Azul (AZUL4) vai decolar? Banco projeta melhora em 2024, mas ainda vê desafios; ações sobem

Apesar de projetar melhora no setor em 2024, o BTG Pactual reiterou recomendação neutra para a Azul (AZUL4). De acordo com o banco, as restrições de oferta continuam representando um gargalo para o crescimento da companhia. Hoje, as ações da Azul lideram as altas da Bolsa de Valores

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Segundo o BTG, apesar da “postura neutra”, há um otimismo em relação à recuperação da Azul. “Vemos espaço para a ação se valorizar, apoiada por um ímpeto setorial mais forte, uma estrutura de capital aprimorada e tendências macroeconômicas mais favoráveis”, diz o BTG. 

Os analistas apontam que o cenário da indústria tornou-se mais racional, com os players buscando reestruturar a lucratividade. No entanto, as previsões para o 4T23 da Azul sugerem que a capacidade permanecerá abaixo dos níveis do 4T19, o que significa quatro anos sem crescimento.

“A reestruturação significativa da dívida na indústria levou a uma concorrência mais racional, sustentando os níveis de preços atuais, em parte impulsionados pela oferta restrita de novas aeronaves nos mercados globais”, destaca o BTG.

Em relação a demanda da Azul, o banco afirma que a resposta dos clientes aos níveis tarifários atuais foi positiva, sem sinal de desaceleração. Dessa forma, as reservas futuras devem permanecer robustas e a potencial redução de capacidade por parte de um dos principais concorrentes da Azul exerce pressão positiva sobre os rendimentos.

Além disso, a Azul planeja oferecer 10 milhões de passagens de ida e volta a até R$ 1,6 mil. Em troca, o governo se comprometeu a apoiar as companhias aéreas na redução da judicialização do setor, na fixação de preços de combustíveis e no financiamento colateral. 

Neste contexto, o banco tem recomendação neutra sobre os papéis da Azul, com preço-alvo de R$ 20. 

Azul corta estimativa de capacidade em 2023 para 11%

Azul  anunciou que atualizou suas perspectivas para 2023 e 2024. Agora a companha aérea estima aumentar a capacidade (ASK) em aproximadamente 11% em 2023 ante o ano anterior.

Na projeção anterior da Azul, a companhia aérea projetava um crescimento maior, de 14%.

“O ajuste no crescimento da capacidade ano contra ano de 14% para 11% deve-se principalmente aos atrasos dos fabricantes na entrega de novas aeronaves e à alta nos preços do combustível”, segundo a companhia.

Já a projeção para a receita operacional por assentos-quilômetro oferecidos (RASK) subiu de estável para entre +3% e +5% no quarto trimestre de 2023 ante mesmo período de 2022, principalmente devido ao ambiente de demanda robusto nos mercados doméstico e internacional, em conjunto com o ajuste esperado na capacidade.

A companhia também estima Ebitda de 2023 em aproximadamente R$ 5,2 bilhões, inferior à estimativa anterior de R$ 5,5 bilhões, devido à recente volatilidade no preço do combustível e à redução na capacidade, juntamente com menores volumes de carga internacional.

Já o Ebitda de 2024 deve somar R$ 6,5 bilhões, maior do que a expectativa anterior de R$ 6,0 bilhões por conta da “continua força na demanda e a um maior aumento no recebimento de aeronaves de última geração na frota”.

Além disso, a Azul espera uma alavancagem em torno de 3,7 vezes no final de 2023 (maior do que a estimativa anterior de 3,5 vezes) e em torno de 3,0 vezes no final de 2024 (igual à estimativa anterior). Segundo a companhia, a alavancagem ligeiramente maior em 2023 é resultado principalmente do ajuste no Ebitda esperado para 2023.

Tráfego total de passageiros aumenta 8,2% em novembro

A Azul informou que o tráfego de passageiros consolidado (o RPK) aumentou, em novembro, 8,2% na comparação anual. A companhia aérea anunciou os resultados preliminares do tráfego no mês passado.

A capacidade (ASKs), por sua vez, apresentou um salto de 8,7% no mesmo intervalo de comparação. Por outro lado, a taxa de ocupação da Azul em relação a novembro de 2022 caiu 0,3 pontos percentuais, passando para 79,2%.

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Segundo a Azul, o tráfego de passageiros doméstico cresceu 1,7% em relação a novembro de 2022, enquanto a capacidade apontou uma expansão de 3,3%.

Isso resultou em uma taxa de ocupação de 78,2%, o que representa uma queda de 1,3 pontos percentuais comparado com o mesmo período de 2022.

“Em novembro, continuamos a observar melhorias nas tendências de vendas em um ambiente de demanda resiliente em ambos os mercados, com uma alocação racional de capacidade no mercado doméstico e superando os níveis de 2019 no mercado internacional. Continuamos animados com o período mais forte do ano”, diz John Rodgerson, CEO da Azul.

Cotação

Nesta terça-feira (19), as ações da Azul registram alta de 2,77%, cotadas a R$ 16,35.

Cotação AZUL4

Gráfico gerado em: 19/12/2023
1 Ano

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Vinícius Alves

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