Rússia nega calote, mas não especifica se credores receberam juros

O Ministério das Finanças da Rússia informou nesta quinta (17) que efetuou o pagamento de US$ 117,2 milhões em juros de títulos Eurobonds que venceram na véspera, mas não deixou claro se os recursos foram recebidos pelos credores.

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Em comunicado, o órgão da Rússia  explicou que fornecerá mais informações, em um momento não especificado, sobre se o Citi – agente responsável pela transação – recebeu o dinheiro.

De acordo com o jornal Financial Times, um credor europeu disse ainda não ter embolsado os fundos.

Moscou ainda dispõe de um período de carência de 30 dias antes de entrar em default, de acordo com a Fitch. O Kremlin tem afirmado que as sanções ocidentais das quais é alvo, por conta da invasão da Ucrânia, dificultam o serviço da dívida soberana.

Segundo a Fitch, o calote da Rússia é ‘iminente’, a agência de classificação de risco ao rebaixar o rating do país pela segunda vez consecutiva.

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Na avaliação da Fitch, de maneira mais geral, o aumento das sanções contra a Rússia e propostas que poderiam limitar o comércio de energia aumentam a probabilidade de uma resposta política que inclua pelo menos o não pagamento seletivo de suas obrigações de dívida soberana.

A Fitch cita um decreto presidencial de 5 de março, que pode forçar uma redenominação dos pagamentos da dívida soberana em moeda estrangeira para a moeda local para credores em países específicos.

Além disso, a aplicação do regulamento do Banco Central da Rússia restringiu a transferência de cupons de dívida em moeda local para não residentes desde o final da semana passada, aponta.

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O que acontece se a Rússia der um calote?

Em suma, o país deve perder o acesso aos mercados internacionais – o que, na prática, já está ocorrendo.

Além disso, pode ser desencadeado o pagamento de Credit Default Swaps (CDS), que são títulos de proteção contra calotes que os investidores contratam para evitar grandes perdas em cenários como o atual.

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Segundo o banco de investimentos JPMorgan, atualmente há um volume de cerca de US$ 6 bilhões em CDS pendentes que precisariam ser pagos.

Vale lembrar que atualmente a Rússia tem 15 títulos internacionais com um valor de cerca de US$ 40 bilhões em circulação, cerca de metade deles detidos por investidores internacionais.

Os títulos emitidos depois que a Rússia sofreu sanções em meados de 2014 por conta da anexação da Crimeia contêm uma provisão que permite pagamentos em moeda alternativa.

Por outro lado, os títulos da Rússia listados após 2018 mantém o rublo listado como uma opção de moeda alternativa. Os títulos vinculados ao pagamento de cupom desta quarta (16) foram listados em 2013 e devem ser pagos em dólares, com o Citi como agente pagador.

Com Estadão Conteúdo

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Eduardo Vargas

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