Ibovespa sobe puxado por Vale (VALE3), Itaú (ITUB4) e Petrobras (PETR4); Casas Bahia (BHIA3) recua 14%

O Ibovespa encerrou o dia em alta de 0,62%, aos 128.890,23 pontos. A mínima foi de 128.098,95 pontos, enquanto a máxima foi de 129.323,12 pontos. Por fim, o volume financeiro diário foi de R$ 25,1 bilhões.

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Na semana, o Ibovespa segue no negativo (-0,22%) e também no mês (-0,10%) – no ano, cai 3,95%.

O Ibovespa hoje fechou em linha com o desempenho positivo das Bolsas de Valores de Nova York.

  • Dow Jones: +0,20%, aos 38.661,51 pontos;
  • S&P500: +0,51%, aos 5.104,79 pontos;
  • Nasdaq: +0,58%, aos 16.031,54 pontos.

Segundo Apolo Duarte, planejador financeiro, sócio e head da mesa de renda variável da AVG Capital, a Bolsa de Valores sobe depois do discurso do Jerome Powell, dirigente do Federal Reserve, alinhado com o mercado externo, que também teve uma certa ampliação.

Já os treasuries de 10 anos nos EUA apresentaram baixa, sendo esta a principal razão que puxa a Bolsa de Valores brasileira.

“A fala do Powell não trouxe surpresas negativas e, com isso, o mercado continua esperando pelo início da queda de juros a partir de junho. Claro que o mercado hoje ainda vai esperar o dado da sexta-feira do Payroll, que vai ser o mais importante. A tendência é de que os mercados esperem o payroll na sexta-feira para tomar uma decisão mais clara e termos uma tendência mais definida. A respeito do discurso do Powell, não vi novidades. Entre os destaques, Powell comentou a respeito da expectativa do Fed por um crescimento sólido, sem evidência de uma recessão, apesar da recessão ser algo que é sempre possível, mas as probabilidades são muito baixas”, comenta Duarte.

A partir disso, o especialista enxerga a possibilidade de a inflação permanecer recuando para dentro da meta, poré, com o mercado de trabalho ainda aquecido.

“A Bolsa brasileira operou no campo positivo ao longo da sessão, mas segue ainda perto do zero a zero na semana. No noticiário corporativo, a Azul (AZUL4) negou haver intenção de compra da Gol (GOLL4), ao contrário do que antecipava o mercado”, diz Davi Lelis, especialista e sócio da Valor Investimentos. Assim, após ganho perto de 4% ontem, com a notícia de que a empresa poderia fazer oferta por parte ou pela integralidade da concorrente Gol, a ação da Azul fechou hoje em baixa de 0,40%.

Integrantes do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) veem eventual operação de compra da Gol pela Azul como complexa, o que, possivelmente, exigiria a aplicação de restrições pelo órgão antitruste. Membros do Cade ouvidos reservadamente pelo Broadcast disseram que eventual aquisição seria delicada por envolver um mercado já muito concentrado. Nesse contexto, a aplicação de condicionantes a eventual compra, em especial em relação aos ‘slots’, surge como provável, reporta de Brasília a jornalista Amanda Pupo.

Por outro lado, há avaliações de que os negócios das duas companhias são mais complementares do que sobrepostos, característica que ajudaria eventual análise da operação no Cade, sem que o ato apareça como “grande problema” ao órgão.

No cenário macro, em dia de audiência do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, no Congresso americano – com declarações em geral dentro do esperado, de que a inflação dá sinais de moderação, mas que o BC dos EUA continua ‘data dependent dependente dos dados econômicos na deliberação sobre a política monetária -, a presidente da distrital do Fed em São Francisco, Mary Daly, disse hoje que ainda é cedo para declarar vitória.

“Estamos em um momento muito difícil para calibrar juros. Há o risco de cortar prematuramente e reacelerar a inflação. Mas se demorarmos demais, podemos criar impacto indesejado na economia, como enfraquecimento do mercado de trabalho”, ponderou a dirigente, durante sessão de perguntas e respostas em evento.

“O mercado veio mais forte hoje, especialmente depois de dados sobre o emprego americano, da ADP, e da divulgação da fala do Powell. A correlação de hoje foi de juros em queda e índices de ações em alta, com o dólar em baixa também frente ao real. Powell manteve a porta aberta para corte de juros ainda este ano, e o mercado segue projetando que isso venha a acontecer em junho”, diz Gabriel Mota, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

Destaques do Ibovespa hoje

Entre as altas do Ibovespa está a da Petrobras (PETR4), que puxa o índice para cima, com investidores na expectativa de um bom balanço e anúncio de dividendos nesta quinta (7). A Vale (VALE3) também avavançou.

“A gente tem uma preocupação grande no mercado hoje com China: o mercado imobiliário está muito ruim por lá, mesmo depois da volta do Ano Novo Lunar”, conclui o especialista.

Grandes bancos também contribuíram para a alta do Ibovespa: Itaú (ITUB4) subiu 1,10%, Bradesco (BBDC4) avançou 0,73% e Banco do Brasil (BBAS3) valorizou 1,48%. Só o Santander (SANB11) caiu: 0,71%.

As ações do Ibovespa que subiram hoje (6) são aquelas que recuaram forte ontem, entre elas, Raia Drogasil (RADL3), Pão de Açúcar (PCAR3) e Hypera (HYPE3), que são papéis ligados à economia doméstica e se recuperam neste pregão.

Na ponta negativa do Ibovespa estão as ações da Casas Bahia (BHIA3), que é um papel com dificuldade de segurar as quedas, principalmente após o grupamento de ações que realizou em 2023.

Outras quedas do Ibovespa são da PetroRecôncavo (RECV3) e 3R Petroleum (RRRP3). A PetroRecôncavo anunciou um balanço que acabou frustrando os investidores, já que veio abaixo do esperado.

Maiores altas do Ibovespa

  • Pão de Açúcar (PCAR3): +6,96%
  • Carrefour (CRFB3): +4,22%
  • Raia Drogasil (RADL3): +2,52%
  • Totvs (TOTS3): +2,50%
  • Grupo Soma (SOMA3): +2,47%

Maiores quedas do Ibovespa

  • Casas Bahia (BHIA3): -14,14%
  • PetroRecôncavo (RECV3): -6,91%
  • JBS (JBSS3): -5,47%
  • Eztec (EZTC3): -5,43%
  • Dexco (DXCO3): -4,64%

Último fechamento do Ibovespa

O Ibovespa terminou o pregão de ontem (5) em queda de 0,19%, aos 128.098,11 pontos.

Com Estadão Conteúdo

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João Vitor Jacintho

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