Grana na conta

Ambev (ABEV3) perde R$ 8,6 bi e chama acusação de rombo de “falsa, oportunista e irresponsável”

A Ambev (ABEV3) classificou a acusação de um suposto rombo de R$ 30 bilhões em manobras tributárias como “falsa, oportunista e irresponsável”. Em meio a essa crise, a companhia perdeu R$ 8,6 bilhões em valor de mercado na Bolsa.

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Do fechamento do dia 31 de janeiro ao dia 2 de fevereiro, as ações da Ambev caíram 4,17%. Segundo um mapeamento feito pela Quantzed a pedido do Suno Notícias, essa queda equivale a uma diminuição de R$ 8,66 bilhões no valor de mercado da empresa de bebidas do trio Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.

Em posicionamento publicado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa disse que foi “acusada indevidamente por uma associação formada por algumas cervejarias concorrentes de ter um suposto ‘rombo’ em suas demonstrações financeiras“.

A acusação é falsa e acreditamos que foi promovida de forma oportunista e irresponsável. Não existe ‘rombo’ algum.

“Calculamos nossos créditos tributários com base na legislação e nossas demonstrações financeiras estão de acordo com as regras jurídicas e contábeis, com ampla transparência sobre os litígios tributários envolvendo a companhia. Litígios tributários devidamente divulgados são muito diferentes de um suposto ‘rombo'”, ressaltou.

No comunicado, a empresa ressaltou que diverge da interpretação do Fisco em alguns litígios tributários. “Esses litígios são o reflexo da complexidade do sistema tributário brasileiro e uma realidade de muitas empresas”, complementou.

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Ambev: entenda o caso

Na quarta (1º), a coluna Radar Econômico, da Veja, divulgou uma denúncia da Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil) em que a Ambev era acusada de um suposto rombo de R$ 30 bilhões.

De acordo com a publicação, a Ambev teria inflacionado o preço de itens necessários para a produção de refrigerantes e que são passíveis de isenção e geração de créditos fiscais na Zona Franca de Manaus. Dessa forma, a empresa acumularia mais créditos tributários do que os quais teria direito.

Paulo Petroni, diretor-geral da CervBrasil, afirmou que relatórios da Receita Federal apontam, desde 2017, para “bilhões e bilhões de ilícitos tributários cometidos pelos fabricantes de concentrados de refrigerantes na Zona Franca de Manaus”.

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A Ambev negou as acusações e, em relatório, o time do BTG Pactual (BPAC11) classificou a acusação como um ruído “exagerado”.

“Os R$ 30 bilhões mencionados na matéria referem-se, na verdade, a estimativas da Receita Federal relativas a créditos tributários acumulados em disputas entre o fisco e as empresas de bebidas. A parte eventualmente relacionada à Ambev é indiscutivelmente muito menor”, comentaram os analistas do BTG Thiago Duarte e Henrique Brustolin.

Segundo os especialistas, a CervBrasil representa o Grupo Petrópolis e outras cervejarias brasileiras menores que também disputam mercado com a Ambev. “Eles historicamente se manifestaram e lutaram intensamente contra os créditos tributários gerados por empresas como Ambev e Coca-Cola”, reforçaram os analistas.

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Erick Matheus Nery

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