Bolsas asiáticas: projetos de lei nos EUA provocam fortes quedas na China; Europa opera mista antes da decisão do BCE

As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta quinta-feira (07), com perdas na China e em Hong Kong, em meio a preocupações renovadas sobre sanções dos EUA, e também no Japão, que se prepara para a reversão de sua política monetária ultra-acomodatícia.

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Esse cenário pode influenciar nas negociações do Ibovespa hoje. Na véspera, o índice fechou em alta de 0,62%, aos 128.890,23 pontos.

Hoje, na China continental, o índice Xangai Composto caiu 0,41%, a 3.027,40 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto recuou 1,20%, a 1.701,44 pontos. Ações do setor farmacêutico lideraram as perdas após um projeto de lei nos EUA que mira algumas empresas chinesas de biotecnologia receber aval de uma comissão para ser votado no plenário do Senado americano. A WuXi AppTec, que é citada no projeto, sofreu a queda diária máxima permitida de 10% e a Jiangsu Hengrui Medicine teve baixa de 4,6%.

O setor de semicondutores chinês também ficou no vermelho hoje após notícia de que os EUA estão pressionando aliados a restringir o acesso da China à tecnologia para o desenvolvimento de chips. A Hygon Information Technology caiu 4,2% e a LONGi Green Energy Technology cedeu 2,9%.

A movimentação no Senado dos EUA também pesou fortemente em ações de biotecnologia listadas em Hong Kong, incluindo as da WuXi AppTec e da Wuxi Biologics, que tombaram cerca de 21%, cada. Com isso, o índice Hang Seng encerrou a sessão em Hong Kong em baixa de 1,27%, a 16.229,78 pontos.

Diante do clima tenso com os EUA, dados de exportação da China melhores do que o esperado e sinalização de que Pequim voltará a reduzir a taxa de compulsório bancário ficaram em segundo plano.

Já o Nikkei recuou 1,23% em Tóquio hoje, a 39.598,71 pontos, após o iene atingir máxima em um mês frente ao dólar com crescentes expectativas de que o Banco do Japão (BoJ) começará a reverter sua política de juros negativos em algum momento deste ano.

Os mercados de Seul e de Taiwan, no entanto, encerraram o dia com ganhos, após o desempenho positivo de Wall Street ontem e de sinalização do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, de que os juros básicos americanos provavelmente serão cortados em 2024. O sul-coreano Kospi avançou 0,23% em Seul, a 2.647,62 pontos, e o taiwanês Taiex subiu 1%, a 19.693,52 pontos.

Na Oceania, a bolsa australiana também ficou no azul, graças a ações dos maiores bancos do país. O S&P/ASX 200 avançou 0,39% em Sydney, atingindo novo pico histórico de 7.763,70 pontos.

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Europa opera mista antes do BCE

As bolsas europeias operam mistas na manhã desta quinta-feira, à medida que investidores demonstram cautela antes do anúncio de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e digerem balanços e projeções de empresas alemãs.

Confira o desempenho dos índices por volta das 07h55:

Londres (FTSE100): -0,25% a 7.660 pontos
Frankfurt (DAX): -0,04% a 17.719 pontos
Paris (CAC 40): +0,07% a 7.960 pontos
Madrid (Ibex 35): +0,68% a 10.266 pontos
Europa (Stoxx 50): +0,32% a 4.931 pontos

O foco hoje é a decisão de política monetária do BCE, que deverá deixar seus juros inalterados pela quarta vez seguida nas próximas horas, uma vez que a inflação da zona do euro segue bem acima da meta oficial de 2%. O BCE também irá revisar projeções de inflação e crescimento econômico.

Na Alemanha, a Lufthansa decepcionou com o último balanço trimestral, e por outro lado, planeja retomar o pagamento de dividendos, depois de mais do que dobrar seu lucro em 2023. Já a marca de moda Hugo Boss desagradou com projeções para este ano, o que fazia sua ação tombar quase 18%.

No campo macroeconômico alemão, também há más notícias. Em janeiro, as encomendas à indústria da maior economia da Europa sofreram queda mensal de 11,3%, bem maior do que se previa.

Também segue no radar o presidente do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA), Jerome Powell, que hoje fala no Senado americano. Ontem, em depoimento na Câmara dos Representantes, Powell reafirmou que o Fed provavelmente começará a cortar juros este ano.

*Com informações da Dow Jones Newswires e Estadão Conteúdo

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Redação Suno Notícias

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