Após os resultados do 3T25, vale a pena investir em Inter (INBR32)?

As ações do Banco Inter (INBR32) estão operando em forte queda na tarde desta quinta-feira (13), mesmo após a instituição financeira reportar alta no lucro líquido e registrar um Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) recorde. Por volta das 14h, os papéis da companhia, listados na Nasdaq, estão caindo 6,16%, a US$ 9,29, enquanto os BDRs negociados no mercado brasileiro recuam 4,70%, a R$ 48,90.

O banco encerrou o terceiro trimestre de 2025 com lucro líquido de R$ 336 milhões, alta de 38,6% em relação ao mesmo período de 2024. O ROE do Inter atingiu 14,2%, avanço de 2,9 pontos percentuais na comparação anual. O resultado foi impulsionado pelo crescimento da base de clientes e pela expansão da carteira de crédito, que totalizou R$ 43,8 bilhões, avanço de 30% em um ano.

Mesmo com o aumento do crédito, o Inter manteve a qualidade dos ativos sob controle. A inadimplência acima de 90 dias ficou em 4,5%, queda de 0,6 ponto percentual em doze meses, enquanto o custo de risco subiu para 5,4%. As receitas totais somaram R$ 3,98 bilhões, avanço de 48,2% frente ao mesmo período do ano anterior.

Analistas consideram resultados do Inter (INBR32) como mistos

Entre as casas de análise, o balanço do banco foi classificado como sólido, mas com pontos de atenção. Segundo o Itaú BBA, foi um trimestre misto, com linha superior forte, mas despesas com provisões acima do esperado” O relatório destacou que o lucro líquido ficou abaixo da estimativa da casa, de R$ 365 milhões, e mais alinhado às expectativas do mercado.

A XP também avaliou que os resultados do Inter vieram amplamente em linha com as projeções, com receita líquida de R$ 2,2 bilhões e lucro líquido de R$ 336 milhões. “O trimestre confirma a tendência recente do Inter: crescimento lucrativo, ganhos graduais de eficiência e uma carteira de crédito saudável”, diz a XP.

Segundo o documento, o banco manteve a qualidade dos ativos, com NPLs acima de 90 dias em 4,5% e índice de cobertura de 146%. O custo de risco, de 5,4%, foi influenciado pelo “frontload de provisões ligado ao empréstimo consignado privado de R$ 1,3 bilhão”.

Para o Itaú BBA, o aumento das provisões deve continuar afetando os resultados nos próximos trimestres, especialmente com o avanço do crédito ao consumo e do consignado privado. O banco ressaltou ainda que esse cenário “pode pesar sobre as ações no curto prazo após uma forte valorização no acumulado do ano”.

Já o BB Investimentos deu ênfase para o avanço do lucro e para o maior ROE da história do Inter. O relatório, assinado pelo analista CNPI Rafael Reis, destacou que o trimestre “reforça a resiliência do modelo digital do Inter, com crescimento em múltiplas frentes”, mas ponderou que o ritmo atual ainda parece aquém do necessário para atingir as metas do plano estratégico 60/30/30: 60 milhões de clientes, 30% de ROE e 30% de eficiência até 2027.

BB Investimentos e XP mantém recomendação neutra

O BB Investimentos manteve preço-alvo de R$ 43,50 para os BDRs do Inter ao final de 2026 e revisou a recomendação para neutra. “Boa parte das expectativas de crescimento e entrega do plano estratégico já foram precificadas pelo mercado”, destacou a casa.

A XP também manteve recomendação neutra para os papéis do Inter (INBR32) e justificou que o mercado já precificou o otimismo em torno do crédito consignado privado e que “os resultados permanecem consistentes, com execução estável”.

Giovanna Oliveira

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