Radar do mercado: Fitch atribui nota de crédito para a Azul (AZUL4)

A companhia aérea Azul S.A. anunciou ontem (17) que a Fitch Ratings classificou o risco de crédito da azul como BB- em escala estrangeira e A+(bra) em escala nacional. Além disso, a agência também atribuiu uma classificação BB- às sênior notes sem garantias da Azul, no valor de US$ 400 milhões, com vencimento em 2024.

Segundo a Fitch, os ratings da Azul são suportados por sua forte posição no mercado regional doméstico brasileiro de linhas aéreas e por sólidas margens operacionais, que, no entanto, são limitadas por sua baixa diversificação geográfica e pela exposição cambial.

As classificações atribuídas refletem a expectativa de melhora do perfil de risco de crédito da Azul em 2019-2020, decorrente de fundamentos mais sólidos da indústria aérea do Brasil, de maior geração de fluxo de caixa operacional, bem como da tendência de desalavancagem da companhia.

 

Deste modo, a Fitch indica que a empresa tem condições de manter seus compromissos, além de elevados índices de liquidez, reduzindo exposição a riscos de refinanciamento.

Também foi considerada a vulnerabilidade da geração de fluxo de caixa da empresa em relação a variações de preço de combustíveis de aviação, além dos riscos inerentes ao setor aéreo, bem como a capacidade da Azul em manter suas margens operacionais, com base em sua liderança nos mercados onde atua.

A perspectiva do rating corporativo é estável, segundo a Fitch. Com o anúncio, a Azul reafirma sua classificação BB- de qualidade de crédito.

MINICURSO VALUATION

No racional da Fitch, tal perspectiva estável reflete a expectativa de que a Azul continuará gerenciando seus crescentes negócios de maneira conservadora, mantendo a atual tendência de desalavancagem.

O perfil de crédito da Azul se beneficia de sua posição singular no mercado aéreo regional do Brasil, com forte presença em destinos pouco servidos e baixa sobreposição de rotas com concorrentes (cerca de 31% com a Gol e 20% com a Latam). Isso tende a dar uma vantagem de preço à empresa.

Vale ressaltar que a Azul é a terceira maior companhia aérea do país, com 19% de participação de mercado em termos de receita por passageiro por quilômetro em 2018.

Como o Brasil é o principal mercado da empresa, seus resultados operacionais são altamente correlacionados à economia nacional.

Essa baixa diversificação da empresa gera uma exposição cambial alta: enquanto 79% de suas receitas são geradas em reais, cerca de 55% dos custos totais e 76% de sua dívida total são denominados em dólares.

Também foi considerado pela Fitch um cenário melhor do setor para este ano. Isso porque o estresse financeiro com consequente redução da operação da Avianca – player mais agressivo do mercado doméstico nos últimos anos – tem contribuído para um ambiente de yield mais saudável. Esta conjuntura de fatores deve ajudar a mitigar as más condições econômicas do país, bem como os preços altos do combustível e a volatilidade cambial.

“O rating da Azul reflete nosso compromisso de entregar fortes resultados operacionais, mantendo um balanço sólido. Esperamos continuar a nos beneficiar da conectividade da nossa malha e do nosso processo de transformação de frota”, disse Alex Malfitani, CFO da Azul.

Por fim, ressaltamos que não nos interessamos pelo setor de aviação no momento, pois a competição é acirrada, gerando guerra de preços, pressionando as margens. Ficamos, portanto, de fora de AZUL4.

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    Tiago Reis
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