Cade aprova operação entre Alliar (AALR3) e gestora de Nelson Tanure; Grupo questiona

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições, nesta quinta-feira (20), a compra de parte das ações do Centro de Imagem Diagnósticos, sob o nome Alliar (AALR3), e a gestora MAM Asset Management, do empresário Nelson Tanure.

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Segundo o comunicado ao mercado, em fato relevante divulgado nesta sexta, a decisão passa a ser definitiva em 15 dias, caso não haja recurso.

Em carta a seus acionistas e ao mercado no início do mês, a MAM informou que celebrou contrato de compra e venda da companhia, que prevê a transação de até a totalidade das ações do bloco de controle da Companhia, ou 52,75% do capital social.

Além das ações, o contrato inclui um put, ou opção de venda, aos acionistas controladores, por R$ 20,50 cada ação no fechamento da operação ou, conforme correção monetária, dois anos após o contrato.

“As opções de venda visam o melhor interesse da Alliar, ao oportunizarem a permanência dos acionistas do atual bloco de controle da companhia que assim desejarem, haja vista a sua importância para o desenvolvimento da Companhia e a crença no seu potencial de crescimento”, afirma a MAM.

“Isso porque parte substancial destes acionistas são de médicos, fundadores da Alliar ou de sociedades por ela adquiridas, com expertise neste setor de atuação e que, desse modo, agregam valor à Alliar. A expectativa do Fundo é que esse valor seja ampliado ao unir a experiência médica à competência de gestão profissional de ativos”, completa.

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Minoritários questionam regularidade da oferta a controladores da Alliar

Vladimir Timerman, fundador e gestor da Esh Capital e parte do bloco minoritário da Alliar, entretanto, aponta irregularidades na transação.

Ao Suno Notícias, Timerman reforça dois pontos que entende ser importantes: o primeiro é a tentativa de alienação de controle da companhia sem uma oferta pública de ações, conforme ditaria o regramento das empresas listadas no segmento de Novo Mercado da B3 (B3SA3).

De acordo com a carta da MAM, “o Fundo entende pertinente reiterar que não há dúvidas quanto à plena aderência da operação à legislação e regulamentação em vigor, sendo certo que, caso a quantidade de ações adquiridas implique a transferência do controle da companhia, o Fundo adotará imediatamente as medidas necessárias à realização de Oferta Pública de Aquisição de Ações, em observância à regulamentação aplicável, sempre observado o tratamento igualitário a todos os acionistas da Alliar”.

Timerman, contudo, rebate que a alienação de controle é condição para o fechamento do negócio, uma vez que prevê a renúncia dos membros do conselho de administração da companhia, conforme fato relevante divulgado.

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O segundo ponto levantado pelo gestor é o prêmio pago ao grupo majoritário na forma de opção de venda. “A put é um benefício adicional e tem um valor econômico facilmente calculável”, afirmou. “Como um suborno, uma oferta de vantagem em troca de os controladores não entregarem as ações”, disse.

Conforme destaca, caso o grupo majoritário – ou qualquer um dos controladores – aceite a opção de venda, a mesma regra deve ser estendida a todos os acionistas minoritários da companhia, uma vez que enseja prêmio de controle.

Para Timerman, a opção de venda abre um “precedente horroroso a fim de burlar a regulamentação do Novo Mercado.

O Suno Notícias procurou a Alliar e a MAM Asset, mas não obteve resposta até a publicação. O espaço para manifestação permanece aberto.

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Pedro Caramuru

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