Vale (VALE3) despenca após relatório de produção e vendas. O que frustrou o mercado?

Após divulgar seu relatório de produção na véspera, a Vale (VALE3) apresenta uma queda de cerca de 3% no Ibovespa durante o pregão desta quarta-feira (18).

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A companhia mostrou recuo de 4% na sua produção de minério de ferro, ao passo que as vendas da Vale atingiram 69,7 milhões de toneladas, aumento de 6,6% ante igual período do ano passado.

Apesar de o mercado mostrar uma certa penalização das ações da Vale, alguns analistas têm mantido visão positiva sobre os papéis.

O Itaú BBA, por exemplo, destacou que vê “um bom trimestre” e “conforto com projeções do 3T23”.

“Vemos os dados como ligeiramente positivos. O minério de ferro aumentou 4% na base anual para 80,6 milhões de toneladas, em linha com a nossa estimativa de 81 milhões de toneladas. O volume de produção superou as vendas, em 86,2 milhões de toneladas (embora queda de 4% A/A)”, destaca a casa.

“Observe que a qualidade média do portfólio melhorou para 62,9% no 3T23, ante 62,3% no 2T23. O realizado CFR/FOB ficou em linha com nossa previsão de US$ 105/t. No segmento de Metais Básicos, os volumes de vendas de níquel e cobre ficaram ligeiramente abaixo de nossas estimativas, mas os preços realizados foram melhorar”, segue.

Os analistas ainda chamaram atenção para o fato de que, juntamente com a divulgação do relatório, a Vale reduziu seu guidance para produção de cobre em 2023 para 315-325 mil toneladas (de 335-370 mil toneladas kton), conforme esperado.

“No geral, continuamos confortáveis com a nossa estimativa de EBITDA de US$ 4,6 milhões. para o 3T23”, conclui o BBA.

Atualmente a recomendação da casa para VALE3 é de compra com preço-alvo de US$ 17 para as ADRs da companhia.

Já a XP destacou que as vendas ficaram abaixo do esperado, mas compensadas por uma melhor qualidade do minério de ferro e preços realizados.

“Destacamos a produção de minério de ferro -4% A/A, dada a menor produção de ROM do complexo de Paraopeba e menor produção da Serra Norte, as vendas de minério de ferro +4% A/A, parcialmente suportados pela venda de estoques do 1S23”, diz a casa.

“Além disso, destacamos preços realizados de US$ 105/t +2% XPe, com um gap menor vs. preços referência de 62% Fe no 3T23 apoiado por um melhor teor de minério de ferro”, completa.

A recomendação da XP é neutra para os papéis, com preço-alvo de R$ 73 por papel.

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Goldman Sachs destaca ‘fraqueza’ da Vale em metáis básicos

O time de analistas do Goldman Sachs, da mesma forma, reiterou recomendação neutra após a divulgação dos números na véspera. O preço-alvo da casa para os papéis é de US$ 12,20, para as ADRs negociadas em Nova York.

“A produção reportada de minério de ferro da Vale de 86 milhões de toneladas no 3T23 ficou abaixo do das nossas projeções, mas em linha com o consenso da Bloomberg”, observa a casa.

Analistas ainda destacam que os principais pontos positivos estavam relacionados à qualidade média de minério de ferro melhor do que o esperado e ao sólido ramp-up da mina de cobre Salobo III, no Brasil.

“Do lado negativo, a exaustão da Serra Norte continua a surpreender negativamente, a produção de cobre/níquel em Sudbury foi fraca e as vendas elevadas de ROM/terceiros devem pesar no custo geral de ferrosos”, destaca o Goldman Sachs.

“O relatório de produção/vendas da Vale continua a apoiar nossa visão de que o momento operacional deve ser positivo para metais após atingir o ‘fundo do poço no 1T23’, mas o ritmo deve ser muito gradual”, completa.

Para os especialistas, a melhoria operacional no lado dos metais básicos ainda está por ser vista.

“Esperamos uma reação neutra do mercado, visto que vemos o relatório relativamente alinhado com as expectativas recentes dos investidores. Marcamos a mercado nosso EBITDA do 3T23, cortando de US$ 4,7 bilhões para US$ 4,5 bilhões, conclui o Goldman Sachs sobre a Vale.

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Eduardo Vargas

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