Taesa (TAEE11) supera desafios no 4T23; analistas recomendam compra e destacam dividendos

Após a Transmissora Aliança de Energia Elétrica, a Taesa (TAEE11), anunciar que obteve queda de 22,2% no lucro líquido regulatório no 4T23, alcançando R$ 301,1 milhões, o BB Investimentos disse que a Taesa enfrenta um cenário marcado por desafios econômicos, sobretudo por impactos da deflação acumulada pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M).

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Para o analista Rafael Dias, os números da Taesa no 4T23, divulgados após o fechamento do mercado, mostram uma receita regulatória consolidada de R$ 592 milhões, refletindo um crescimento significativo de 6,1% em relação ao ano anterior. 

Esse aumento da receita da Taesa no 4T23, segundo o relatório, foi impulsionado pelo reajuste anual da Receita Anual Permitida (RAP) pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 3,9%, a partir de julho de 2023, e a menor Parcela Variável (PV), compensando o impacto negativo do IGP-M em -4,4% sobre mais da metade das concessões. Ano passado, a receita líquida regulatória atingiu a marca de R$ 2,4 bilhões, registrando um notável crescimento de 9% ao ano.

Apesar dos desafios relacionados à deflação do IGP-M sobre a receita e os custos operacionais mais elevados devido à expansão em andamento, o estrategista do banco destaca que o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) registrou um crescimento sólido de 4,2% ao ano, alcançando R$ 484 milhões no 4T23. 

Dias lembra ainda que, no entanto, a margem Ebitda sofreu uma redução, situando-se em 81,8%, uma queda de 1,5 ponto percentual em relação ao ano anterior. Em 2023, o Ebitda totalizou R$ 2 bilhões, apresentando um aumento de 8,5% ao ano, em consonância com o crescimento da receita. A margem Ebitda em 2023 ficou em 84,1%, registrando um nível aumentado de 0,4 ponto percentual em comparação com o ano anterior.

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Taesa propõe dividendos

O BB-BI analisou também que o resultado financeiro da Taesa impactou níveis de desempenho na comparação anual, decorrente da maior endividamento com captações de R$ 1,8 bilhão em debêntures, apesar da redução nos principais indexadores de dívida (CDI e IPCA). O resultado financeiro líquido, segundo balanço da Taesa, atingiu -R$ 196,3 milhões no 4T23 (+20,4% em comparação ano a ano) e somou –R$ 903,8 milhões em 2023 (+22,5% em comparação ano a ano).

O lucro líquido regulatório no 4T23 foi de R$ 301 milhões, representando uma queda de 22% na comparação anual, devido à base robusta de comparação no 4T22, que contorno com crédito tributário contribuindo com R$ 79,5 milhões ao resultado naquele trimestre. 

Em 2023, assinala o banco, o lucro líquido regulatório alcançou R$ 1,1 bilhão, com um aumento de 4,3% ao ano, e o desempenho operacional do ano compensou o Imposto de Renda (IR) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) 257 %, devido ao crédito tributário nominal.

A dívida líquida consolidada da Taesa encerrou 2023 em R$ 8,5 bilhões, um montante 34% superior ao reportado um ano antes, refletindo captações para financiar investimentos de R$ 2 bilhões no ano. Isso elevou a alavancagem para 4,2 vezes o Ebitda acumulado em 12 meses (+0,8 xa/a).

O BB Investimentos afirmou que a Taesa permanece no radar dos investidores, mantendo posição estratégica e consolidando-se como referência no mercado. 

A recomendação de compra, sobretudo, foi mantida pelo BB após o conselho de administração apresentar, para deliberação em Assembleia Geral Ordinária (AGO), a distribuição de dividendos adicionais de R$ 390,3 milhões ou R$ 1,13 por unidade, a serem pagos em 16 de maio deste ano, com base na posição de 3/5, passando a ser negociada em maio.

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Murilo Melo

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