Trump eleva tarifas em US$ 200 bilhões; China afirma retaliar

Nesta sexta-feira (10) entrou em vigor o aumento nas tarifas alfandegárias sobre produtos importados chineses, avaliados em US$200 bilhões. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tinha anunciado esse aumento no último domingo (5), afirmando que os impostos alfandegários passariam de 10% a 25%.

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Na última quinta-feira (9) a China e os EUA retornaram as negociações, no entanto, o país asiático não conseguiu impedir o aumento das tarifas. Em um comunicado, a China informou que pretende retaliar, mas não especificou a modalidade. O Ministério do Comércio de Pequim lamentou a medida de Trump, mas acredita que os dois países podem evitar uma guerra comercial.

Ainda que, o aumento das taxas estão em vigor, novas negociações acontecerão na manhã desta sexta-feira.

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Mercado financeiro

Após a imposição do aumento das tarifas, as ações do EUA tiveram o pior desempenho da semana. Já os índices Shanghai Composite e Hang Seng registraram alta, respectivamente, de 3,10% e 0,84%.

Esse bom desempenho tem relação ao pronunciamento do presidente americano afirmando ser possível fechar um acordo com a China. “Eu recebi ontem à noite uma carta muito linda do presidente Xi [Jinping]. Vamos trabalhar juntos e ver se conseguimos fazer alguma coisa”, afirmou Trump.

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De acordo com o jornal “Bloomberg”, os analistas avaliam, que essa guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo arrisca derrubar a economia dos EUA em recessão até o final de 2020. O Fundo Monetário Internacional estima que o recuo na expansão do país norte americano será cerca de 0,2%. Já a China, com o aumento das tarifas, terá um recuou de 0,9% para 0,5%.

Aumento nas tarifas

As novas tarifas entraram às 00h01 (horário de Washington). O aumento será em mais de 5.700 produtos diferentes da China, desde vegetais cozidos até cadeiras para bebês. De acordo com as autoridades americanas não serão taxadas os produtos que já estão em embarcações com destino ao Estados Unidos.

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Algumas indústrias, principalmente agrícolas, condenaram a decisão de Trump, afirmando que prejudicaria alguns de seus principais círculos políticos.

O vice presidente de assuntos governamentais da Associação de Fabricantes de Equipamentos, Kip Eiderbeg disse que as tarifas irão “suprimir os ganhos de emprego para a indústria em até 400.000 em 10 anos. Além de que convidará a China a revidar empresas, agricultores, comunidades e famílias americanas”.

O encontro

Nesta sexta as negociações continuarão, entretanto, alguns observadores próximos disseram que não estavam esperançosos em relação a avanços significativos.

Informações obtida pelo “Bloomberg” afirmam que as autoridades dos EUA não tinham certeza se Liu He tinha autoridade para assumir compromissos significativos. Além disso, não ficou claro se a China teria resolvido os debates internos que levaram à rescisão, na semana passada, de compromissos anteriores para consagrar reformas na lei chinesa.

Em viagem o vice-primeiro-ministro da China, Liu, disse à mídia estatal chinesa que a medida de aumentar as tarifas não era uma solução. No entanto, Donald Trump, procurou acalmar os mercados financeiros, afirmando que seria possível chegar a um acordo nesta semana.

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“Ele [presidente da China] acabou de me escrever uma linda carta, eu acabei de receber, e provavelmente vou falar com ele por telefone, mas olha, nós temos duas ótimas alternativas, nosso país está indo muito bem”, disse Trump.

Mas até a reunião, nenhuma ligação havia sido feita entre Donald Trump  e Xi Jinping, nem mesmo um acordo foi firmado.

Poliana Santos

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