas de 3,6%.

Vendas do varejo cresceram 1,7%, frustrando projeção de 3,7%.

MERCADOS

Mercados asiáticos operaram em cautela nesta virada de domingo para segunda, diante de boatos de um crescimento menor na China e a adoção de medidas de estímulo monetário. Este crescimento menor, no entanto, não se confirmou, com o PIB do quarto trimestre em 4,0%. As ações da Austrália subiram, assim como no Japão, com Hong Kong estável. Na abertura, mercados na Europa em ALTA.

No Brasil, o Ibovespa fechou o pregão do dia 14/01 em alta de 1,33%, a 106.927 pontos, e o dólar encerrando o dia em queda de 0,29%, a R$ 5,5125.

Na madrugada do dia 17/01, na Europa (05h12), os mercados futuros operavam em ALTA: DAX (Alemanha) +0,15%, a 15.907 pontos; FTSE 100 (Reino Unido), +0,53%, a 7.582 pontos; CAC 40 +0,19%, a 7.156 pontos, e EuroStoxx50 +0,17%, a 4.279 pontos.

Na madrugada do dia 17/01, na Ásia (05h11), os mercados operaram em ALTA (maioria): S&P/ASX (Austrália), +0,32%, a 7.417 pontos; Nikkei (Japão) +0,74%, a 28.333 pontos; KOSPI (Coréia), -1,09%, a 2.890 pontos; Shanghai +0,58%, a 3.541, e Hang Seng, -0,77%, a 24.196 pontos.

No futuro nos EUA, as bolsas de NY, NO MERCADO FUTURO, operavam EM QUEDA neste dia 17/01 (05h10) (BOLSAS FECHADAS PELO FERIADO): Dow Jones, +0,04%, 35.810 pontos; S&P500 -0,01%, 4.654 pontos, e Nasdaq -0,35%, a 15.556 pontos. No VIX S&P500, 22,00 pontos, +1,17%.

No mercado de Treasuries, US 2Y AVANÇANDO 0,20%, a 0,9689, US 10Y +1,19%, a 1,793, e US 30Y, +0,57%, a 2,127. No DXY, o dólar -0,07%, a 95,095, e risco país, CDS 5 ANOS, a 221,1 pontos. Petróleo WTI, a US$ 83,56 (+0,31%) e Petróleo Brent US$ 86,22 (+0,19%). Gás Natural +2,18%, a US$ 4,32 e Minério de Ferro, -2,35%, a US$ 705.

Na agenda desta SEGUNDA-FEIRA, o IBC-Br NO Brasil, DEVENDO VIR MAIS FORTE. Nos EUA, feriado de Martin Luther King.

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Nota

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Julio Hegedus Netto
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