Suzano (SUZB3) está pronta para explodir no 2T25 — veja por quê
A Suzano (SUZB3) deve apresentar um forte trimestre de recuperação no 2T25, após enfrentar o maior ciclo de paradas de manutenção da sua história no primeiro trimestre. Segundo o relatório da Genial Investimentos, a companhia projeta um aumento de 16% nos embarques de celulose, para 3,1 milhões de toneladas, refletindo a volta da operação plena, principalmente nas unidades de Três Lagoas (MS), Mucuri (BA) e Ribas do Rio Pardo (MS), conhecida como Projeto Cerrado.

O preço realizado da celulose deve recuar 2,7% na comparação trimestral, para R$3.161 por tonelada, pressionado pela queda do dólar, mesmo com leve alta de 0,5% em dólar, refletindo reajustes contratuais incorporados no início do ano. Apesar disso, a receita líquida consolidada projetada para o período é de R$12,5 bilhões, um avanço de 8,8% frente ao 1T25.
Suzano acelera recuperação com alta nos embarques e queda de custos no 2T25
A Genial estima uma forte queda de 15,5% no custo por tonelada de celulose, que deve chegar a R$813, beneficiada pela desaceleração cambial, maior eficiência operacional e menor impacto dos estoques de insumos adquiridos com dólar mais alto. “Não há paradas de manutenção neste trimestre, o que torna a base comparativa fácil de ser batida”, destacam os analistas Igor Guedes e Luca Vello.
Com esse cenário, o EBITDA ajustado está projetado em R$5,9 bilhões, 20,1% maior na comparação trimestral, impulsionado pela recuperação das operações de celulose. Em contrapartida, a unidade de papel deve apresentar queda no EBITDA para R$554 milhões, devido a manutenção na planta de Pine Bluff (AR) e pressão sobre os preços.
O lucro líquido esperado é de R$4,8 bilhões, 23,8% abaixo do trimestre anterior, porém, segundo a Genial, essa retração “é explicada por efeitos não caixa, principalmente pela variação cambial sobre a dívida em dólar e ajustes em derivativos”. Por isso, não deve impactar negativamente a percepção dos investidores.
Além da recuperação operacional, a companhia ainda trabalha em uma trajetória de desalavancagem, com redução do índice Dívida Líquida/EBITDA para 3,0x em reais, reflexo de efeito cambial favorável e geração de caixa.
O relatório destaca também os desafios no mercado internacional, como o excesso de estoques na China e a tarifa de 50% que pode afetar as exportações para os EUA. “O principal desafio será realocar volumes diante da demanda global retraída, mas a alta recente do dólar pode atenuar esse impacto”, complementam os analistas Igor Guedes, Luca Vello e Iago Souza.
Com múltiplo EV/EBITDA 2025 em 5,7x, abaixo da média histórica de 7x, a Genial mantém recomendação de compra para a Suzano, com preço-alvo de R$63,50, implicando potencial de alta de 25,5%.