S&P 500: Confira as 5 ações que mais desvalorizaram em julho

Embora as dúvidas quanto a recuperação da economia dos Estados Unidos e sobre quando isso iria acontecer continuam a preocupar o mercado, o S&P 500 registrou uma nova alta consecutiva em julho, de 5,51%, para 3,271.12 pontos.

O índice composto pelas 500 maiores companhias em valor de mercado listadas nas bolsas de Nova York já retornou e ultrapassou o patamar de onde começou 2020, após a queda acentuada em março, em meio à pandemia do novo coronavírus.

Apesar disso, a crise continua a assolar a maior economia do planeta. Na última quinta-feira (30), o governo norte-americano informou que o Produto Interno Bruto (PIB) do país havia despencado cerca de 33% no segundo trimestre. A pandemia paralisou inúmeros segmentos da economia e impulsionou a taxa de desemprego para acima de 11%, bem como forçou milhares de americanos a confiar apenas no auxílio emergencial do governo, que acabou no último dia 31.

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Com isso, os investidores começaram a recorrentes a opções consideradas mais seguras pelo mercado. Nesse sentido, explodiram os número de aportes em títulos do Tesouro americano e em ouro, ativos que tradicionalmente voltam as capas de jornal em condições de bear market, mesmo vivendo, por definição, um bull market.

Dessa forma, reforçando que esta matéria não é uma recomendação de investimento, confira as cinco ações do S&P 500 que mais se desvalorizaram em julho.

FirstEnergy

No topo da lista de maiores quedas no acumulado do mês de julho está a companhia elétrica FirstEnergy Corp. (NYSE: FE), que apesar de fechar o último dia 31 em alta, caiu mais de 25% no mês.

Além dos problemas com a pandemia de covid-19 e com a recessão econômica, a empresa divulgou uma nota informando que estava sendo investigada em um potencial esquema de corrupção e extorsão no estado de Ohio, nos Estados Unidos.

O Departamento de Justiça acusa oficiais de estado e lobistas de terem recebido propina da companhia em troca de promover uma legislação que resultou no aumento de taxa de energia cobrada e fundos de resgate para duas usinas nucleares em dificuldades operadas por uma das ex-subsidiárias da FirstEnergy.

Os investidores não gostaram da história e colocaram as ações da empresa para baixo, US$ 29,00, levando a uma queda de 25,22%, a maior do índice no mês de julho.

Mohawk Industries

Mas, a FirstEnergy não foi a única afetada por acusações nesse intervalo. A Mohawk Industries, Inc. (NYSE: MHK) viu seus papéis despencarem após surgirem notícias de que a companhia poderia estar falsamente inflando resultados de receita desde 2017.

A fabricante de pisos e carpetes revelou em um arquivo 8-K que estava sendo processada em tribunal civil e investigada pela Securities and Exchange Commission (SEC, o órgão regulador de mercado nos Estados Unidos) e Procuradoria dos EUA para o Distrito Norte da Geórgia. 

Além disso, o cenário incerto da economia também teve impacto nos negócios da empresa, com consumidores menos inclinados a buscar reformas. Nesse sentido, o desempenho das ações da Mohawk Industries garantiram o segundo lugar do ranking, com uma desvalorização de 21,53%, cotadas a US$ 79,85.

Intel

Já a Intel Corporation (NASDAQ: INTC) não apresentou escândalos de irregularidades e, inclusive, divulgou o balanço do segundo trimestre co números que superaram as expectativas dos analistas.

A multinacional de tecnologia, no entanto, comunicou notícias que preocuparam os investidores. A empresa anunciou que a produção de seus chip de 7 nanometros teria pelo menos seis meses de atraso em relação ao tempo previsto.

O nova rodada de atrasos indicou que a Intel pode passar por um período difícil e ceder fatias do mercado para competidores. As notícias não agradaram ao mercado, que foi a leilão com as ações da companhia. Ao final de julho, os papéis INTC acumularam queda de 20,22% no mês, fechando em US$ 47,73.

Coty

A multinacional de cosméticos Coty Inc. (NYSE: COTY), que também integrou a lista de maiores desvalorizações do S&P 500 em maio, já acumula uma baixa anual de quase 70%.

A companhia parece continuar a apresentar dificuldades de adaptar seus negócios ao novo cenários de crise e pandemia, embora analistas comecem a considerar que chegou a hora certa de adquirir as ações da companhia em razão de seu preço deprimido.

Se em maio a Coty ficou em primeiro lugar no ranking de desvalorizações, neste a empresa chegou ao quatro, com uma queda de 17%, a US$ 3,71.

Norwegian Cruise Line

A Norwegian Cruise Line Holdings Ltd. (NCLH), por sua vez, continua a enfrentar os efeitos da pandemia com a paralisação de suas atividades visando conter a disseminação do novo coronavírus.

A companhia de transporte marítimo anunciou que estendeu a suspensão de três de seus cruzeiros e disse que informaria ao final de cada mês o status de suspensão das embarcações. O anúncio aconteceu ocorreu menos de duas semanas depois do Centro de Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês) comunicar a prorrogação de sua ordem de não navegar para cruzeiros.

Dessa forma, a companhia, que já acumula uma desvalorização de mais de 75% de ações, chegou ao quinto lugar da lista de maiores quedas do S&P 500 em julho, com uma baixa de 16,98%, fechando negociada a US$ 13,64, após seus papéis estarem cotados na casa dos US$ 58 no início do ano.

Arthur Guimarães

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