Banco Inter (INBR32) reverte lucro e tem prejuízo de R$ 29,6 milhões no 3T22

O banco Inter (INBR32) reportou um prejuízo contábil de R$ 29,6 milhões no terceiro trimestre de 2022 (3T22). No mesmo período do ano passado, esse resultado tinha sido positivo em R$ 34,3 milhões.

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Apesar do prejuízo contábil, em termos ajustados, a Inter&Co, empresa listada nos Estados Unidos que controla o Banco Inter, teve lucro líquido de R$ 23 milhões, ante R$ 19 milhões no terceiro trimestre., conforme aponta o balanço trimestral do banco Inter.

Os ajustes são referentes ao impacto da deflação registrada no trimestre sobre a carteira de títulos detidos pelo Inter. O banco tem aplicações em títulos públicos atrelados à inflação (NTN-Bs), e teve de fazer marcação negativa diante da queda dos preços da economia no período.

O impacto total, considerando ajustes tanto na carteira de NTN-Bs quanto na carteira de crédito imobiliário e em letras de crédito imobiliário (LCIs), foi de R$ 53 milhões, de acordo com o informe de resultados do banco.

A receita bruta total do Inter no trimestre foi de R$ 1,538 bilhão, alta de 83,7% em um ano. Já a receita líquida de serviços, em que o banco contabiliza produtos bancários e também as áreas de seguros, investimentos e o shopping online, aumentou 85%, para R$ 295 milhões no terceiro trimestre.

A receita líquida total, por sua vez, aumentou 40%, para R$ 850 milhões.

“O resultado ajustado reflete melhor a realidade. Obviamente que ele não afeta o resultado contábil. Aqui no Inter nós corremos uma maratona, não uma disputa de 100 metros. A cada trimestre avançamos alguns quilômetros. Além do volume nominal da receita, temos de olhar a qualidade dela, nossa diversificação”, disse o CEO do banco Inter, João Vitor Menin.

Carteira de crédito do baco Inter tem alta

A carteira de crédito expandiu 47% nesse período, registrando R$ 22,0 bilhões.

As modalidades que mais cresceram foram o crédito pessoal (+63,1%) e o cartão de crédito (+68,4%). A inadimplência subiu 0,8 ponto porcentual em um ano, para 3,8% pelo critério de atrasos acima de 90 dias. Em três meses, o indicador ficou estável.

Segundo o Inter, a estabilidade dos atrasos em três meses é resultado da gestão ativa dos riscos. O banco digital tem sido mais seletivo na concessão de crédito desde o começo do ano, dado o cenário mais desafiador para a capacidade de pagamento das famílias com a subida dos juros.

Em três meses, o volume de ativos do Inter subiu 7,1%, para R$ 43,844 bilhões. O patrimônio líquido foi de R$ 7,044 bilhões. Em um trimestre, houve queda de 1%. Desde o segundo trimestre, com a migração da listagem para a Nasdaq, o Inter passou a publicar seus resultados dentro do padrão contábil IFRS.

O CEO do banco Inter diz que “ao longo do trimestre, reprecificamos várias das nossas carteiras, incluindo cartões de crédito, PMEs, antecipação de recebíveis e agro, e continuamos avançando na reprecificação das carteiras mais longas, principalmente de consignado e imobiliário”.

A receita líquida de serviços do banco Inter teve uma alta de 85%, alcançando os R$ 295 milhões, dos quais 60% são de serviços bancários e 16% vem do marketplace Inter Shop. Enquanto isso, a plataforma de investimentos Inter Invest responde por 13% dessa receita e 11% foi gerada pela Inter Seguros.

Ao final do 3T22, o banco Inter contava com 22,8 milhões de clientes, com uma alta anual de 63,7%.

Já a receita média por cliente ativo (arpac) do banco Inter é de R$ 29, e no mesmo trimestre do ano passado encerrou em R$ 33. O CEO da instituição financeira destaca que “aceleramos um pouco a conquista de clientes mesmo com menos investimento em marketing. Acho que o mercado de bancos digitais está um pouco menos competitivo, deu uma distensionada”.

A inadimplência do banco Inter terminou em 3,8% no 3T22, enquanto no mesmo período do ano passado era de 3,0%. Sem contar as carteiras de recebíveis de cartão compradas de adquirentes, essa inadimplência passa a ser de 4,0%.

Já o custo de aquisição de clientes caiu 8,1% em um ano, para R$ 28, enquanto o custo de servir, também por cliente, subiu 11,5%, para R$ 17. No trimestre, a base de clientes do Inter aumentou em 9,9%, para 22,8 milhões. O número é 63,7% maior que o de setembro de 2021.

O número de cartões de crédito do banco Inter ativos no formato físico alcançou a marca recorde de 7 milhões no terceiro trimestre de 2022, crescendo 46% em relação ao mesmo período do ano passado.

Sobre esse dado, o CEO do banco Inter aponta que “está começando a melhorar agora, mas muito lentamente. Ainda não estamos afrouxando a concessão, mas dando um pouquinho mais de limite no ‘onboarding’, e não na ‘repescagem’, como a gente chama. Mas é um movimento tímido, ainda não estamos muito confortáveis de acelerar”.

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João Vitor Jacintho

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