Votação da reforma da Previdência na CCJ fica para próxima terça

A votação da PEC da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados ficará para a próxima terça-feira (23), depois do feriado da Páscoa. A decisão foi informada pelo líder do PSL na Casa, delegado Waldir. “Está batido o martelo”, afirmou.

A reforma da Previdência estava sendo discutida pelos parlamentares na CCJ nesta quarta-feira (17). Entretanto, segundo o presidente da comissão, Felipe Francischini (PSL-PR), a votação foi adiada para a próxima semana por falta de acordo.

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A previsão era de que o parecer favorável à admissibilidade do texto da PEC fosse votado nesta quarta. Porém, Francischini disse que líderes de partidos pediram alterações da decisão do relator, o deputado Marcelo de Freitas (PSL-MG).

O Delegado Waldir minimizou o adiamento da votação da reforma da Previdência. “Não tem derrota, tem diálogo”, disse o parlamentar. Segundo ele, a votação foi passada para a próxima semana porque há uma resistência do governo em aceitar mudanças propostas pelos deputados.

Waldir afirmou que pontos como a idade mínima e a capitalização não são negociáveis no parecer da CCJ. O relator Marcelo Freitas confirmou que seu parecer provavelmente será alterado. No entanto, o deputado afirmou que o governo buscará impedir uma mudança muito grande na proposta.

Estratégias do governo e da oposição

Na tentativa de agilizar o processo da votação nesta quarta-feira (17), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, retomou seu posicionamento na articulação da reforma. Apesar dos esforços, a votação não ocorreu nesta quarta.

Em contrapartida, os parlamentares que são contra o projeto buscam retardar o processo. Como estratégia, deputados chegaram com cinco horas de antecedência ao plenário da CCJ para conseguir os primeiros lugares na fila de discursos.

Mudanças na aposentadoria

A proposta feita pelo presidente Jair Bolsonaro, apresentada em fevereiro, propõe alterações em várias regras para a aposentadoria de servidores públicos e trabalhadores da iniciativa privada.

Dentre as mudanças sugeridas pela equipe econômica do governo federal está a definição da idade mínima para que o trabalhador se aposente. De acordo com a PEC, a idade mínima para aposentadoria de mulheres seria 62 anos e para homens seria 65 anos.

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Além disso, o texto altera:

  • Cálculo do benefício no regime próprio de servidores públicos;
  • Regras para a aposentadoria rural;
  • Regras de pensão por morte;
  • Concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC).

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Com as medidas, o governo federal estima economizar R$ 1 trilhão em dez anos. Por se tratar de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), o texto da reforma da Previdência precisará do apoio de ao menos 308 dos 513 deputados em dois turnos de votação no Plenário da Câmara antes de ir ao Senado Federal.

Beatriz Oliveira

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