Selic a 9,75%? Itaú Unibanco (ITUB4) eleva projeção da taxa de juros e dólar

O Itaú Unibanco (ITUB4) elevou a projeção para a taxa Selic ao final de 2024, de 9,25% para 9,75% ao ano.

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Segundo o economista-chefe do Itaú (ITUB4), Mario Mesquita, que assina o relatório publicado nesta sexta-feira (12), o Brasil está diante de um cenário global mais desafiador, com desinflação mais lenta, que altera as projeções anteriores para a taxa Selic, IPCA, PIB e câmbio do dólar.

Além disso, ao redor do mundo, o adiamento e redução do orçamento dos cortes de juros em economias desenvolvidas, como nos Estados Unidos e países europeus, também pressiona a economia.

“Incertezas domésticas (com maior pressão em preços de serviços mais sensíveis ao desempenho do mercado de trabalho e expectativas desancoradas) limitarão de forma mais intensa os cortes de juros”, afirma o documento.

Nesse ritmo, o Itaú projeta um ritmo menor para os cortes da Selic, com os juros encerrando o ano em 9,75%, ao invés de 9,25% previsto anteriormente.

Além disso, o banco indica que a taxa básica de juros deve permanecer neste patamar ao longo de 2025.

“Diante do aumento dos riscos, passamos a esperar uma taxa Selic mais alta ao final do ciclo, em 9,75% (anteriormente, 9,25%), bem como uma redução de ritmo de flexibilização monetária a partir de junho”, diz o Itaú.

Ainda receoso, o Itaú aponta que confia que as autoridades monetárias do Banco Central serão fiéis ao “compromisso de levar a inflação para a meta”, e ressalta que, “dados os riscos altistas para inflação em 2025, pode ser necessário que a autoridade monetária encerre esse ciclo ainda antes.”

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Itaú eleva projeção de câmbio do dólar em 2024 e 2025

Além da revisão da Selic, o Itaú revisou sua projeção para o dólar em 2024, elevando o câmbio para R$ 5,00 por dólar (de R$ 4,90). Para 2025, o dado também foi elevado, de R$ 5,10 para R$ 5,20 por dólar no ano.

“O aumento de incertezas, especialmente no cenário internacional com o novo adiamento do início do ciclo de corte de juros nos Estados Unidos, pressiona a moeda (ainda que este efeito seja parcialmente compensado por uma taxa Selic mais alta)”, afirma o Itaú Unibanco.

Contudo, o banco ressalta que fatores atenuantes locais ainda ajudam a moeda norte-americana, como o bom desempenho da balança comercial.

IPCA e PIB revisados pelo Itaú

Outros dados econômicos relevantes que foram atualizados pelo Itaú foram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e o Produto Interno Bruto (PIB).

Para o IPCA, a projeção é de 3,7% em 2024 (antes 3,6%), com uma projeção de serviços subjacentes mais alta para o ano, pressionada pelo mercado de trabalho mais apertado e aceleração de salários. Para 2025, espera-se alta de 3,6% (antes 3,5%) devido às expectativas de inflação longas desancoradas e mercado de trabalho ainda apertado.

Já o crescimento do PIB foi reajustado para 2,3% em 2024 (de 2,0%), beneficiado por dados mais fortes do início do ano que parecem estar relacionados ao pagamento dos precatórios e ao aumento real de salário-mínimo, segundo o Itaú. Para 2025, entretanto, a revisão rebaixou o crescimento para 1,8% (de 2,0%), refletindo a taxa de juros mais alta.

Dessa forma, as projeções do Itaú atualizadas para 2024 são de taxa Selic a 9,75%; dólar a R$ 5,00; IPCA a 3,7%; e PIB a 2,3%.

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Camila Paim

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