Agenda da semana terá Super Quarta, com decisões do Copom e Fed; prévia do PIB sai na segunda (18)

O mercado aguarda a agenda da semana com ansiedade. O dia mais esperado é a Super Quarta (20) – com o anúncio das taxas de juros pelos bancos centrais dos Estados Unidos e do Brasil.

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No mercado doméstico, investidores estarão de olho nas reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central (BC) na terça (19) e quarta que vão definir a nova taxa Selic.

O Copom vai confirmar se corta mais uma vez os juros em 0,5 ponto percentual – estimativa que prevalece no mercado, embora economistas e analistas divirjam sobre a magnitude da redução da Selic, hoje em 13,25% ao ano. Parte dos agentes do mercado espera por uma redução até maior (0,75 pp) ou menor (0,25pp).

Na mesma quarta o Fed anuncia se mantém ou não os juros entre 5% e 5,25% ao ano. O mercado projeta, em consenso, a manutenção desse patamar. Parte dos analistas preveem que a mudança nos Fed Funds se dará mesmo na reunião de novembro – quando, dizem eles, a faixa subirá para 5,50% e 5,75% ao ano. A divulgação do Fed sai às 15h, horário de Brasília, e meia hora depois o presidente do banco central dos EUA Jerome Powell falará à imprensa sobre os rumos da política monetária do país.

Prévia do PIB do Brasil e dados da Europa

Na agenda do Brasil, estará também no radar a prévia do Produto Interno Bruto. O IBC-Br, indicador considerado a prévia do PIB do país, tem uma projeção predominante no mercado – a de que o índice mostrará avanço tímido de 0,2%.

Produto Interno Bruto (PIB), divulgado em 1º de setembro, registrou um crescimento de 0,9% no segundo semestre em comparação com o primeiro tri de 2023. Ao todo, os bens e serviços finais produzidos no Brasil somaram R$ 2,651 trilhões em valores correntes no trimestre (até junho). Os dados foram calculados pelo Sistema de Contas Nacionais Trimestrais e divulgados nesta sexta-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O exterior terá nesta semana a divulgação de mais dois indicadores no foco do mercado: os dados de preços ao consumidor da Zona do Euro, que sairão na terça – com estimativa de avanço de 0,3% em agosto. Alemanha e Reino Unido também divulgarão dados de inflação.

No último dia 14 o Banco Central Europeu (BCE), subiu os juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa entre 4,25% e 4,50%.. Vários dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) vieram a público nesta sexta-feira, 15, a fim de deixar claro que não estão descartadas novas elevações dos juros pela instituição. Um dia após o BCE aumentou os juros, mas seu comunicado ser interpretado por boa parte do mercado como um sinalização de que este seria o ponto final no ciclo de aperto, a comunicação do BC reforça que pode haver ainda mais altas nos juros, a depender do quadro na inflação da zona do euro. Por isso o mercado está de olho nos números da inflação.

A própria presidente do BCE, Christine Lagarde, enfatizou a possibilidade de mais aperto durante sua entrevista coletiva da quinta-feira após a decisão. Nesta sexta, ela afirmou a repórteres que os dirigentes não estão discutindo agora cortes nos juros, e notou que eles devem seguir em níveis elevados por períodos “significativamente importantes”, sem precisar datas.

Vice do BCE, Luis de Guindos disse que não há meta para quando os juros começarão a cair e minimizou a postura atual dos mercados como “uma aposta”, que “pode estar certa ou errada”, além de voltar a defender a necessidade de elevar os juros, na quinta inclusive, para garantir que o quadro inflacionário seja controlado.

Entre dirigentes, Martins Kazaks defendeu o nível atual dos juros e não descartou mais elevações. Segundo ele, a zona do euro deve atingir a meta de inflação ao consumidor em 2% no segundo semestre de 2025.

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Veja a agenda da semana

  • Segunda-feira (18): às 8h, sai o índice IGP-10 (Índice Geral de Preços), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE)
  • Segunda (18), às 8h25: divulgação do Boletim Focus com novas projeções da taxa Selic, PIB e inflação medida pelo IPCA;
  • Segunda (18), às 9h, sai o índice de atividade IBC-Br anual e mensal
  • Terça (19): às 5h, sai o índice de preços ao consumidor da zona do euro
  • Quarta (20): às 3h, índice de preços ao consumidor do Reino Unido
  • Quarta (20): às 3h, índicde de preços ao consumidor da Alemanha
  • Quarta (20): às 15h, decisão do Fed sobre taxas de juros
  • Quarta (20): às 18h30, decisão do Copom sobre a taxa Selic
  • Quinta (21): às 9h30: payroll, dados semanais, EUA
  • Sexta (22): às 3h, vendas no varejo, índice mensal, no Reino Unido

Chance de Fed aumentar juros até novembro volta a ser majoritária após dados nos EUA, diz CME

Após a divulgação de dados de mercado de trabalho dos Estados Unidos na primeira semana de setembro, a curva voltou a precificar de forma majoritária pelo menos mais um aumento de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) – mas em novembro, conforme aponta plataforma de monitoramento do CME Group.

A ferramenta mostrava 48,7% de chance de que a taxa básica esteja no nível atual (entre 5,25% e 5,50%) até novembro, comparado com 52,9% na quarta-feira.

Já o risco de uma elevação de 25 pontos-base cresceu de 43,7% para 47,2%, enquanto o de um alta de 50 pontos-base avançou de 3,4% para 4,2%.

O reajuste nas expectativas acontece após o Departamento do Trabalho dos EUA informar uma inesperada queda nos pedidos de auxílio-desemprego no país na semana passada. Já os custos da mão de obra foram revisados para cima.

Apesar disso, para a próxima reunião monetária do Fed, em 20 de setembro, a plataforma do CME Group ainda aponta 98% de probabilidade de manutenção de juros e 2% de elevação de 0,25 ponto porcentual.

Copom na agenda da semana: BC deve reduzir Selic em 0,5 ponto porcentual, projeta banco britânico

O Comitê de Política Monetária (Copom) deve seguir o plano de voo divulgado na sua última reunião e reduzir a taxa Selic de 13,25% para 12,75% na quarta-feira (20), afirma o Barclays. O banco britânico espera manutenção do ritmo de quedas em 0,5 ponto porcentual por reunião, mas reconhece que uma aceleração é possível.

“Esperamos que o Copom corte a Selic em passos de 0,5 ponto porcentual no futuro próximo, mas não podemos descartar a possibilidade de cortes maiores mais adiante no ciclo, à medida que o horizonte relevante da política monetária gradualmente muda para 2025″, afirma o economista para Brasil do Barclays, Roberto Secemski, em relatório.

Na semana que vem, o analista espera poucas mudanças no comunicado do Copom. Secemski destaca que, desde a última decisão de política monetária, em agosto, as expectativas de IPCA de longo prazo continuaram em 3,5% – 0,5 ponto porcentual acima do centro da meta, de 3% -, o PIB do segundo trimestre cresceu mais do que o esperado e a inflação de serviços não desacelerou substancialmente.

O Barclays espera redução da taxa Selic a 11,75% no fim de 2023 e a 9,5% no término do ciclo de cortes, que deve ocorrer em meados de 2024.

Goldman Sachs: Copom deve cortar Selic em 0,5 p.p. e sinalizar manutenção do ritmo

O Copom deve reduzir a taxa Selic em 0,5 ponto porcentual na próxima quarta-feira, segundo o Goldman Sachs. Para o banco americano, o colegiado deve sinalizar que manterá esse ritmo de cortes ao menos na reunião seguinte, em 1º de novembro.

“Esperamos que o Copom mantenha uma barra relativamente alta para acelerar o ritmo de cortes no curtíssimo prazo”, afirma o diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos sobre o evento mais aguardado da agenda da semana no Brasil.

Com Estadão Conteúdo

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Marco Antônio Lopes

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