Hora de comprar? Goldman Sachs dá cinco razões para se manter otimista com as ações da Vale (VALE3)
Após um rali na véspera, influenciado pelo parecer do Bank of America (Bofa) sobre companhias do segmento de minério, a Vale (VALE3) novamente foi protagonista de relatórios otimistas de analistas do sell side.
Nesta terça (21), o Goldman Sachs elevou para compra sua recomendação acerca das ações da Vale. O preço-alvo da casa é de US$ 19,50 – considerando as ADRs listadas em Nova York. Com isso, os analistas projetam uma alta de cerca de 25% em 12 meses.
Os papéis VALE3 subiram 2,42% nesta terça (21), após o parecer.
No relatório, o Goldman Sachs aponta 5 razões para se manterem otimistas sobre a mineradora:
- Um mercado de minério de ferro equilibrado. sustentando preços de US$ 110 por tonelada para 2024
- Indicadores operacionais positivos
- Exposição dos investidores relativamente baixa (principalmente de investidores locais brasileiros)
- Valuation atrativo
- Expectativa do Goldman Sachs para a continuidade dos estímulos na China
Segundo os especialistas da casa, essa ‘combinação de ventos favoráveis’ não acontece desde meados de 2014.
Com isso, os analistas do Goldman Sachs frisam que a Vale passar ser a companhia favorita do setor de materiais básicos na América Latina.
Boa parte disso se dá pela revisão das projeções de minério de ferro – que passaram de um pessimismo exacerbado durante o primeiro semestre deste ano para um otimismo no momento atual.
“Mais especificamente, o modelo revisado de minério de ferro da GS aponta agora para uma mercado equilibrado devido ao crescimento limitado da oferta, ainda mostrando um nível elevado das exportações de aço chinesas e um ganho limitado de participação de mercado com sucata na China para 2024”, explica a casa.
“Diferentemente de 2023, quando os investidores mostravam pessimismo acerca do crescimento da China e da produção de aço sendo um limitador para o desempenho da Vale, acreditamos que o mercado aos poucos será convencido de uma melhor configuração de oferta e demanda e os investidores devem colher frutos de uma forte geração de fluxo e distribuição de caixa”, completa.
Quais os riscos dessa tese de Vale?
Ainda no mesmo parecer, os especialistas do GS apontam que o principal risco negativo para a tese de Vale seriam preços do minério de ferro abaixo do esperado no ano de 2024.
“Isto pode ser impulsionado por um estímulo fiscal menor do que o esperado por parte da China enquanto o mercado imobiliário segue desanimador no país”.
Outro ponto de destaque é o fato de que a companhia brasileira tem potencial para aumentar a produção de minério de ferro em 15% até 2026 com Capex reduzido por tonelada, pois a empresa aproveitará a infraestrutura existente.
“A recuperação potencial e melhoria de desempenho nos atuais ativos de metais básicos também é um potencial impulsionador chave de ganhos”, destaca o GS.
Por fim, um outro catalisador a ser observado no caso da Vale é o fato de que potencialmente haverá um acordo da companhia com promotores e outras autoridades acerca do acidente da Samarco em 2015 – o que pode levar à uma reavaliação da empresa.