B3 (B3SA3) tem recomendação elevada pelo Itaú BBA; analistas veem ‘bom momento de entrada’. Veja por quê

O Itaú BBA revisou para cima a projeção para as ações da B3 (B3SA3), recomendando compra. Segundo o BBA, o cenário atual parece ser um daqueles momentos extremos de baixa que eventualmente se provam um bom ponto de entrada. 

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“O Brasil nunca se inclina muito para um extremo ou outro. Estamos elevando as ações da B3 para compra, principalmente devido à assimetria ascendente dos valores. Também podemos receber algum suporte pelos melhores lucros, já que o 1T24 aumenta 6% em relação ao 4T23 em função de margens maiores”, dizem os analistas do BBA. 

Na comparação anual, a projeção é de uma queda de 8%, para R$ 1,1 bilhão, cokm os volumes mais fracos. No entanto, os analistas acreditam que condições macroeconômicas mais favoráveis devem fomentar a entrada de capital e favorecer a melhora dos resultados da B3 ao longo do ano.

Para a casa, o valor justo dos papéis da B3 é de R$ 15/ação no final de 2024, o que implica uma valorização de 25% a 18x P/E esperado em 24 ou 16x P/E projetado em 2025. 

Nesta sexta (5), as ações da B3 subiram 0,25%, cotadas a R$ 12.

Os analistas afirmam que a B3 está sendo negociada a 13x P/E futuros, o que está 30% abaixo da média histórica e compara-se a um ponto baixo de 11x P/E. O desconto em relação aos pares globais, de 40% está próximo da máxima histórico de 44%. O BBA atribui essa pressão a tendências de negócios fracas e ao ambiente de taxas local/global. 

 “Não é surpresa que investidores estrangeiros tenham retirado R$ 23 bilhões do mercado de ações local este ano. O volume de ADTV da B3 caiu 6% no acumulado do ano. Os fundos de hedge e de ações locais ainda estão a registar resgates, embora a um ritmo mais lento. Não é nosso papel fazer uma aposta sobre isso, mas parece que estamos nos aproximando do extremo baixista nas diversas variáveis ​​que influenciam os múltiplos de avaliação da B3”, conclui o BBA. 

B3: ações disparam com Selic e ‘efeito gringo’

As ações da B3 dispararam na quinta-feira (4), figurando dentre as maiores altas do Ibovespa. Os papéis chegaram a avançar mais de 4% na primeira hora de pregão, mas desaceleraram para 2,5% por volta das 12h15. Fecharam com alta de 2,22%, a R$ 11,96.

A onda de otimismo com as ações da B3 vem com um relatório de sell-side do Santander. No parecer, os analistas aumentaram as expectativas com os papéis, recomendando compra com preço-alvo de R$ 15, ao passo que os papéis operam abaixo dos R$ 12 atualmente.

No relatório, o Santander aponta como um dos principais drivers a taxa básica de juros, que deve convergir para um dígito ao longo de 2024.

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Os analistas ainda destacam o fato de que os papéis B3SA3 caem cerca de 20% neste ano e ao mesmo tempo investidores estrangeiros estão mais construtivos em relação às ações brasileiras.

“Nas nossas recentes interações com investidores estrangeiros, temos visto uma maior clima construtivo em relação às ações do Brasil. Acreditamos que quando e se o fluxo estrangeiro chegar ao Brasil (para nós, mais uma questão de “quando” do que de “se”), a B3 poderia ser um veículo para esses investimentos porque alguns investidores veem a B3 como uma proxy do ETF brasileiro, além de ser uma ação de alta liquidez e uma empresa de alta qualidade”, diz a casa.

A expectativa da casa é de que a Selic chegue a um dígito até junho de 2024 – a primeira vez desde janeiro 2022.

“Portanto, acreditamos que a “subpenetração” da bolsa brasileira é uma oportunidade de crescimento para o Brasil”, diz o Santander.

“Sobre concorrência, acreditamos que o resultado será um mercado mais eficiente, com mais visibilidade internacional, resultando eventualmente em ADTVs [volume médio de negociação diária] estruturais mais elevados no Brasil”, observa a casa.

BTG vê valuation atraente

A B3, incluída na carteira do BTG Pactual (BPAC11) de março, foi mantida este mês pelo banco. A casa considerou que o valuation da companhia está começando a parecer atraente após a recente queda das ações.

Em relatório, o BTG acredita ter sido “um pouco cedo” incluir a B3 em sua carteira no mês passado, dado o desempenho da ação. Mas, considerando seu desempenho significantemente inferior em comparação ao da XP no mês, enxerga a companhia agora como um player melhor de beta no curto prazo para o Brasil.

Para a casa, o valuation da B3 está começando a parecer atraente após a recente queda das ações (14,8x P/L para 2024E).

“É naturalmente muito difícil prever o momento exato, mas a combinação de baixas expectativas e posicionamento muito baixo pode significar espaço para a ação subir. Geralmente isso é visto como uma forma muito simples e altamente líquida de se expor ao beta do Brasil no caso de uma melhora no apetite ao risco dos investidores”, avalia o BTG.

Desempenho das ações da B3

As ações da B3 apresentam uma queda de 2,2% no acumulado dos últimos 30 dias.

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Vinícius Alves

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