Leandro Herrera

Tendências para Product Management: a evolução da área e o que podemos esperar para os próximos anos

A necessidade por profissionais que fazem a ponte entre o negócio, tecnologia e design aumenta à medida que mais empresas adotam estratégias com produtos digitais no centro

21Faz pouco mais de cinco anos que a área de Product Management começou a despontar no Brasil. Mesmo já sendo uma cadeira que já existia em empresas do exterior há algum tempo, era difícil encontrar vagas e principalmente cursos para atuar com produtos digitais. Felizmente o cenário mudou e, nos últimos anos, vimos uma aceleração do mercado digital no Brasil e, naturalmente, a transformação da trilha de carreira de Product Management, o que nos permite falar sobre a evolução dos papéis e habilidades de produto necessários nos negócios.

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Hoje, essa área, geralmente desenhada para fazer a gestão de produto dentro das organizações, vêm ganhando relevância e reunindo diversas especializações técnicas, a partir do uso de novas tecnologias, metodologias e formas de trabalho. Profissionais podem atuar em diferentes times dentro da empresa, com foco em subprodutos ou no desenvolvimento de novas features. Com isso, tanto grandes negócios como startups, que buscam rápido crescimento, podem precisar contratar dezenas de product managers e outros papéis relacionados.

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Product Management é uma área consolidada, mas está longe de estar estagnada. Pelo contrário, quem ingressa tem oportunidade de aprender e crescer rápido, acompanhando o ritmo dos negócios digitais. No começo deste ano, a pesquisa Digital Skills, que produzimos pela Tera, apontou que mais da metade dos profissionais de produto (54%) ocupam um nível de senioridade intermediário (Analista Sênior ou Coordenador), mesmo que a área se destaque pelo número de pessoas com pouco tempo de função.

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No cruzamento entre salários e níveis de senioridade, a pesquisa mostrou que 66,7% daqueles em nível de estágio ou analista júnior recebem até R$ 3,3 mil. Já em cargos intermediários, como analista sênior e coordenador, onde a maioria dos respondentes (54%) afirmou atuar, os salários na faixa entre R$ 3,3 mil e R$ 10 mil são uma realidade para 64,6% das pessoas. Esses dados mostram o diferencial da carreira que, diferente de outros ramos digitais, apresenta uma facilidade de acesso maior para quem quer se diferenciar no mercado e chegar a posições de remuneração mais alta.

Os salários competitivos, mesmo em cargos ainda intermediários, são uma mostra do quanto a área está aquecida. A necessidade por profissionais que fazem essa ponte entre o negócio, tecnologia e design aumenta à medida que mais empresas adotam estratégias com produtos digitais no centro. É por isso que, além de vermos muitas vagas abertas, existem empresas treinando product managers do zero e oferecendo remunerações bastante atrativas mesmo para iniciantes — o papel de Associate Product Manager (APM), por exemplo, já é uma tendência nas empresas e aparece como uma ótima porta de entrada.

Para além dos papéis já conhecidos de product manager (PM) e product owner (PO), a área de produtos digitais vem evoluindo para atrair profissionais com grupos diferentes de habilidades, que deem contas de demandas mais específicas dentro dos times. Um exemplo disso é o crescimento da busca por product designers: profissionais que desenvolvem soluções em forma de produtos e têm uma perspectiva que equilibra interesses do negócio com experiência do usuário. Podemos dizer que esse novo papel está na intersecção entre UX e produto, mas com um olhar bastante focado para o que a empresa quer entregar no médio e longo prazo e nos resultados que isso vai gerar.

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Mais uma evolução da área de produto que tem ganhado espaço nos times tanto de startups quanto de empresas tradicionais é o papel de data product manager, responsável por unir a visão de produto com uma visão de dados. A tomada de decisões baseada em dados é uma urgência para as empresas no cenário atual e profissionais que conseguirem fazer a ponte entre o conhecimento técnico em dados, gerando insights para a área de produto, certamente vão se destacar. Para isso, se desenvolver em Análise de Dados é ganhar uma nova bagagem bastante valiosa.

Para os próximos anos, podemos continuar esperando que mais profissionais venham de outras áreas trazendo suas bagagens para a carreira em Produto, aproveitando a alta demanda dos negócios digitais e tradicionais. Na pesquisa Digital Skills, descobrimos que, entre product managers (PM) e product owners (PO), sete em cada 10 profissionais (69,6%) não começaram a carreira em funções relacionadas à área. Tenho exemplos de product managers vindos da Engenharia, Administração, Comunicação, Arquitetura e de muitas outras áreas. O importante é entender como trazer as habilidades para o contexto de produto e como unir com as skills que precisam ser desenvolvidas.

As habilidades digitais são tão ou mais importantes do que conhecimento técnico sobre a área. A skill de comunicação é essencial para ser essa ponte entre stakeholders. É preciso ter visão de negócio, compreendê-la e traduzi-la para o time de produto e de tecnologia, ao mesmo tempo em que se entende a necessidade do usuário e garante que o negócio vai propor uma solução relevante para ele. Pensando nessa missão, profissionais de áreas mais tradicionais trazem bagagens muito valiosas, cada um à sua maneira, fomentando um mercado cada vez mais inovador.

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Nota

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