Veja as 5 maiores altas do Ibovespa na semana; Ambev (ABEV3) lidera com 13%

Seguindo na temporada de balanços e com divulgação de indicadores, o Ibovespa seguiu em queda nesta semana, fechando o pregão de sexta (29) aos 103.500 pontos.

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Apesar disso, algumas ações do Ibovespa tiveram altas no período, com 21 papéis tendo saldo positivo. A Ambev (ABEV3) foi o destaque, com balanço acima do esperado. A companhia subiu mais de 13% no acumulado, se aproximando de R$ 17 no fim da semana.

O mercado, vale lembrar, seguiu com complicações vindas de Brasília – dada a possibilidade de furo do teto de gastos com o pagamento do Auxílio Brasil.

Além disso, vale lembrar, a Petrobras (PETR4) teve protagonismo, apesar de ficar no saldo negativo. Em falas recentes, o Presidente da República citou uma possível privatização em meio à alta dos combustíveis e ao balanço trimestral – com lucro acima do esperado e dividendos bilionários.

No campo positivo, os frigoríficos que divulgaram seus resultados também tiveram destaque, com duas empresas do segmento ficando dentre as maiores valorizações.

Confira as maiores altas do Ibovespa na última semana:

Ambev sobe com balanço acima do esperado

Acima das expectativas do mercado, o resultado financeiro da empresa puxou alta expressiva na semana. Segundo o balanço trimestral, o lucro líquido foi de R$ 3,712 bilhões. O valor é 57,4% superior ao de igual período do ano passado, a cervejeira lucrou R$ 2,359 bilhões.

Já a receita líquida da Ambev foi de R$ 18,492 bilhões, alta de 20,8% na base anual, impulsionada por maiores volumes consolidados. De acordo com a empresa, foi o maior volume registrado em um terceiro trimestre, com crescimento de 7,7% contra o mesmo período do ano passado.

resultado da Ambev no 3T21 avançou por conta da estratégia de atratividade do portfólio de marcas e dos investimentos no crescimento de longo praco da companhia, afirma a administração em relatório.

“A maioria dos países está entregando avanço contínuo com crescimento de volume acima dos níveis do 3T20 e 3T19”, afirma a companhia em balanço.

Aos olhos da XP, o resultado da companhia demonstra forte crescimento apesar da pressão das margens por conta do câmbio e da escalada do preço das commodities.

Fomos surpreendidos por um crescimento de 7,7% no comparativo anual nos volumes consolidados, principalmente devido a um desempenho melhor do que o esperado na unidade Cerveja Brasil, o que consideramos positivo dada a base de comparação mais difícil. Oito dos dez principais mercados da AmBev já estão crescendo acima do 3T19″, dizem os analistas da corretora.

Ambos frisam a recomendação de compra para Ambev, mirando preço-alvo de R$ 20, cotação vista pela última vez em agosto de 2019.

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Raia surpreende e aumenta otimismo para 2022

Também com resultado divulgado na semana, a Raia Drogasil teve lucro líquido ajustado com alta de 276% na comparação anual e totalizou R$ 232,022 milhões.

Excluindo os ajustes, diz a Raia Drogasil, o lucro seria de R$ 266,443 milhões, com avanço de 342% na comparação anual.

Segundo o seu balanço, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciação) ajustado da companhia atingiu R$ 497,1 milhões no trimestre, crescimento de 114% na comparação com igual intervalo de 2020. A margem Ebitda ajustada passou de 4,9% para 8%.

“O crescimento de receita no 2T21 foi favorecido pela queda atípica de vendas no 2T20, em função do rigoroso isolamento social verificado naquele trimestre”, diz a companhia.

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Com essa perspectiva, o otimismo para o ano de 2022 aumentou, o que motivou revisão do guidance. A RD passou a projetar uma abertura de 260 lojas no ano que vem – ante 240 na última projeção.

Em parecer recente, o JP Morgan recomendou compra para as ações da Raia Drogasil, juntamente com Petz (PETZ3)Rede D’Or (RDOR3)Assaí (ASAI3) e Vibra Energia (BRDT3) – sendo todos papéis que compõem o Ibovespa.

Para o banco, as ações com boas perspectivas da bolsa se concentram em exportadoras de commodities e companhias do setor financeiro – além das que são focadas no ‘mercado interno não-cíclico’, menos sensíveis ao ambiente macroeconômico – que tem derrubado o Ibovespa nas últimas semanas.

BRF sobe no Ibovespa e Abílio sai

Ainda sem a divulgação do seu resultado financeiro, a BRF contou com a saída do seu capital social do empresário Abilio Diniz – que vendeu sua fatia de 3,8% para a Marfrig (MRFG3) por R$ 898,9 milhões. A saída se dá após quase nove anos como acionista da empresa.

O empresário vendeu sua participação na empresa com prejuízo e, prioritariamente, a informação foi divulgada pelo jornal Valor Econômico.

Segundo o jornal, os fundos da Península Participações, cujo presidente do conselho é o Diniz, investiram mais de R$ 1 bilhão na BRF entre fim de 2012 e início de 2013. Nessa época as ações da dona da Sadia eram cotadas próximo de R$ 40, mas a Marfrig pagou, em maio deste ano, R$ 28,75 pelos papéis, o que se configura como um prejuízo.

Apesar disso, a possibilidade de um balanço otimista para a empresa é grande. Segundo o BofA, os spreads de proteínas melhoraram neste terceiro trimestre por causa do aumento dos preços da carne no Brasil e no exterior, com um alívio marginal nos custos.

Marfrig tem boas margens nos EUA

Com alta de 148,7% no lucro, a Marfrig anotou um lucro líquido de R$ 1,7 bilhão, acima das expectativas e com forte impacto da operação na América do Norte.

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A diversificação geográfica fez com que a companhia alcançasse um resultado com recordes na receita líquida, que atingiu 23,6 bilhões ao final de setembro, alta de 40,4% na comparação anualizada.

No mesmo sentido, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado também foi recorde e somou R$ 4,7 bilhões, alta de 115,6%, na base anual.

No resultado financeiro, Marcos Molina, presidente do conselho de administração, destacou o compromisso “inegociável com a solidez financeira da Marfrig”. Diz ele: “Terminamos o trimestre com o menor índice de alavancagem (relação dívida líquida / EBITDAaj UDM) da história da Marfrig – 1,10x em reais e 1,07x quando mensurado em dólares.”

Multiplan lucra R$ 99 milhões em alta de 82%

Por fim, as ações da rede de shopping centers Multiplan (MULT3) contaram com a influência dos resultados obtidos no terceiro semestre de 2021.

O lucro líquido somou R$ 99,404 milhões no período, o que equivale a uma queda de 82,5% em comparação com o ganho de R$ 568.762 milhões apurado no mesmo período em 2020.

Já a receita líquida da Multiplan atingiu R$ 322.260 milhões ao final de junho. O montante representa queda de 68,5% comparado à receita reportada no mesmo trimestre do ano passado. O EBTDA da Multiplan (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), por sua vez, foi de R$ 216.068 milhões, queda de 69,3% comparado aos R$ 703.848 milhões do ano passado.

A receita, vale frisar, teve números inferiores aos do ano passado, e foram mais influenciados pela venda de imóveis, que neste trimestre representaram apenas R$ 2.122 milhões, enquanto no terceiro trimestre do ano passado atingiu R$ 814.129 milhões. Outros parâmetros que compõem a receita, no entanto, tiveram ganhos.

No balanço que motivou a alta no Ibovespa, a Multiplan destaca que as vendas nas mesmas lojas aumentaram 1,5% em comparação com nível pré-pandemia de 2019, e as vendas totais nos primeiros 25 dias em outubro de 2021 superaram as do mesmo mês em 2019 em 9,7%.

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Eduardo Vargas

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