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A Petrobras (PETR4) é um problema, afirma Bolsonaro no G20

Um dia após a Petrobras (PETR4) perder R$ 23 bilhões em valor de mercado por medo de ingerência política do governo, o presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado, durante a cúpula do G20, em Roma, que a estatal “é um problema”.

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A declaração sobre a Petrobras foi feita em uma conversa informal com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que citou os grandes recursos petrolíferos do Brasil.

“A Petrobras é um problema, mas estamos quebrando monopólios, com reação muito grande. Há pouco tempo, era uma empresa de um partido político. Mudamos isso”, disse Bolsonaro a Erdogan, por meio de um intérprete.

A gravação do diálogo foi divulgada pelo jornalista Jamil Chade, do UOL.

Em meio à dificuldade de conter a alta dos combustíveis, que afeta a popularidade do governo, o presidente e o ministro da Economia, Paulo Guedes, têm feito uma série de ataques à Petrobras nas últimas semanas.

Em transmissão ao vivo nas redes sociais na última quinta-feira, o chefe do Executivo chegou a afirmar que a estatal deveria dar menos lucro, o que fez as ações da empresa tombarem na Bolsa de Valores.

Além da Petrobras, Bolsonaro frisou retomada econômica

Bolsonaro ainda disse a Erdogan que a economia brasileira está se recuperando da crise da covid-19.

“Economia voltando bem forte. A mídia, como sempre, atacando. Estamos resistindo bem. Não é fácil ser chefe de Estado em qualquer lugar do mundo”, afirmou, sem citar a disparada da inflação.

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A escalada de preços levou o Banco Central a subir a taxa básica de juros do País, a Selic, em 1,5 ponto porcentual, a 7,75%, no maior aumento desde 2002.

O presidente brasileiro também disse ao colega turco ter um apoio popular muito grande, quando, na verdade, setores de dentro do governo não dão a reeleição como garantida.

Não à toa, o Palácio do Planalto resolveu lançar um Auxílio Brasil turbinado a R$ 400 apenas até o final do ano eleitoral, com o objetivo de vitaminar a popularidade de Bolsonaro.

“E quando é a eleição?”, questionou Erdogan ao líder brasileiro durante a conversa. “Daqui a 11 meses”, respondeu Bolsonaro.

“Significa que o senhor tem muito a fazer coisa ainda para fazer”, acrescentou o turco. “Temos boa equipe de ministros. Não aceitei indicação de ninguém. Prestigiei as Forças Armadas. Um terço dos ministros são militares”, tentou insistir o presidente.

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Bolsonaro está no encontro do G20, em Roma, com os ministros Guedes, João Roma (Cidadania), Walter Braga Netto (Defesa) e Carlos França (Relações Exteriores) e participará, entre hoje e amanhã, além de encontros bilaterais, de painéis sobre economia, meio ambiente e saúde pública.

Os três temas são considerados delicados para o governo, em meio às críticas sobre a política ambiental e a postura durante a pandemia.

Na segunda-feira (1º) após a cúpula, o presidente segue para a cidade italiana de Anguillara Veneta, onde moravam seus antepassados, para receber o título de cidadão local.

O projeto de homenagem ao presidente foi aprovado sob críticas. Na sexta-feira, 29, militantes ambientais chegaram a pichar “Fora, Bolsonaro” na prefeitura da cidade.

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Ao cumprir a agenda pessoal em Anguillara Veneta, Bolsonaro deixará de ir à COP-26, evento sobre as mudanças climáticas que contará com a presença dos principais líderes globais. O governo será representado pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Pereira Leite.

Cotação de PETR4

Em queda de 1,84% nos últimos cinco dias, as ações preferenciais da Petrobras fecharam o pregão de sexta-feira (29) cotadas a R$ 27,25. No acumulado de 2021, a estatal já caiu 5,74% no Ibovespa.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Eduardo Vargas

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