Avianca: preços das passagens sobem em até 140%

De acordo com o comparador de preços de passagens aéreas, Voopter, as tarifas aéreas da Avianca Brasil registraram um aumento de até 140%. Essa comparação é feita com o de mesmo período no ano anterior. Somente após a venda dos ativos da empresa, nos próximos quatro meses, que os preços poderão baixar.

Este aumento está relacionado a crise em que a Avianca se encontra no momento. A empresa está em recuperação judicial desde dezembro de 2018 e pela falta de pagamento está sendo judicialmente obrigada a devolver seus aviões.

A tarifa mais elevada foi da rota entre os aeroportos de Santos Dumont, no Rio de Janeiro, e de Salvador. A média do valor da passagem em abril de 2018, era de R$ 574,14 e agora está em R$ 1.377,32. Este aumento corresponde a 139,89%.

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A plataforma contabiliza esse valor até os próximos 120 dias. “A Avianca influenciou muito, porque a demanda não mudou e o número de assentos ofertados caiu. Essa demanda migrou para as outras companhias aéreas, que têm algoritmos que percebem isso”, afirmou a diretora-geral da Voopter, Juliana Vital.

Do auge a crise

Em 2003, a média era de 36 voos diários da Avianca Brasil, equivalente a 101.377 passageiros. Dessa forma, a empresa era a 11ª companhia aérea brasileira, de acordo com os dados da Anac.

Em 2018, 15 anos após o início, os voos diários subiram para 241, fazendo com que a empresa passasse a deter 12,39% do mercado ou 11,6 milhões de passageiros.

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Em 7 de abril deste ano, a empresa ainda possuía uma média alta de voos. Com 237 diários, a empresa se mantinha como a quarta maior do mercado doméstico desde de 2013.

Entretanto, a empresa está em recuperação judicial desde dezembro do ano passado. Ao todo a companhia deve aproximadamente R$700 milhões aos proprietários dos aviões. Ademais, depois da disputa na Justiça, a companhia é obrigada a devolver quase toda a sua frota.

Além da perda de aeronaves por conta da inadimplência, a Avianca também deixou de pagar seus funcionários.

Na última quarta-feira (24) pediu para que os funcionários que estejam interessados em deixar o emprego, sem perder seus direitos, se manifestem. Antes da crise, a empresa possuía 5,3 mil funcionários, deles 617 eram pilotos e 1,1 mil comissários.

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Como reflexo da entrega dos aviões às empresas de leasings, a empresa passará a operar cinco aviões nesta semana, de acordo com o banco “UBS”. A frota da companhia aérea já chegou a 40 aeronaves em 2018.

Além disso, entre a segunda e esta quinta, foram confirmados o cancelamento de mais de 800 voos, por conta da diminuição da frota.

Desde o início da semana, a empresa está realizando pousos e decolagens de apenas quatro aeroportos, sendo eles:

  • Brasília;
  • Congonhas (SP);
  • Salvador;
  • Santos Dumont (RJ).

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Por conta da situação financeira da Avianca, a Infraero e outras administradoras passaram a exigir o pagamento antecipado das tarifas aeroportuárias.

Poliana Santos

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