Walmart paga multa de US$ 282 milhões por violar lei anticorrupção

O Walmart vai pagar uma multa de US$ 282 milhões (cerca de R$ 1,1 bilhão) por violar a lei anti-corrupção dos Estados Unidos. O gigante varejista chegou em um acordo com a Securities Exchange Commission (SEC), regulador do mercado norte-americano.

Saiba mais: Walmart: e-commerce impulsiona alta de 80% no lucro líquido do 1º tri 

Além da SEC, o Walmart também chegou a um acordo com o Departamento de Justiça dos EUA. Do montante de US$ 282 milhões da multa, o Walmart pagará US$ 144 milhões à SEC e US$ 138 milhões ao Departamento de Justiça.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/05/Lead-Magnet-1420x240-1.png

Graças ao pagamento da multa as autoridades norte-americanas encerrarão as acusações de violação da lei de práticas anticorrupção no exterior (FCPA, na sigla em inglês).

Lei anticorrupção no exterior

A FCPA proíbe para empresas listadas nos Estados Unidos de pagarem subornos para obter vantagens no exterior. A SEC acusou o Walmart de ter permitido que subsidiárias no Brasil, China, Índia e México empregassem intermediários terceirizados que pagavam propina para funcionários de governos estrangeiros.

Saiba Mais: Walmart anuncia entrega em um dia nos EUA para concorrer com Amazon

Além disso, a SEC acusou a empresa de ter falhado ao não investigar ou mitigar suficientemente os riscos de corrupção em suas atividades no exterior.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/04/1420x240_TEXTO_CTA_A_V10.jpg

“A companhia poderia ter evitado muitos desses problemas, mas, em vez
disso, repetidamente não levou a sério as ‘bandeiras vermelhas’ e atrasou a
implementação apropriada de controles contábeis internos apropriados”,
declarou Charles Cain, diretor da unidade FCPA da SEC.

Além da FCPA, o Walmart também aceitou o pedido da SEC de que violava os livros e registros e as disposições internas de controles contábeis da Lei da Bolsa e de Valores Mobiliários (Securities Exchange Act) de 1934.

Investigações iniciadas após reportagem

O Departamento de Justiça iniciou a investigação contra a Walmart depois da publicação de reportagens do jornal “The New York Times”. O veículo realizou as reportagens em 2012 revelaram subornos que a varejista teria pago no México para obter permissões para construir lojas no país.

Saiba Mais: Walmart encerra vendas online no Brasil e demite 70 funcionários

A partir dessa denúncia, foi iniciada uma investigação maior sobre o comportamento de subsidiárias do Walmart ao redor do mundo, incluindo unidades no México, Brasil, Índia e China.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2022/06/Banner-Noticias-1000x325COGN3.jpg

No Brasil foram individuadas irregularidades na construção de duas lojas em Brasília. O Walmart pagou US$ 4,3 milhões como multa sobre as atividades ilegais realizadas no País.

Além disso, entre 2009 e 2010 o Walmart Brasil teria levado sua matriz a manter registros falsos. Contabilidade que foi incluída nos balanços financeiros consolidados da companhia.

O feiticeiro

O Walmart Brasil teria pago US$ 527 mil para um intermediário em troca de ajuda na obtenção de licenças para construção. Esse intermediário teria obtido licenças e permissões tão rapidamente, que ganhou o apelido de “feiticeiro” e “gênio”.

Desde 2018, o Walmart Brasil é controlado pelo fundo de private equity Advent Internacional.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/1420x240-Controle-de-Investimentos.png

“O acordo fechado nos Estados Unidos não se refere a atos praticados por nenhum dos atuais funcionários do Walmart Brasil, nem os membros da diretoria ou do conselho de administração, e não trará impactos para o negócio”, informou a o fundo em nota.

Carlo Cauti

Compartilhe sua opinião