Vale (VALE3) opera em forte alta e bate nova máxima histórica; entenda

A Vale (VALE3) opera em forte alta no pregão desta quarta-feira (6). Por volta das 16h os papéis da companhia subiam 3,29%, a R$ 96,06 — no intraday, as ações da mineradora chegaram a atingir R$ 96,20, uma nova máxima histórica.

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Os papéis da empresa são puxados pela alta do preço do minério de ferro, negociado na Bolsa de Valores de Dalian, na China. A commodity encerrou o último pregão negociada a US$ 160 a tonelada — após chegar a ser negociada no início do ano passado a US$ 60. No mesmo período, as ações da Vale já subiram 120%.

A alta da commodity é motivada pelos bons resultados recentes da indústria e do consumo na China. Em novembro de 2020, o setor industrial do país teve sua maior alta para um mês da última década. Já em dezembro, o Índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial, cresceu 53. O Produto Interno Bruto (PIB) do país asiático, maior consumidor de minério do mundo, certamente cresceu no acumulado do ano passado, mesmo com a pandemia.

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Os papéis da mineradora subiram 64% em 2020, puxando o Ibovespa, que encerrou em alta de pouco mais de 2%. A participação da Vale no maior índice acionário da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) é de 12,01%. A alta em 2021 já é de cerca de 10%, após três pregões.

Entretanto, os investidores devem ficar atentos, pois mesmo que os preços estejam em alta e a eficiência operacional da companhia demonstre ser latente, o mundo das commodities é volátil. Entre 2008 e 2016, os papéis da empresa se desvalorizaram 85%, caindo de aproximadamente R$ 68 para menos de R$ 8. Desde então, os papéis subiram mais de 1.100%.

Desempenho das ações da Vale nos últimos cinco anos. Fonte: Status Invest

Perspectivas para a Vale

Segundo Alvaro Bandeira, sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais, o grande avanço do preço do minério de ferro nos últimos meses se deu por conta de aspectos conjunturais. Segundo ele, os estoques ao redor do mundo estão baixos, e Brasil e Austrália produziram menos do que o esperado em dezembro, fazendo com que os preços aumentassem.

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“Além disso, a expectativa é grande para a produção de aço no mundo, com o objetivo de investimento em infraestrutura, sendo necessário minério de ferro”, disse.

Para Henrique Esteter, da Guide Corretora, o cenário para a Vale em 2021 é “muito interessante”. Ainda existe um ponto importante que é o acordo com o governo de Minas Gerais [acerca do acidente em Brumadinho, ocorrido em janeiro de 2019], mas não é à toa que a empresa tem negociado nas máximas históricas. Vai continuar gerando muito caixa neste ano”, pontuou o analista.

Para ele, a demanda chinesa pela commodity continuará alta neste ano e, ao passo que a companhia gerará muito caixa, a “possibilidade de pagamentos de dividendos robustos” é grande.

Já para Rodrigo Glatt, da GTI Investimentos, “a Vale ainda não está refletindo todos os preços de mercado”. Para ele, os papéis da mineradora continuam baratos uma vez que o dólar permanece em patamares altos, assim como o minério de ferro. A geração de caixa futura da empresa, segundo ele, pode não só resultar em pagamento de dividendos como recompra de ações. A empresa ocupa a maior posição do fundo.

Glatt também comenta que pode estar ocorrendo uma rotatividade de alocação de recursos em todo o mundo, onde os ativos considerados de crescimento, ou growth em inglês, estão dando lugar aos de valor, ou value, que possuem múltiplos baratos e boas perspectivas de retornos – onde está categorizada a Vale.

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Jader Lazarini

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