Da Vale (VALE3) à CSN (CSNA3): Safra aponta desafios de gigantes da Bolsa nos balanços do 1T24

O Safra divulgou suas projeções dos resultados do primeiro trimestre deste ano (1T24) das empresas que fazem parte do setor de papel, celulose, mineração e siderurgia, conhecidas como materiais básicos. O foco dos analistas no relatório é o Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) e a recomendação de preço-alvo por ação de cada companhia. Vale (VALE3), Suzano (SUZB3), CSN (CSNA3) e Gerdau (GGBR4) são algumas empresas que entraram no radar do banco.

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No segmento de mineração, a Vale deve reportar um Ebitda de aproximadamente US$ 3,4 bilhões no 1T24. Esse cálculo, dizem os estrategistas, exclui os efeitos financeiros e operacionais relacionados ao desastre de Brumadinho. A projeção representa uma queda de 50% em relação ao trimestre anterior (4T23) e está 13% abaixo do consenso do mercado. O Safra aponta que a Vale enfrenta desafios devido a preços mais baixos do minério de ferro e menores volumes de embarque.

No setor siderúrgico, a CSN tem previsão de queda acentuada no Ebitda para aproximadamente R$ 1,8 bilhão no primeiro trimestre deste ano. Os custos mais altos e a pressão nos preços de venda contribuem para essa perspectiva negativa no 1T24 da CSN, conforme o banco. A Usiminas (USIM5) deve apresentar um resultado sólido, impulsionando uma melhora significativa no Ebitda. O valor estimado para a empresa não foi projetado pelo Safra.

Já a CSN Mineração (CMIN3) deve apresentar uma redução significativa no Ebitda, com previsão de R$ 1,1 bilhão. A projeção da CSN Mineração no 1T24 representa uma queda de 60% em relação ao trimestre anterior e está 24% abaixo do consenso do mercado, segundo os analistas.

Os analistas estimam para o balanço da Aura Minerals (AURA33) um Ebitda de US$ 48,1 milhões no 1T24, representando um aumento de 18% em relação ao trimestre anterior. O banco diz que essa projeção é impulsionada por preços mais altos do ouro e menores custos equivalentes de caixa.

O setor de papel e celulose também foi analisado pelo Safra: possivelmente a Klabin (KLBN11) deve ter um Ebitda de R$ 1,6 bilhão no primeiro trimestre deste ano. Os estrategistas pontuam, no relatório, que essa cifra representa uma leve queda de 1% em relação ao trimestre anterior. Por sua vez, a Suzano deve anotar um Ebitda de R$ 4,9 bilhões, representando um aumento de 10% em relação ao trimestre anterior.

No que diz respeito às projeções de preço atual e preço-alvo das ações da Vale e dos outros gigantes do Ibovespa, o Safra oferece uma análise detalhada para cada empresa, juntamente com suas respectivas recomendações de investimento, considerando outperform (quando a ação apresenta desempenho superior em comparação com o índice de referência) e underperform (quando o título tem desempenho inferior ao de um índice de referência); veja:

  • Vale (VALE3):
    Classificação: outperform
    Preço atual: R$ 61,60
    Preço-alvo: R$ 86,00
    Potencial de alta: 40
  • Aura Minerals (AURA33):
    Classificação: outperform
    Preço atual: R$ 40,72
    Preço-alvo: R$ 73,30
    Potencial de alta: 80%
  • CSN Mineração (CMIN3):
    Classificação: neutro
    Preço atual: R$ 5,10
    Preço-alvo: R$ 7,00
    Potencial de alta: 37%
  • CSN (CSNA3):
    Classificação: neutro
    Preço atual: R$ 14,35
    Preço-alvo: R$ 16,90
    Potencial de Alta: 18%
  • Usiminas (USIM5):
    Classificação: Outperform
    Preço atual: R$ 10,36
    Preço-alvo: R$ 12,50
    Potencial de alta: 21%
  • Gerdau (GGBR4):
    Classificação: neutro
    Preço atual: R$ 22,85
    Preço-alvo: R$ 24,50
    Potencial de alta: 7%
  • Klabin (KLBN11):
    Classificação: underperform
    Preço atual: R$ 25,20
    Preço-alvo: R$ 25,00
    Potencial de alta: -1%
  • Suzano (SUZB3):
    Classificação: neutro
    Preço atual: R$ 61,76
    Preço-alvo: R$ 71,00
    Potencial de alta: 15%

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Empresas do setor de papel e celulose devem se destacar no 1T24, preveem analistas

No setor de papel e celulose, os analistas da XP preveem um trimestre relativamente melhor para as empresas expostas à celulose, devido ao atual ambiente de preços que estabelece um tom positivo para o 2T24. O desempenho positivo no preço da celulose, acumulando +8% no ano, surpreendeu o mercado.

Nesse contexto, a Suzano (SUZB3) é vista como uma das empresas em destaque no setor, beneficiada pelo contínuo bom desempenho de custos no 1T24. No entanto, a Irani (RANI3) pode enfrentar um trimestre ligeiramente mais fraco, impactado por preços levemente mais baixos de caixas de papelão ondulado e custos mais elevados relacionados a OCC.

Vale deve ter desempenho fraco no 1T24, diz XP

A Vale deve enfrentar um desempenho mais fraco no primeiro trimestre de 2024. É o que diz o relatório de prévias da XP Investimentos. Com uma receita de US$ 8,3 bilhões, deve ter uma queda de 1% em relação ao mesmo período do ano anterior e uma diminuição de 36% em comparação com o trimestre anterior. Essa redução é principalmente atribuída à queda dos preços do minério de ferro, que estão em torno de US$ 98 por tonelada, representando uma diminuição de US$ 25 por tonelada em comparação com o trimestre anterior.

Em relação ao Ebitda, o banco de investimentos projeta um valor de US$ 2,8 bilhões, representando uma diminuição de 58% em relação ao trimestre anterior e 23% em comparação com o mesmo período do ano anterior, com margens 10 pontos percentuais abaixo do primeiro trimestre de 2023. Esses números são influenciados principalmente por resultados menores nas operações de minério de ferro, com um Ebitda de US$ 2,7 bilhões, uma redução de 17% em relação ao ano anterior.

Além disso, a XP também espera um desempenho mais fraco da Vale nas operações de metais básicos, com um Ebitda de US$ 328 milhões, representando uma queda de 43% em relação ao ano anterior. Isso se deve principalmente ao desempenho abaixo do esperado nas operações de níquel, afetadas por preços mais baixos (-35% em relação ao ano anterior) e volumes reduzidos (-3% em relação ao ano anterior), parcialmente compensados por um desempenho melhor na divisão de cobre, com um Ebitda 42% superior ao ano anterior.

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Murilo Melo

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