Confira as small caps que mais valorizaram em abril

O Ibovespa fechou abril com uma alta de 10,25%, ensaiando uma recuperação após a forte queda de março. As bolsas de todo o mundo apresentam alta volatilidade devido ao impacto econômico e financeiro da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Com as small caps não foi diferente.

Algumas das small caps apresentaram uma forte alta em abril, diferentemente de algumas blue chips que mantiveram-se estáveis, mesmo em um mês de previsões negativas para a economia brasileira neste ano.

Na Suno One você aprende como fazer o seu dinheiro para trabalhar para você. Cadastre-se agora!

O SMAL11, ETF que replica a carteira teórica de small caps do mercado, subiu 14,87% em abril. Superando o índice, seguindo seus critérios metodológicos, confira quais foram as quatro ações que melhor desempenharam desde o primeiro dia do mês, salientando que esta matéria não é uma recomendação de investimento.

Minerva

Segundo o analista Rodrigo Wainberg, da SUNO Research, a Minerva (BEEF3) “teve o melhor trimestre de sua história, impulsionada pelas importações à China, representando 35% da receita, e a peste suína africana, que ocorre desde 2018 e que dizimou a população de porcos no país.”

Ademais, de acordo com Wainberg, o Brasil está se tornando cada vez mais um exportador importante no mercado internacional, o que colabora com as operações da empresa. “A operação traz junto riscos sanitários, mas o Brasil está conseguindo se habilitar para exportar carne”, disse.

Devido à disseminação da pandemia, alguns países estão restritos de realizarem exportações de proteínas, como Austrália e Índia, o que fez com que a Minerva ganhasse market share.

“Além disso, boa parte da receita também é dolarizada, o que faz com que a empresa tenha uma proteção cambial em meio à crise”, afirmou o analista. A Minerva fechou o mês cotada a R$ 12,27, após uma alta de relevantes 57,31% nos últimos 30 dias.

Marfrig

A Marfrig Global Foods (MRFG3) é uma multinacional de origem brasileira que atua no setor de alimentos. É a segunda maior produtora de carne bovina do planeta. A empresa possui escritórios na Ásia, América do Sul e América do Norte. A companhia detém 36 unidades de processamento, sendo 24 unitárias, e 10 centros de distribuição.

“Houve queda nas exportações de proteínas em fevereiro, mas a China já está retomando as importações com maior força, ainda que os preços estejam mais pressionados que em dezembro”, disse Wainberg.

A empresa destaca que, no ano passado, consolidou a posição de líder na produção de hambúrgueres em todo o mundo.

Veja também: B3 atinge 2,2 milhões de investidores em março

O valor de mercado da empresa é de R$ 9,02 bilhões. Em todo o ano passado, as ações da empresa apresentaram uma valorização de 82,42%. Os papéis ordinários da companhia, na última quinta-feira (30), terminaram o pregão a R$ 12,75, fechando abril com uma alta de 48,94%.

Randon

A Randon S.A. (RAPT4) é um grupo de 12 empresas no segmento de transporte e exportação, seja para cargas terrestres, veículos rebocados, vagões ferroviários e veículo especiais. Participa do Nível 1 de Governança Corporativa da B3.

Atualmente, a companhia detém uma posição de liderança no mercado nacional, além de operar em mais de 100 países. O grupo informa que “historicamente tem apresentado uma geração de caixa consistente, o que permite manter a dívida sob controle, além de permitir a realização dos investimentos necessários”.

Confira: Via Varejo nega ter diminuído previsão de investimentos para 2020

“O que pode ter colaborado com os papéis da Randon neste mês foi o anúncio de recompra de ações, de mais de 7% de seu free float. O mercado pode entender que as ações estão baratas”, disse Wainberg.

“Além disso, eles divulgam a receita mensalmente, o que não é usual entre as empresas. Em março, a receita líquida caiu 7%, o que não é tão ruim, embora o Covid-19 tenha impactado o mercado de forma mais intensa em abril”, afirmou o analista.

As ações da Randon fecharam o mês sendo negociadas a R$ 8,55. Nos últimos 30 dias, os papéis subiram 44,71%, perfazendo um valor de mercado de R$ 2,91 bilhões.

JSL

Antes chamada de Júlio Simões S.A., a JSL (JSLG3) foi criada em 1956 pelo português que carregava o nome da companhia. A empresa iniciou suas operações como uma simples transportadora.

No final da década de 1950, a JSL firmou uma parceria com a Suzano (SUZB3) que permanece vigente até hoje, o qual presta serviços. Na década de 1970, procurando diversificar a operação, a companhia comprou a antiga Transfaço, abrindo espaço para o transporte de aço.

Já no início dos anos 2000, a JSL se tornou presente no Porto de Santos, por meio de serviços de limpeza em áreas comuns e de coleta de resíduos sólidos. É importante ressaltar que a JSL possui subsidiárias e participações societárias em outras empresas. São elas:

“Boa parte do mercado está entendendo que os contratos de longo prazo envolvem setores que estão crescendo na crise. São operações em escala nacional, e a pandemia já tem uma perspectiva de reversão em alguns lugares”, afirmou o analista sobre a empresa.

No acumulado de 2020, a JSL, que possui uma participação de 0,54% no índice de small caps, apresenta uma queda de 25,48%, embora tenha subido 29,57% neste mês.

Jader Lazarini

Compartilhe sua opinião